São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2004

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BOXE

Empresa que controla carreira do campeão Grigorian teme luta pós-lesão

Para "dono" de rival, Popó desafiante é o favorito

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Até integrantes da equipe de Artur Grigorian consideram o brasileiro Acelino Freitas, o Popó, favorito para tomar do armênio o cinturão dos leves da Organização Mundial de Boxe, em combate na madrugada de domingo, em Connecticut, nos EUA.
Atual campeão dos superpenas pela OMB e também pela Associação Mundial, o pugilista baiano tenta seu terceiro título, agora em uma nova categoria de peso.
""Não acho que Grigorian seja o favorito. Por causa de uma lesão, ele ficou sem treinar durante alguns meses. Artur foi submetido a uma operação no ombro direito [em abril passado], mas agora já está bem", declarou à Folha Christoph Rybarczyk, chefe de comunicações da Universum Box-Promotion, empresa que gerencia a carreira do ""Rei" Artur.
A cirurgia explica a inatividade do armênio. Seu último combate foi há praticamente um ano, em 18 de janeiro de 2003, quando superou por pontos Matt Zegan.
""Dediquei o tempo em que fiquei parado à minha família. Tenho uma mulher maravilhosa e quatro filhos", disse Grigorian, 36, que afirma estar plenamente recuperado de sua operação.
""Depois da operação, eu treinei duro para recuperar a força no braço [direito] e desde outubro estou treinando duas vezes por dia para esta luta. Não houve problema, as sessões de sparring foram realmente muito boas. Não houve contusões, nem mesmo uma gripe", contou ele.
Popó, 28, acredita que o longo período de inatividade pode prejudicar Grigorian. Para o pugilista brasileiro -que apresentou como justificativa para subir de peso a preocupação com sua saúde, pois costuma perder muito peso às vésperas de seus combates-, o adversário pode ter afetada, principalmente, sua "visão de ringue".
Outro fator que trabalha contra Grigorian é o fato de ele nunca antes ter lutado profissionalmente fora de sua base, a Alemanha. Ele invoca sua experiência como amador para rebater as críticas.
""Não tenho problemas em ir para os EUA porque em minha última aparição lá [como amador] consegui uma grande vitória sobre [uma das estrelas do boxe internacional] Shane Mosley, nos Goodwill Games de 1990, em Seattle. Quero ir para os EUA porque não estive lá por um longo tempo", afirmou Grigorian antes de embarcar para a luta.
Para corroborar a sua teoria de que não haverá problemas de adaptação ao clima dos EUA, o armênio lembra as performances de dois outros pugilistas promovidos pela Universum.
""Vai estar frio? Acho que sim. Mas todos os meus colegas que foram aos EUA recentemente tiveram boas experiências, especialmente os irmãos [Vitali e Wladimir] Klitshko", conclui o lutador, invicto em 36 combates.
O brasileiro tampouco perdeu: acumula 34 vitórias em igual número de lutas profissionais.


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