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BOXE
Empresa que controla carreira do campeão Grigorian teme luta pós-lesão
Para "dono" de rival, Popó desafiante é o favorito
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Até integrantes da equipe de Artur Grigorian consideram o brasileiro Acelino Freitas, o Popó, favorito para tomar do armênio o
cinturão dos leves da Organização Mundial de Boxe, em combate na madrugada de domingo, em
Connecticut, nos EUA.
Atual campeão dos superpenas
pela OMB e também pela Associação Mundial, o pugilista baiano tenta seu terceiro título, agora
em uma nova categoria de peso.
""Não acho que Grigorian seja o
favorito. Por causa de uma lesão,
ele ficou sem treinar durante alguns meses. Artur foi submetido
a uma operação no ombro direito
[em abril passado], mas agora já
está bem", declarou à Folha
Christoph Rybarczyk, chefe de
comunicações da Universum
Box-Promotion, empresa que gerencia a carreira do ""Rei" Artur.
A cirurgia explica a inatividade
do armênio. Seu último combate
foi há praticamente um ano, em
18 de janeiro de 2003, quando superou por pontos Matt Zegan.
""Dediquei o tempo em que fiquei parado à minha família. Tenho uma mulher maravilhosa e
quatro filhos", disse Grigorian,
36, que afirma estar plenamente
recuperado de sua operação.
""Depois da operação, eu treinei
duro para recuperar a força no
braço [direito] e desde outubro
estou treinando duas vezes por
dia para esta luta. Não houve problema, as sessões de sparring foram realmente muito boas. Não
houve contusões, nem mesmo
uma gripe", contou ele.
Popó, 28, acredita que o longo
período de inatividade pode prejudicar Grigorian. Para o pugilista
brasileiro -que apresentou como justificativa para subir de peso
a preocupação com sua saúde,
pois costuma perder muito peso
às vésperas de seus combates-, o
adversário pode ter afetada, principalmente, sua "visão de ringue".
Outro fator que trabalha contra
Grigorian é o fato de ele nunca antes ter lutado profissionalmente
fora de sua base, a Alemanha. Ele
invoca sua experiência como
amador para rebater as críticas.
""Não tenho problemas em ir
para os EUA porque em minha
última aparição lá [como amador] consegui uma grande vitória
sobre [uma das estrelas do boxe
internacional] Shane Mosley, nos
Goodwill Games de 1990, em
Seattle. Quero ir para os EUA porque não estive lá por um longo
tempo", afirmou Grigorian antes
de embarcar para a luta.
Para corroborar a sua teoria de
que não haverá problemas de
adaptação ao clima dos EUA, o
armênio lembra as performances
de dois outros pugilistas promovidos pela Universum.
""Vai estar frio? Acho que sim.
Mas todos os meus colegas que
foram aos EUA recentemente tiveram boas experiências, especialmente os irmãos [Vitali e
Wladimir] Klitshko", conclui o
lutador, invicto em 36 combates.
O brasileiro tampouco perdeu:
acumula 34 vitórias em igual número de lutas profissionais.
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