São Paulo, sábado, 02 de janeiro de 2010

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Único time estrangeiro, Al-Hilal deixa garotos antecipar orações a Alá

DA REPORTAGEM LOCAL

Desprezada por alguns clubes brasileiros, a Copa São Paulo de Futebol Júnior virou atração na Arábia Saudita.
No ano passado, após encontro com o príncipe Nawaf Al Saud, a FPF deixou o convite: o campeão do campeonato sub-18 daquele país poderia participar da Copa São Paulo. Venceu o Al-Hilal, bicampeão asiático, no qual jogou Rivellino nos anos 70 e que, atualmente, abriga o meia Thiago Neves, ex-Fluminense.
Os jovens árabes chegaram ao Brasil na última quarta-feira, após 30 horas de voo -partiram da cidade de Riad-, e se hospedaram em Campinas.
Colocados no Grupo U, jogarão em Paulínia. Estreiam amanhã, contra o Atlético-PR, e enfrentarão, posteriormente, Paulínia e Remo.
"Não viemos apenas para ganhar, mas também para levar boas imagens e experiências em jogar contra equipes brasileiras famosas", disse à Folha o romeno Marian Bondrea, 58, técnico da equipe, cuja delegação é composta por 29 jogadores. Mais do que competir, ele vê esta como a grande chance dos garotos.
"É o torneio mais importante de que eles já participaram. A visibilidade do futebol no Brasil é muito grande."
Bondrea diz saber que conquistar a Copa SP não é uma missão fácil, mas minimiza as barreiras que seus jovens jogadores enfrentarão. "A principal dificuldade é que nós somos a única equipe estrangeira, contra 91 equipes brasileiras. Todos vão jogar em casa, nós, não", declarou.
As tradições, as maneiras e os costumes dos árabes, crê o técnico, não devem atrapalhar os garotos. Muçulmanos, eles têm a obrigação de orar cinco vezes ao dia -independentemente de onde e do que estiverem fazendo, precisam parar e orar em direção a Meca.
"Para eles, jogar fora de casa será apenas mais uma experiência de vida. Em relação às orações, eles poderão antecipá-las em 20 minutos antes de cada jogo. É permitido."
Todos os jogadores são árabes. Por conta disso, a delegação preparou uma operação especial no hotel em que se hospedaram. No cardápio, carne de porco, refrigerantes e bebidas alcoólicas foram terminantemente vetados.
Segundo Bondrea, pelo menos três deles já despontam como futuros craques. "Mas nenhum tem a intenção de se mudar para a Europa. Ainda têm 17 anos", disse. Dos 29 jogadores, 15 têm 17 anos. Há, ainda oito jogadores com 18 anos e seis com 16. (LR)


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