São Paulo, Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2000


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VÔLEI
Equipe paranaense dirigida por Paulão decide hoje com a CBV se permanece na Superliga masculina
No buraco, Maringá ameaça fechar

JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local

Deveria ser um contra-senso. Equipe de melhor público quatro temporadas seguidas, xodó de marketeiros da Superliga de vôlei, o Maringá ameaça deixar hoje a competição por estar falido.
A informação foi dada ontem pelo campeão olímpico Paulão, dirigente da equipe masculina paranaense e assessor especial do Indesp (Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto). Hoje ele se reúne com a direção da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para definir sua postura.
Último colocado da Superliga masculina, o Maringá perdeu todas as 13 partidas que disputou. Ontem, o time poderia estar fazendo sua última partida, em casa, contra o Banespa, pela primeira rodada do segundo turno.
Será o desfecho de uma situação que se arrasta desde o ano passado. O clube-empresa, administrado por Paulão, a mulher e a irmã, concluiu a participação na Superliga 98/99 -eliminado nas quartas-de-final- com quatro meses de salários de atletas e comissão técnica atrasados -e uma dívida estimada em R$ 380 mil.
Paulão argumenta que o rombo decorreu do não cumprimento de uma promessa assumida pelo então secretário de Esportes do Estado, Osvaldo Magalhães, morto em acidente. O governo deveria destinar R$ 300 mil ao time.
""Tive 60 títulos protestados, tudo em meu nome. Devo ainda R$ 180 mil e vou pagar. Fiz coisa errada, com certeza. Não reclamo, porque era um investimento."
Para esta edição, diz ter arrecadado junto à montadora Audi, amigos e com venda de placas de publicidade R$ 100 mil. Mantendo a equipe em atividade, negociaria patrocínios. Calculava serem necessários mais R$ 150 mil para encerrar a liga. Até ontem, esperava acordo com uma transportadora. Não obteve resposta.
Para a CBV, consumada a desistência do clube, o maior desgaste seria de imagem -isso porque como, até ontem, todos os rivais venceram o Maringá, não deve haver polêmica sobre pontos.
Restariam as retaliações da direção da Superliga -leia-se CBV- a Paulão e ao Maringá.
""Não posso pensar na CBV porque a CBV nunca pensou em mim. Todos os problemas que eu tiver agora vão ser menores do que se quiser continuar na Superliga", comentou o ex-jogador.
Para além do baixo nível técnico da equipe -e da falta de dinheiro-, o Maringá enfrentou problemas inesperados. As chuvas na região Sul alagaram por duas vezes o ginásio Chico Neto.
""Tivemos que recolocar todo o piso de Taraflex (borracha sintética)", diz o supervisor Carlão.


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