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VÔLEI
Equipe paranaense dirigida por Paulão decide hoje com a CBV se permanece na Superliga masculina
No buraco, Maringá ameaça fechar
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
Deveria ser um contra-senso.
Equipe de melhor público quatro
temporadas seguidas, xodó de
marketeiros da Superliga de vôlei,
o Maringá ameaça deixar hoje a
competição por estar falido.
A informação foi dada ontem
pelo campeão olímpico Paulão,
dirigente da equipe masculina paranaense e assessor especial do
Indesp (Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto). Hoje ele se reúne com a direção da
CBV (Confederação Brasileira de
Vôlei) para definir sua postura.
Último colocado da Superliga
masculina, o Maringá perdeu todas as 13 partidas que disputou.
Ontem, o time poderia estar fazendo sua última partida, em casa, contra o Banespa, pela primeira rodada do segundo turno.
Será o desfecho de uma situação
que se arrasta desde o ano passado. O clube-empresa, administrado por Paulão, a mulher e a irmã,
concluiu a participação na Superliga 98/99 -eliminado nas quartas-de-final- com quatro meses
de salários de atletas e comissão
técnica atrasados -e uma dívida
estimada em R$ 380 mil.
Paulão argumenta que o rombo
decorreu do não cumprimento de
uma promessa assumida pelo então secretário de Esportes do Estado, Osvaldo Magalhães, morto
em acidente. O governo deveria
destinar R$ 300 mil ao time.
""Tive 60 títulos protestados, tudo em meu nome. Devo ainda R$
180 mil e vou pagar. Fiz coisa errada, com certeza. Não reclamo,
porque era um investimento."
Para esta edição, diz ter arrecadado junto à montadora Audi,
amigos e com venda de placas de
publicidade R$ 100 mil. Mantendo a equipe em atividade, negociaria patrocínios. Calculava serem necessários mais R$ 150 mil
para encerrar a liga. Até ontem,
esperava acordo com uma transportadora. Não obteve resposta.
Para a CBV, consumada a desistência do clube, o maior desgaste
seria de imagem -isso porque
como, até ontem, todos os rivais
venceram o Maringá, não deve
haver polêmica sobre pontos.
Restariam as retaliações da direção da Superliga -leia-se CBV-
a Paulão e ao Maringá.
""Não posso pensar na CBV porque a CBV nunca pensou em
mim. Todos os problemas que eu
tiver agora vão ser menores do
que se quiser continuar na Superliga", comentou o ex-jogador.
Para além do baixo nível técnico
da equipe -e da falta de dinheiro-, o Maringá enfrentou problemas inesperados. As chuvas na
região Sul alagaram por duas vezes o ginásio Chico Neto.
""Tivemos que recolocar todo o
piso de Taraflex (borracha sintética)", diz o supervisor Carlão.
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