São Paulo, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

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FUTEBOL

Idéia de inchar campeonato perde força, e CBF altera apenas o número de equipes que subirão da Série B para a elite

Clubes racham, e Nacional terá 20 times

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O Clube dos 13 rachou ontem, e a CBF conseguiu impor o número de participantes e o sistema de descenso do Brasileiro até 2008.
Sem o apoio unânime dos seus filiados, o presidente do C13, Fábio Koff, recuou e decidiu não entrar em confronto com a CBF, que manteve o Nacional com 20 clubes e descenso de quatro times.
A novidade nos próximos três anos será a subida de quatro clubes por temporada, conforme vontade da CBF. Até então, apenas dois primeiros colocados da Série B garantiam vaga na elite do futebol brasileiro no ano seguinte.
Fluminense, Flamengo, Santos e São Paulo foram algumas das equipes que mudaram de posição e não deram apoio ao C13. "Vários clubes foram pressionados pela CBF a mudar de posição. Estamos surpresos", disse Eurico Miranda, presidente do Vasco.
Na noite anterior, o C13 havia definido pressionar a CBF a reduzir o descenso do Nacional-06 e dar início a ofensiva para inchar o torneio em 2008. Pela proposta aprovada pelos times do C13 na Série A, os dirigentes queriam só dois rebaixados neste ano, além de apresentarem proposta para o Nacional-08 ter 22 equipes.
"A CBF jogou pesado para calar todos os clubes, que mudaram de posição tão rápido", acrescentou Eurico, que abandonou o Conselho Técnico do torneio em protesto contra a postura de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
O dirigente vascaíno não quis explicitar de que forma a entidade pressionou os clubes. Flamengo e Fluminense receberam empréstimos da confederação em 2005.
Na reunião de ontem, Teixeira participou por cerca de dez minutos e anunciou às equipes que não mexeria no número de participantes da competição e no critério de descenso. O dirigente tinha a seu favor o estatuto da entidade, que lhe dá o direito de determinar quantos times jogarão no torneio.
Depois de ouvir o protesto de Eurico, Teixeira deixou a sala e se recusou a comentar a decisão. Ele disse que estava atrasado para seguir para Assunção, onde teria encontro na Confederação Sul-Americana. Nenhum membro da CBF comentou o teor da reunião.
Os dirigentes de Flamengo, Fluminense e São Paulo negaram que houve pressão da CBF para mudar de posição. "Sempre lutamos pelo Brasileiro com 20 clubes", disse o presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa.
Koff ficou decepcionado com o racha. "Não me senti confortável, mas já sei conviver com isso."


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