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Doping é outro
grande drama
da Reportagem Local
Além do futebol, o COI (Comitê
Olímpico Internacional) enfrenta
nos dias atuais apenas um grande
desafio: o doping.
No início, o problema era de ordem farmacológica. Havia uma
espécie de batalha dos atletas contra as comissões médico-desportivas, especialmente a do COI.
De um lado, os laboratórios
criavam novas substâncias, ou
adaptavam as já existentes para
fazer os atletas irem mais rápido,
mais longe e serem mais fortes,
para parafrasear um dos lemas
olímpicos.
Por outro lado, as comissões
médicas tentam desenvolver testes para detectar o uso dessas novas substâncias.
Nessa disputa, que já dura quase meio século, os atletas vêm levando sempre vantagem -o que,
de certa forma, é esperado, pois
não há como desenvolver um teste para uma droga antes que ela
seja usada.
O maior desafio tem sido o desenvolvimento de um teste sanguíneo seguro, que possa atestar
sem erro quando um atleta usou
determinada substância ilegal.
Por exemplo, o ciclismo, sabendo ser incapaz de detectar a utilização da substância EPO, que estimula a produção de glóbulos
vermelhos, estabeleceu uma concentração máxima dessa célula no
corpo humano.
Assim, quem possui níveis baixos dessa célula poderia ingerir
um pouco de EPO desde que não
passasse do limite.
Mas a questão do doping está
saindo dos laboratórios e indo para os tribunais. Os advogados dos
esportistas questionam a eficácia
dos exames.
Dizem que há várias substâncias que fazem o exame antidoping dar positivo para hormônios
masculinos, inclusive a carne de
porcos não castrados.
O COI ainda resiste a essa argumentação, mas aumentam os riscos de a disputa parar nos tribunais. Se a questão legal continuar
a se desenvolver dessa maneira,
então os exames antidoping só
vão valer para quem não tiver um
bom advogado.
O grande contra-ataque deflagrado pelo Comitê Olímpico foi a
criação de uma agência mundial
de combate ao doping e a adoção
de uma legislação unificada para a
questão.
Mas os resultados ainda são tímidos. A agência não produziu
efeitos.
E algumas federações, importantes, como a própria Fifa, recusam-se a aderir à legislação antidoping proposta pelo COI.
(MD)
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