São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Doping é outro grande drama

da Reportagem Local

Além do futebol, o COI (Comitê Olímpico Internacional) enfrenta nos dias atuais apenas um grande desafio: o doping.
No início, o problema era de ordem farmacológica. Havia uma espécie de batalha dos atletas contra as comissões médico-desportivas, especialmente a do COI.
De um lado, os laboratórios criavam novas substâncias, ou adaptavam as já existentes para fazer os atletas irem mais rápido, mais longe e serem mais fortes, para parafrasear um dos lemas olímpicos.
Por outro lado, as comissões médicas tentam desenvolver testes para detectar o uso dessas novas substâncias.
Nessa disputa, que já dura quase meio século, os atletas vêm levando sempre vantagem -o que, de certa forma, é esperado, pois não há como desenvolver um teste para uma droga antes que ela seja usada.
O maior desafio tem sido o desenvolvimento de um teste sanguíneo seguro, que possa atestar sem erro quando um atleta usou determinada substância ilegal.
Por exemplo, o ciclismo, sabendo ser incapaz de detectar a utilização da substância EPO, que estimula a produção de glóbulos vermelhos, estabeleceu uma concentração máxima dessa célula no corpo humano.
Assim, quem possui níveis baixos dessa célula poderia ingerir um pouco de EPO desde que não passasse do limite.
Mas a questão do doping está saindo dos laboratórios e indo para os tribunais. Os advogados dos esportistas questionam a eficácia dos exames.
Dizem que há várias substâncias que fazem o exame antidoping dar positivo para hormônios masculinos, inclusive a carne de porcos não castrados.
O COI ainda resiste a essa argumentação, mas aumentam os riscos de a disputa parar nos tribunais. Se a questão legal continuar a se desenvolver dessa maneira, então os exames antidoping só vão valer para quem não tiver um bom advogado.
O grande contra-ataque deflagrado pelo Comitê Olímpico foi a criação de uma agência mundial de combate ao doping e a adoção de uma legislação unificada para a questão.
Mas os resultados ainda são tímidos. A agência não produziu efeitos.
E algumas federações, importantes, como a própria Fifa, recusam-se a aderir à legislação antidoping proposta pelo COI. (MD)


Texto Anterior: "Estrangeiros' ameaçam Luxemburgo
Próximo Texto: Futebol x Olimpíada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.