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FUTEBOL
Atletas buscam chance no exterior em Oliveira Júnior, agente e dirigente
Fama de empresário faz do Ituano vitrine de sonhos
MARCUS VINICIUS MARINHO
ENVIADO ESPECIAL A ITU
Oliveira Júnior é só mais um
empresário do futebol: é agente
Fifa e tem negócios que envolvem
cerca de 150 jogadores, desde a intermediação nas negociações até
a posse dos direitos federativos
dos atletas. Só que, ao contrário
dos outros, ele tem um clube.
Elio Aparecido de Oliveira (seu
nome real) é diretor-geral da Ituano Sociedade Civil de Futebol
Ltda., clube-empresa no qual o
Ituano se transformou em 1999.
Esse duplo papel é determinante para as contratações do time.
Os reforços se dividem, basicamente, em dois grupos: os atletas
que foram a Itu na esperança de
conseguir contratos no exterior
com os contatos de Oliveira e os
que já pertenciam ao empresário
e estão passando pelo clube.
"O Oliveira tem muita força, ele
tem diálogo com os clubes de fora. A gente que está nesse meio sabe que é importante estar em um
clube com a influência dele", diz o
atacante Jales, ex-São Caetano,
que assinou contrato com o Ituano -e com o agente- até 2008.
O atacante Tico Mineiro, que
disputou o Paulista de 2003 pela
Portuguesa Santista, concorda:
"Ele é muito influente, incentiva
os jogadores a virem para cá".
Além dos atraídos pela fama do
homem de negócios -que empresariou o lateral Roberto Carlos-, há os atletas que já pertenciam a Oliveira e passam em Itu
por um tempo de preparação, casos do lateral Luciano Baiano, ex-Flamengo, e de Leandro Amaral.
O atacante, ex-Portuguesa, Palmeiras e São Paulo, é empresariado por Oliveira há cerca de dez
anos e estava sem clube após deixar o Corinthians. Resultado: jogará no Ituano até que surja uma
proposta. "O Oliveira achou melhor que eu viesse para cá."
Além de ainda não ter atuado,
lesionado, o atleta também não
assistiu no estádio a nenhum jogo
do Ituano e não pensa em ficar
muito tempo no clube. "O futebol
brasileiro caiu bastante, quero
voltar ao exterior. Mas, antes de
tudo, quero pisar no campo de
novo e aparecer para o público.
Aqui tenho todas as condições."
Oliveira Júnior se mostra desgostoso com a administração do
futebol como negócio. "Não vale
mais a pena depois da Lei Pelé."
Ele se ressente das críticas que
recebeu à frente do clube desde
maio de 99. "Quando assumi, surgiu uma mentira de que o Ituano
não era mais da cidade só porque
tinha virado empresa." Os títulos
(o Paulista-02 e o Brasileiro da Série C em 2003), porém, trouxeram
reconhecimento a Oliveira, 44.
Mas neste ano o Ituano está devendo. Em sétimo no Grupo 2 do
Estadual e quase não tem chances
de classificação, o time viu ontem
a saída do técnico Paulo Comelli.
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