São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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FUTEBOL

Atletas buscam chance no exterior em Oliveira Júnior, agente e dirigente

Fama de empresário faz do Ituano vitrine de sonhos

MARCUS VINICIUS MARINHO
ENVIADO ESPECIAL A ITU

Oliveira Júnior é só mais um empresário do futebol: é agente Fifa e tem negócios que envolvem cerca de 150 jogadores, desde a intermediação nas negociações até a posse dos direitos federativos dos atletas. Só que, ao contrário dos outros, ele tem um clube.
Elio Aparecido de Oliveira (seu nome real) é diretor-geral da Ituano Sociedade Civil de Futebol Ltda., clube-empresa no qual o Ituano se transformou em 1999.
Esse duplo papel é determinante para as contratações do time. Os reforços se dividem, basicamente, em dois grupos: os atletas que foram a Itu na esperança de conseguir contratos no exterior com os contatos de Oliveira e os que já pertenciam ao empresário e estão passando pelo clube.
"O Oliveira tem muita força, ele tem diálogo com os clubes de fora. A gente que está nesse meio sabe que é importante estar em um clube com a influência dele", diz o atacante Jales, ex-São Caetano, que assinou contrato com o Ituano -e com o agente- até 2008.
O atacante Tico Mineiro, que disputou o Paulista de 2003 pela Portuguesa Santista, concorda: "Ele é muito influente, incentiva os jogadores a virem para cá".
Além dos atraídos pela fama do homem de negócios -que empresariou o lateral Roberto Carlos-, há os atletas que já pertenciam a Oliveira e passam em Itu por um tempo de preparação, casos do lateral Luciano Baiano, ex-Flamengo, e de Leandro Amaral.
O atacante, ex-Portuguesa, Palmeiras e São Paulo, é empresariado por Oliveira há cerca de dez anos e estava sem clube após deixar o Corinthians. Resultado: jogará no Ituano até que surja uma proposta. "O Oliveira achou melhor que eu viesse para cá."
Além de ainda não ter atuado, lesionado, o atleta também não assistiu no estádio a nenhum jogo do Ituano e não pensa em ficar muito tempo no clube. "O futebol brasileiro caiu bastante, quero voltar ao exterior. Mas, antes de tudo, quero pisar no campo de novo e aparecer para o público. Aqui tenho todas as condições."
Oliveira Júnior se mostra desgostoso com a administração do futebol como negócio. "Não vale mais a pena depois da Lei Pelé."
Ele se ressente das críticas que recebeu à frente do clube desde maio de 99. "Quando assumi, surgiu uma mentira de que o Ituano não era mais da cidade só porque tinha virado empresa." Os títulos (o Paulista-02 e o Brasileiro da Série C em 2003), porém, trouxeram reconhecimento a Oliveira, 44.
Mas neste ano o Ituano está devendo. Em sétimo no Grupo 2 do Estadual e quase não tem chances de classificação, o time viu ontem a saída do técnico Paulo Comelli.


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