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FUTEBOL
Frango com chucrute
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Oliver Kahn talvez tenha
contrariado a recomendação de Jorge Benjor e entrado em
campo com fome para enfrentar o
Real Madrid pela Copa dos Campeões, na semana passada, no estádio Olímpico de Berlim. O esperto compositor popular ensina,
numa sábia canção, que "goleiro
não pode falhar/ não pode ficar
com fome/ na hora de jogar/ senão, um frango aqui, um frango
ali, um frango acolá".
A essa altura, mesmo quem não
acompanhou a partida já deve ter
visto a constrangedora cena, repetida pela mídia mundial, na
qual o arqueiro do Bayern aceita
um chute perfeitamente defensável de Roberto Carlos em cobrança de falta.
A polêmica que se seguiu, como
não poderia deixar de ser, foi se
Kahn, afinal, ainda mereceria ser
considerado o melhor goleiro do
mundo. A meu ver, não.
O título, como se sabe, foi consolidado na Copa passada. Numa
votação realizada antes da partida final (o que é um completo absurdo), o gigante germânico ficou
com o galardão de melhor jogador do Mundial. A escolha, totalmente duvidosa, mostrou-se ainda mais complicada depois de o
goleiro ter "batido roupa" de forma bisonha no lance do gol de
Ronaldo. Ainda assim, mesmo
que não merecesse ser o melhor
jogador da Copa, combinou-se
que ele poderia ficar com o epíteto
de melhor goleiro do planeta.
Apesar de tudo, também acabei
convencendo-me de que isso deveria ser justo, especialmente depois de ouvir o veredicto -de certa forma comprometido, mas inegavelmente qualificado- de
Franz Beckembauer. O Kaiser
certamente viu incontáveis partidas de Kahn e conhece futebol de
sobra para julgar. Infelicidades
acontecem e devem ser avaliadas
dentro de uma série mais ampla
de eventos.
A penosa da última semana, no
entanto, acabou com o mito. Se é
certo que falhar é humano, o problema de Kahn é que seus erros
acontecem -ou pelo menos duas
vezes aconteceram- em momentos decisivos. Justamente quando
mais se necessitava da segurança
que um grande goleiro deve oferecer ao time, ele amarelou.
Nem todos devem ter entendido
a comemoração de Roberto Carlos imitando um frango depois do
gol. Na Europa, frango não é
frango. Na Alemanha, segundo
me dizem, não nem mesmo uma
gíria para essa falha clamorosa.
Frangos aconteceram aos montes na história do futebol. Uma
verdadeira granja. O mais humilhante é aquele típico, em que a
bola escorrega lentamente por entre as pernas do goleiro.
Pouca coisa se compara, entretanto, ao que aconteceu no dia 16
de março de 1964, no Maracanã.
Naquela data, o goleiro Valdir,
do Vasco, fez algo incrível. A partida era contra o Bangu e a equipe de São Januário vencia por um
gol. Num lance normal, ao tentar
repor a bola com a mão, Valdir
girou o corpo de tal forma que a
atirou contra suas próprias redes.
Love x Fabiano
No chatérrimo Paulista em curso, cheio de clubes inexpresivos
e jogos fracos, salvam-se alguns
rachões com muitos gols e uma
ou outra atuação individual de
qualidade. Entre elas, é de se
destacar as de Vágner Love. Se
bem que às vezes meio rebolativo, o atacante palmeirense está
confirmando a boa impressão
que deixou na conquista da Segundona. No fim de semana,
igualou-se na artilharia a Luis
Fabiano, o melhor centro-avante do país. A briga pela artilharia é boa e promissora. E
um ingrediente que ajuda a animar um pouco o campeonato.
Luxemburgo
Os motivos são vários para a
saída de Luxemburgo do Cruzeiro, mas ter que engolir o
Guilherme já seria, de fato,
mais do que suficiente...
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