São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2006

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Fifa reduz limitações à mídia, mas insinua cobrança por credenciais

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, insinuou que pode cobrar por credenciamento de jornalistas na Copa do Mundo. É o que está em carta do dirigente, em resposta às críticas da WAN (Associação Mundial de Jornais), que atacou as restrições impostas à imprensa para o Mundial-2006.
A disputa tem dois campos. A Fifa proibiu os sites de internet de usarem fotos dos jogos enquanto estiverem sendo realizados. Aos jornais, impediu a sobreposição de títulos nas fotografias.
Houve negociação com a WAN, o que levou a entidade esportiva a ceder em alguns pontos. Mas as conversas foram interrompidas com trocas de acusações e versões diferentes sobre o rompimento.
Ontem, Blatter afirmou que "não haverá restrições na edição de fotografias". E informou que os títulos poderão ser publicados sobre as imagens, em uma revisão de suas regras.
Mas, no seu site, o regulamento de credenciamento mantém a proibição de sobrepor títulos. Deve ser modificado, mas seus novos termos não estão claros. A WAN afirmou que a Fifa ainda quer impor limitações.
"Não pode ter título sobre os logos dos patrocinadores da Fifa, o que é um absurdo. É uma interferência à liberdade de informação de qualquer jeito", afirmou Larry Kilman, porta-voz da WAN.
Em sua carta, Blatter escreveu que o credenciamento para a imprensa escrita para o Mundial é gratuito, ressaltando que investe para dar infra-estrutura para os jornalistas. Em seguida, diz que "nós esperamos que possamos continuar a usar esta prática no futuro e não sejamos forçados a mudar nossa política".
A WAN estranhou essa lembrança, já que o assunto do credenciamento não estava em questão. "Não consigo imaginar a cobrança de credenciais. Eles realmente acham que isso pode acontecer?", disse Kilman.
Para a WAN, a principal questão a ser discutida são as limitações a uso de imagens pelos sites. A princípio, a Fifa queria proibir a utilização delas até duas horas depois dos jogos. Recuou, e agora permitirá que isso aconteça logo após as partidas. Há uma limitação de dez fotos por jogo.
Ontem, Blatter afirmou que não abriria mão desse ponto, encerrando negociações com a WAN. Alegou que defendia contratos comerciais e acusou as agências de fotos, aliadas da associação de jornais, de agirem da mesma forma. A carta de Blatter foi uma resposta a comunicado de Timothy Balding, presidente da WAN.


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