São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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memória

Há 90 anos, jogo estreava casa corintiana

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Corinthians inaugura hoje a sua praça de sports, recém construída na Floresta. Do festival, a parte mais interessante é o match entre os teams daquella associação e do Palestra Itália, prova que vem despertando o interesse por motivo da rivalidade, há longo tempo existente entre os dois clubs."
O texto acima poderia falar da inauguração do novo estádio corintiano.
Isso não fosse a idade do registro, 90 anos, os termos em inglês e o antigo nome do rival Palmeiras.
Antes das longas tentativas frustradas de ter uma arena, o Corinthians chegou a ter um estádio também na marginal Tietê. Como o que a atual diretoria planeja ter em 2010.
O Campo da Ponte Grande foi a primeira casa dos alvinegros, erguida pelos próprios jogadores, além de associados e dirigentes, que, após jornadas normais de trabalho no dia, construíam-na à noite e em finais de semana.
A Ponte Grande pertenceu ao clube até 1928, quando o Corinthians passou a usar a Fazendinha e o estádio foi cedido à Associação Atlética São Bento.
A área foi cedida pela prefeitura com auxílio do advogado Antônio Alcântara Machado, corintiano.
Hoje, não há sombras do estádio. E não há dados que dêem conta de como ele desapareceu. Sabe-se apenas que ficava onde é hoje a ponte das Bandeiras, próximo ao Clube de Regatas Tietê.
Não há registros de quanto o clube gastou na sua construção, o tempo que a obra tomou ou mesmo fotografias dela.
O que se sabe é que o Corinthians não tinha condições de pagar uma empresa para fazê-lo. Daí a idéia de erguer o estádio à unha.
E para inaugurar tal obra, em março de 1918, nada melhor que um jogo contra o seu maior rival da época, o Palestra.
Jornais da época contam que o kick inicial foi de Alcântara Machado e que o jogo começou melhor para o Corinthians. Os 3 a 1 antes do half time, com dois gols de Neco e um de Bororó, empolgavam os cerca de 8.000 fãs.
O Palestra empatou no segundo tempo, mas os registros divergem quanto aos autores dos gols. Depois, o jogo ficou violento, algo que não cabia para uma partida amistosa. A "falta de consistência" do juiz ainda foi contestada.
O 3 a 3 entrou para a história, como Neco e Bororó, Heitor e Ministro. Mas o campo está só em parcos registros, de 90 anos.


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