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memória
Há 90 anos, jogo estreava casa corintiana
JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
"O Corinthians inaugura hoje a sua praça de
sports, recém construída
na Floresta. Do festival, a
parte mais interessante é o
match entre os teams daquella associação e do Palestra Itália, prova que
vem despertando o interesse por motivo da rivalidade, há longo tempo existente entre os dois clubs."
O texto acima poderia
falar da inauguração do
novo estádio corintiano.
Isso não fosse a idade do
registro, 90 anos, os termos em inglês e o antigo
nome do rival Palmeiras.
Antes das longas tentativas frustradas de ter uma
arena, o Corinthians chegou a ter um estádio também na marginal Tietê.
Como o que a atual diretoria planeja ter em 2010.
O Campo da Ponte
Grande foi a primeira casa
dos alvinegros, erguida pelos próprios jogadores,
além de associados e dirigentes, que, após jornadas
normais de trabalho no
dia, construíam-na à noite
e em finais de semana.
A Ponte Grande pertenceu ao clube até 1928,
quando o Corinthians passou a usar a Fazendinha e
o estádio foi cedido à Associação Atlética São Bento.
A área foi cedida pela
prefeitura com auxílio do
advogado Antônio Alcântara Machado, corintiano.
Hoje, não há sombras do
estádio. E não há dados
que dêem conta de como
ele desapareceu. Sabe-se
apenas que ficava onde é
hoje a ponte das Bandeiras, próximo ao Clube de
Regatas Tietê.
Não há registros de
quanto o clube gastou na
sua construção, o tempo
que a obra tomou ou mesmo fotografias dela.
O que se sabe é que o Corinthians não tinha condições de pagar uma empresa para fazê-lo. Daí a idéia
de erguer o estádio à unha.
E para inaugurar tal
obra, em março de 1918,
nada melhor que um jogo
contra o seu maior rival da
época, o Palestra.
Jornais da época contam que o kick inicial foi
de Alcântara Machado e
que o jogo começou melhor para o Corinthians.
Os 3 a 1 antes do half time,
com dois gols de Neco e
um de Bororó, empolgavam os cerca de 8.000 fãs.
O Palestra empatou no
segundo tempo, mas os registros divergem quanto
aos autores dos gols. Depois, o jogo ficou violento,
algo que não cabia para
uma partida amistosa. A
"falta de consistência" do
juiz ainda foi contestada.
O 3 a 3 entrou para a história, como Neco e Bororó,
Heitor e Ministro. Mas o
campo está só em parcos
registros, de 90 anos.
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