São Paulo, domingo, 2 de março de 1997.

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MARKETING
Folha constata que placas de propaganda usadas em ginásios e estádios desrespeitam normas de segurança
Publicidade ameaça a saúde dos atletas

JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local

As placas de propaganda usadas em ginásio e estádios no Brasil cumprem dupla função: divulgam o nome do anunciante e representam um perigo para os atletas.
Presentes em diferentes torneios, nem sempre estão de acordo com as exigências (material, tamanho e posicionamento) estabelecidas pelos próprios organizadores.
No regulamento de marketing da Confederação Brasileira de Vôlei, por exemplo, estão fixados em detalhes as distâncias e o material que deve ser empregado.
A Folha visitou ginásios em São Paulo, onde são disputadas partidas da Superliga. Nenhum deles cumpre o regulamento.
No do Report/Suzano as placas ficam a três metros da lateral da quadra, quando o regulamento prevê de cinco a seis metros.
Já as placas do fundo ficam a menos de sete metros. O correto seria de oito a nove metros.
A quadra curta também atinge o Banespa: 6,90 metros de um lado e 7,10 metros do outro. Desta vez, também as placas estão fora das normas. São feitas em chapa única de madeira compensada e foram confeccionadas a mando do próprio clube. O manual prevê placas mais leves, fornecidas pela CBV.
No Palmeiras, que também abriga jogos de basquete, as distâncias mínimas não são respeitadas.
A CBV (leia texto abaixo) reconhece que os ginásios estão fora das especificações.
No futebol, não há regras claras. Fica no campo do presumido.
Segundo a Federação Paulista de Futebol, por meio de seu departamento técnico, o padrão é mais ou menos 1,5 metro. O departamento jurídico da Confederação Brasileira de Futebol não soube informar.
O campo da Lusa, no Canindé, é reprovado pelos padrões da FPF.
A linha de fundo próxima à marca do escanteio está a 1,25 metro das placas. E as placas são fixas (a resistência é maior no choque).
O estádio do Palmeiras foi aprovado no que se refere à distância. Mas também tem placas fixas.
O Morumbi, por sua vez, tem a distância lateral de apenas 1,30 metro. Nesse caso, o jogadores não colidiriam com a placa (que fica a 5,25 metros), mas a pista que está em um nível abaixo do campo.
Já a Confederação Brasileira de Basquete fornece as placas utilizadas nos jogos e define as regras.
O ginásio do Palmeiras, no entanto, não atende às exigências mínimas. A margem de segurança, que deveria ser de 1 metro, é de 1,25 metro nas laterais -mas, como os suportes da placa têm 30 cm de cada lado, no final fica com um déficit de cinco centímetros.
Pior: o jogador que tombar na placa corre o risco de cair fora da quadra porque elas ficam encostadas à grade lateral.
O do Guaru, porém, fica dentro dos parâmetros da entidade.

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