São Paulo, terça-feira, 02 de abril de 2002

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'Consigo antever mais as jogadas que em 98'

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Folha - Você é a estrela de um famoso clube europeu. Nas eliminatórias para o Mundial deste ano fez três gols na histórica goleada inglesa contra os arqui-rivais alemães, dentro da Alemanha. E a Copa da França, de 1998, também é bastante lembrada por seu gol contra a Argentina, pelas oitavas-de-final. Aos 22 anos, você está satisfeito com os rumos de sua carreira?
Michael Owen -
Posso resumir facilmente o que me falta para me deixar realmente satisfeito. Esses momentos citados eu nunca vou esquecer, mas os trocaria pelo título de campeão mundial para o meu país e a taça da liga inglesa para o meu clube [na fila desde a temporada de 1989/1990".
Como jogador, é isso o que eu ainda não conquistei. Espero que eu possa mudar essa situação em um futuro bem próximo.

Folha - Qual é sua seleção favorita para vencer a Copa?
Owen -
É difícil apontar um só time como favorito, porque hoje todos fazem projeções sentados em sua poltrona e tal, mas, quando o torneio começa, qualquer adivinhação anterior não vale nada. Chutando agora, diria que os favoritos são França, Argentina, Brasil, Itália e, lógico, Inglaterra.

Folha - Quais são os jogadores que, na sua opinião, irão brilhar no torneio?
Owen -
Essa pergunta é mais difícil ainda de responder. Pelo menos os jogadores que eu estou ansioso para ver em ação são Rivaldo, Zidane, Henry e Figo, só para citar alguns. Pode ser a Copa do David Beckham também, se depender da vontade que ele demonstra ter para disputá-la.

Folha - E você? O que difere o Michael Owen 2002 do Michael Owen 1998? Quais suas expectativas pessoais para o Mundial deste ano?
Owen -
Eu estou mais equilibrado pessoal e profissionalmente do que há quatro anos. Consigo antever mais as jogadas do que em 1998. O meu ímpeto está mais controlado. Espero que saiba dosá-lo bem. É bom às vezes não pensar e jogar apenas com o ímpeto. Uma jogada decisiva pode dar resultado assim.

Folha - E quais são suas expectativas quanto à performance da Inglaterra no Mundial?
Owen -
Acho que somos uma equipe difícil de ser batida. Considero que temos tanta chance de ganhar a Copa quanto qualquer outra seleção favorita. Mas, como em todos os Mundiais passados, é preciso ter também um pouco de sorte do seu lado para poder chegar ao título. A sorte que nos faltou na França, por exemplo.

Folha - Como você vê as chances do Brasil na Copa, levando em conta a pífia campanha do time nas eliminatórias e os problemas nos recentes jogos de preparação?
Owen -
Não dá para fazer uma crítica definitiva de uma seleção como a do Brasil apenas analisando os últimos jogos. Toda grande equipe está sujeita a uma má temporada quando vive experimentando novos jogadores e trocando de técnicos. O Brasil é um time "copeiro". Sabe ser grande na hora em que interessa.

Folha - Você viu o Brasil jogar recentemente? Qual é a primeira coisa que vem a sua mente quando você pensa em seleção brasileira?
Owen -
Na minha cabeça o Brasil nunca vai deixar de ter um time poderoso e favorito. Há tantos jogadores talentosos no país que vocês não conseguem nem contá-los. Quando a Copa do Mundo deste ano começar, as eliminatórias, os amistosos de preparação, nada disso vai interessar. Lá estarão os brasileiros nas finais.

Folha - Quer dar sua opinião sobre a convocação ou não do atacante Romário?
Owen -
O Romário é um dos melhores jogadores do Brasil desde sempre. Ele não está convocado?



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