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'Consigo antever mais as jogadas que em 98'
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Folha - Você é a estrela de um
famoso clube europeu. Nas eliminatórias para o Mundial deste ano
fez três gols na histórica goleada
inglesa contra os arqui-rivais alemães, dentro da Alemanha. E a Copa da França, de 1998, também é
bastante lembrada por seu gol contra a Argentina, pelas oitavas-de-final. Aos 22 anos, você está satisfeito com os rumos de sua carreira?
Michael Owen - Posso resumir
facilmente o que me falta para me
deixar realmente satisfeito. Esses
momentos citados eu nunca vou
esquecer, mas os trocaria pelo título de campeão mundial para o
meu país e a taça da liga inglesa
para o meu clube [na fila desde a
temporada de 1989/1990".
Como jogador, é isso o que eu
ainda não conquistei. Espero que
eu possa mudar essa situação em
um futuro bem próximo.
Folha - Qual é sua seleção favorita para vencer a Copa?
Owen - É difícil apontar um só time como favorito, porque hoje
todos fazem projeções sentados
em sua poltrona e tal, mas, quando o torneio começa, qualquer
adivinhação anterior não vale nada. Chutando agora, diria que os
favoritos são França, Argentina,
Brasil, Itália e, lógico, Inglaterra.
Folha - Quais são os jogadores
que, na sua opinião, irão brilhar no
torneio?
Owen - Essa pergunta é mais difícil ainda de responder. Pelo menos os jogadores que eu estou ansioso para ver em ação são Rivaldo, Zidane, Henry e Figo, só para
citar alguns. Pode ser a Copa do
David Beckham também, se depender da vontade que ele demonstra ter para disputá-la.
Folha - E você? O que difere o Michael Owen 2002 do Michael Owen
1998? Quais suas expectativas pessoais para o Mundial deste ano?
Owen - Eu estou mais equilibrado pessoal e profissionalmente do
que há quatro anos. Consigo antever mais as jogadas do que em
1998. O meu ímpeto está mais
controlado. Espero que saiba dosá-lo bem. É bom às vezes não
pensar e jogar apenas com o ímpeto. Uma jogada decisiva pode
dar resultado assim.
Folha - E quais são suas expectativas quanto à performance da Inglaterra no Mundial?
Owen - Acho que somos uma
equipe difícil de ser batida. Considero que temos tanta chance de
ganhar a Copa quanto qualquer
outra seleção favorita. Mas, como
em todos os Mundiais passados, é
preciso ter também um pouco de
sorte do seu lado para poder chegar ao título. A sorte que nos faltou na França, por exemplo.
Folha - Como você vê as chances
do Brasil na Copa, levando em conta a pífia campanha do time nas eliminatórias e os problemas nos recentes jogos de preparação?
Owen - Não dá para fazer uma
crítica definitiva de uma seleção
como a do Brasil apenas analisando os últimos jogos. Toda grande
equipe está sujeita a uma má temporada quando vive experimentando novos jogadores e trocando
de técnicos. O Brasil é um time
"copeiro". Sabe ser grande na hora em que interessa.
Folha - Você viu o Brasil jogar recentemente? Qual é a primeira coisa que vem a sua mente quando você pensa em seleção brasileira?
Owen - Na minha cabeça o Brasil
nunca vai deixar de ter um time
poderoso e favorito. Há tantos jogadores talentosos no país que
vocês não conseguem nem contá-los. Quando a Copa do Mundo
deste ano começar, as eliminatórias, os amistosos de preparação,
nada disso vai interessar. Lá estarão os brasileiros nas finais.
Folha - Quer dar sua opinião sobre a convocação ou não do atacante Romário?
Owen - O Romário é um dos melhores jogadores do Brasil desde
sempre. Ele não está convocado?
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