|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Esvaziamento favorece brasileiros na Copa do Mundo do Rio
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca foi tão fácil para o Brasil
conquistar uma medalha na Copa
do Mundo de ginástica artística.
Além de atuar em casa e de
competir com sua maior delegação -seis atletas-, o país enfrentará a partir de hoje, quando o
Riocentro abriga a oitava etapa da
Copa, os menores números de rivais e de nações registrados pelo
torneio no atual ciclo (2003/2004).
Ao todo, a competição terá 54
ginastas de 19 países, que disputarão a fase de classificação hoje e as
finais amanhã e no domingo.
Segundo a Federação Internacional de Ginástica, apesar da relevância do evento -a Copa só
perde em importância para o
Mundial e para a Olimpíada-,
quatro fatores pesaram contra a
vinda de mais atletas ao Rio.
"A proximidade com o Campeonato Europeu [daqui a duas
semanas] e o evento-teste em
Atenas [há 15 dias] prejudicaram
um pouco", diz Philippe Silacci,
gerente de comunicação da FIG.
De acordo com ele, o alto custo
da viagem da Europa para o Brasil
e a preparação de alguns países
para os Jogos de Atenas também
tiraram ginastas da etapa do Rio.
O esvaziamento, porém, não é
motivo de preocupação para a
Confederação Brasileira de Ginástica. "No fim do ano, técnicos
da Rússia e da Romênia pressionaram o Brasil a alterar a data, dizendo que teriam problemas com
o fuso horário e que não viriam se
a Copa não fosse em setembro.
Tentamos negociar, pois seria interessante contar com atletas de
elite. Mas eles não deram garantias, e nós mantivemos os compromissos com a TV, com a prefeitura e com o COB", diz Vicélia
Florenzano, presidente da CBG.
A dirigente afirma que, por um
lado, o baixo número de atletas
contribuirá para a realização do
evento nas datas e nos horários
previstos. "É a nossa primeira etapa no modelo moderno [São Paulo abrigou a Copa em 1978] e isso
é bom para testar a nossa estrutura e o nosso pessoal em um evento
desse porte. Estamos tirando 26
anos de defasagem."
Vicélia diz ainda que tem garantias da FIG de que o Rio terá uma
etapa anual até 2007. Segundo ela,
essa freqüência fará com que o
evento reúna mais competidores.
Apesar de estarem presentes algumas estrelas da ginástica, como
a uzbeque Oksana Chusovitina
(campeã mundial no salto) e o
búlgaro Jordan Jovtchev (campeão mundial no solo e nas argolas), o baixo número de atletas favorece Daiane dos Santos, Diego e
Daniele Hypólito, Camila Comin,
Mosiah Rodrigues e Michel Conceição, que poderão quebrar o jejum de o país nunca ter obtido
uma medalha no masculino em
torneios de ponta da FIG, além de
superar a marca de dois pódios
obtidos em uma etapa do evento.
Contribuem para isso ainda o
fato de a Copa do Mundo ser o
evento da FIG que mais medalhas
deu ao Brasil -sete (quatro ouros, duas pratas e um bronze)- e
o fato de Daiane ser favorita para
ampliar sua série de três ouros
consecutivos no evento.
Além de estrear uma nova coreografia, ela terá pela frente 15 rivais no solo, sendo as principais
adversárias a compatriota Daniele, que se encontra em má fase,
Oksana Chusovitina, que já deixou claro que o aparelho não é o
seu forte, e a mexicana Brenda
Magaña, que ocupa apenas a 19ª
posição no ranking mundial.
"É uma pena, mas sabíamos que
elas [as européias] não viriam. É
chato, mas o Europeu é um Mundial para elas e nós não podemos
fazer nada", afirma Daiane, que
participa de sua sétima etapa da
Copa do Mundo e já soma cinco
medalhas (três ouros, uma prata e
um bronze).
NA TV - Copa do Mundo de
ginástica, na Sportv, às 13h e
às 17h, e na Sportv 2, às 14h, ao vivo
Texto Anterior: Saiba mais: País ganha torneio após insistência, parcerias e título Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|