São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2004

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Esvaziamento favorece brasileiros na Copa do Mundo do Rio

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca foi tão fácil para o Brasil conquistar uma medalha na Copa do Mundo de ginástica artística.
Além de atuar em casa e de competir com sua maior delegação -seis atletas-, o país enfrentará a partir de hoje, quando o Riocentro abriga a oitava etapa da Copa, os menores números de rivais e de nações registrados pelo torneio no atual ciclo (2003/2004).
Ao todo, a competição terá 54 ginastas de 19 países, que disputarão a fase de classificação hoje e as finais amanhã e no domingo.
Segundo a Federação Internacional de Ginástica, apesar da relevância do evento -a Copa só perde em importância para o Mundial e para a Olimpíada-, quatro fatores pesaram contra a vinda de mais atletas ao Rio.
"A proximidade com o Campeonato Europeu [daqui a duas semanas] e o evento-teste em Atenas [há 15 dias] prejudicaram um pouco", diz Philippe Silacci, gerente de comunicação da FIG.
De acordo com ele, o alto custo da viagem da Europa para o Brasil e a preparação de alguns países para os Jogos de Atenas também tiraram ginastas da etapa do Rio.
O esvaziamento, porém, não é motivo de preocupação para a Confederação Brasileira de Ginástica. "No fim do ano, técnicos da Rússia e da Romênia pressionaram o Brasil a alterar a data, dizendo que teriam problemas com o fuso horário e que não viriam se a Copa não fosse em setembro. Tentamos negociar, pois seria interessante contar com atletas de elite. Mas eles não deram garantias, e nós mantivemos os compromissos com a TV, com a prefeitura e com o COB", diz Vicélia Florenzano, presidente da CBG.
A dirigente afirma que, por um lado, o baixo número de atletas contribuirá para a realização do evento nas datas e nos horários previstos. "É a nossa primeira etapa no modelo moderno [São Paulo abrigou a Copa em 1978] e isso é bom para testar a nossa estrutura e o nosso pessoal em um evento desse porte. Estamos tirando 26 anos de defasagem."
Vicélia diz ainda que tem garantias da FIG de que o Rio terá uma etapa anual até 2007. Segundo ela, essa freqüência fará com que o evento reúna mais competidores.
Apesar de estarem presentes algumas estrelas da ginástica, como a uzbeque Oksana Chusovitina (campeã mundial no salto) e o búlgaro Jordan Jovtchev (campeão mundial no solo e nas argolas), o baixo número de atletas favorece Daiane dos Santos, Diego e Daniele Hypólito, Camila Comin, Mosiah Rodrigues e Michel Conceição, que poderão quebrar o jejum de o país nunca ter obtido uma medalha no masculino em torneios de ponta da FIG, além de superar a marca de dois pódios obtidos em uma etapa do evento.
Contribuem para isso ainda o fato de a Copa do Mundo ser o evento da FIG que mais medalhas deu ao Brasil -sete (quatro ouros, duas pratas e um bronze)- e o fato de Daiane ser favorita para ampliar sua série de três ouros consecutivos no evento.
Além de estrear uma nova coreografia, ela terá pela frente 15 rivais no solo, sendo as principais adversárias a compatriota Daniele, que se encontra em má fase, Oksana Chusovitina, que já deixou claro que o aparelho não é o seu forte, e a mexicana Brenda Magaña, que ocupa apenas a 19ª posição no ranking mundial.
"É uma pena, mas sabíamos que elas [as européias] não viriam. É chato, mas o Europeu é um Mundial para elas e nós não podemos fazer nada", afirma Daiane, que participa de sua sétima etapa da Copa do Mundo e já soma cinco medalhas (três ouros, uma prata e um bronze).


NA TV - Copa do Mundo de ginástica, na Sportv, às 13h e às 17h, e na Sportv 2, às 14h, ao vivo


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