São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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AÇÃO

Atual há 30 anos


A evolução dos desenhos das pranchas de surfe nas últimas décadas contribuiu pouco para o nível do esporte


CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

NA PÁSCOA de 1981, uma inovação de equipamento mudou o rumo do surfe para sempre. Durante o The Rip Curl 3GL Easter Classic, segunda etapa do Mundial, disputada em Bells Beach, Austrália, o australiano Simon Anderson apresentou a Thruster, um inédito modelo de prancha com três quilhas do mesmo tamanho.
Na época, Mark Richards deslizava sobre uma twin fin e reinava absoluto. Com a prancha de duas quilhas e bem menor que as predominantes monoquilhas de então, Richards já havia conquistado dois títulos mundiais e caminhava para o seu terceiro, abrindo a temporada com a vitória no Stubbies Classic, em Burleigh Heads, dias antes.
Os títulos, as manobras em espaços curtos e o estilo, que lhe valeu o apelido de "gaivota ferida", faziam de Richards um garoto-propaganda imbatível, e as pranchas biquilhas, que foram ficando cada vez menores, conquistavam o mundo.
Mas Anderson, com sua inovadora 6'6 tri fin, faria história naquela Páscoa. As ondas, que chegavam aos 15 pés, e um forte vento terral dificultavam a vida dos competidores, na maioria, com pranchas menores que as exigidas para as condições.
Daí o desempenho de Anderson, que há quatro anos não vencia no Tour, ser ainda mais surpreendente.
Sua prancha também era pequena para as ondas, mas ele as descia com segurança, como se estivesse de monoquilha, e manobrava como só numa biquilha. Na final, bateu Cheyne Horan, que venceria o Waimea 5.000, a etapa brasileira. Anderson ganharia mais duas etapas em 81, inclusive o Pipe Masters, igualando o número de vitórias de Richards, que levou naquele ano o terceiro de seus quatro títulos mundiais.
Desde então as triquilhas são unanimidade. Pouca coisa relevante aconteceu nas pranchas desde então. O que houve mais recentemente foi uma releitura de antigos modelos. Na falta de uma invenção que marque uma nova fase no esporte, como a Thruster permitiu, a indústria se reinventa, e o surfe evolui mesmo é a partir da criatividade e da condição técnica dos atletas.

MUNDIAL DE SURFE - WT
Começou no dia 30 o Rip Curl Pro, em Bells, Austrália. Com ondas pequenas, o evento vem sendo adiado. Gabriel Medina, 16, convidado, reforça o time brasileiro. O feminino já está na terceira fase. Silvana Lima defende o título.

BIG SURFE
Terminaram com o inverno no hemisfério Norte as inscrições da 10ª edição do Billabong XXL. Os vencedores sairão no dia 23. O surfe na remada ganhou proporção.

X-GAMES BRASIL
A segunda edição foi confirmada, será no Sambódromo do Anhembi, entre os dias 23 e 26 de setembro.

sarli@trip.com.br


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