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Nem futebol nem decepção total
JUCA KFOURI
Colunista da Folha
Se o futebol total prometido
por Wanderley Luxemburgo
não apareceu nos jogos na Ásia
-e nem poderia-, pelo menos
a decepção foi apenas parcial.
A vitória diante do Japão,
fruto de dois erros primários
dos rivais (o primeiro no desarme de Flávio Conceição na intermediária adversária e o segundo na saída em falso do goleiro japonês), mostrou, ao menos, que, com o time acordado,
mais bem adaptado à brutal
diferença de fuso horário, o valor individual ainda prevalece.
É verdade que, nas duas partidas, seis dos titulares vieram
da Europa, com diferença menor de fuso (oito horas) e com
frio semelhante ao encontrado
em Seul e Tóquio.
Mas, mesmo que os "europeus" tenham sofrido menos do
que seus cinco companheiros
que saíram do Brasil, a soma
dos sofrimentos mais o desentrosamento é razão suficiente
para o nenhum brilho demonstrado nos gramados asiáticos.
É de se esperar, portanto, que
nenhum jogador tenha sido vítima de uma sentença definitiva, casos, principalmente, de
Juninho, Alessandro e Jardel,
que foram os que ficaram mais
distantes do que podem.
Aliás, já começa a ficar difícil
entender certas atitudes de Luxemburgo. Ele não esconde dos
mais íntimos que nem Juninho
nem Alessandro nem Jardel são
jogadores que vê com potencial
para a seleção.
De Juninho, ele diz que gosta
mais do outro, o que está no
Atlético de Madrid.
Alessandro ele vê como jogador de clube, e Jardel seria o caso típico do goleador que precisa que o time jogue em função
dele, algo que não faz sentido
numa seleção brasileira.
Mesmo assim, convocou-os,
talvez porque mudou de opinião ou porque quis mostrar
que eles não servem.
Tomara que a primeira opção
seja a correta, porque, se não
há pecado algum em mudar de
opinião, fritar jogadores é uma
coisa simplesmente odiosa e
desnecessária.
Estranha portaria foi publicada no Diário Oficial do Município de São Paulo, do último
dia 30 de março, sob o título
"Publicação por Omissão".
"Autorizo a utilização do Estádio Municipal Paulo Machado
de Carvalho para a realização
da festa de abertura do Campeonato Paulista de 1999 no
dia 25 de janeiro de 1999..."
O Vasco é hoje o maior clube
poliesportivo do país. Natação,
remo, futsal, futebol, é claro,
basquete e por aí afora.
O título sul-americano conquistado diante do catimbeiro
quinteto do Boca Juniors, com
vitórias lá e cá, é histórico e
inesquecível.
Mas não a ponto de apagar da
memória que equipes, como as
de Franca, do Sírio e do Corinthians, também conseguiram,
anos atrás, façanha semelhante. É só porque a Liga Sul-Americana tem apenas quatro anos
de vida que se pode considerar
como inédito o título vascaíno.
O Sírio, por sinal, chegou a ser
campeão mundial, algo que será impossível ao Vasco, porque,
então, o campeão da NBA não
participava do torneio que reunia os campeões continentais.
O Flamengo, por falar em remo, está desonrando sua história, clube de regatas que é sua
origem, ao se insurgir contra o
controle antidoping nas provas
que participa.
²
Juca Kfouri escreve aos domingos, às terças e às
sextas-feiras
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