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BASQUETE
Vasco x Vasco + Vasco =
MELCHIADES FILHO
Em menos de dois anos, o Vasco
virou referência para o basquete
masculino no país.
Por mais que os flamenguistas
acenem com o triunfo no Estadual e os francanos lembrem do
título do Nacional, coube na verdade aos vascaínos a maior conquista de um time brasileiro em
1999 (e na história): o vice-campeonato mundial, chancelado pela Federação Internacional.
Neste ano, o time parece que tomou embalo de vez.
Nas quadras, já sob o comando
de Hélio Rubens, assegurou o bi
da Liga Sul-Americana. E, no fim-de-semana, tornou-se o primeiro
a garantir classificação para a segunda fase do Nacional.
Fora delas, solidificou planos
expansionistas, "para difundir a
marca". É o primeiro clube a bancar equipes adultas de basquete
em Estados diferentes. Já fez um
acordo com o Barueri, campeão
paulista em 1998. E abriu negociações com Joinville e Blumenau por
uma filial catarinense. Em ambos
os casos, Prefeitura e clube local
respondem pela infra-estrutura; o
Vasco, pela folha de pagamentos.
A investida sobre a bola-ao-cesto faz parte de uma estratégia amparada pelo Bank of America. Alcunhada de Projeto Potência Esportiva, deve girar R$ 18 milhões
em 2000 -três vezes, segundo a
Folha apurou, o que o governo federal destinou a todo o esporte dito "amador" ao longo de 1999.
É uma bolada boa. E o basquete
tem todo o direito de tentar pegar
a maior fatia que puder.
Entendo, por conta disso, o frenesi no interior de São Paulo -algumas cidades se candidataram
aos cifrões vascaínos, casos de Rio
Claro, São Carlos e Jundiaí (o Vasco sonha com Franca...).
Mas acho que a coisa pode estar
escapando ao controle.
Não fosse o envolvimento de Hélio Rubens, mesmo no Rio haveria
motivos para desconfiar da manutenção do projeto após a Olimpíada. Afinal, a torcida vascaína
ainda não acordou. Os jogos no
Rio raramente reúnem mais de
mil pessoas -o descaso chegou a
embaraçar os dirigentes na decisão do sul-americano.
Mas são as implicações da tal
política de expansão que preocupam mais. O "tiro" em Barueri
não rendeu frutos. A filial ficou em
um modesto 6º lugar no Paulista-99 e enfrenta dificuldades para sobreviver no Nacional-00. Muitos
dão como definido o abandono
pela matriz em dois meses, exatamente quando as cidade paulista
estará erguendo um novo ginásio
para o time.
A festejada parceria pode, portanto, se esfarelar rapidinho. Ele
já se acostumou aos tombos, mas o
basquete brasileiro não pode
mais jogar dinheiro no lixo.
Se o Barueri se classificar, é praticamente certo um confronto entre Vascos no primeiro "round"
dos mata-matas do Nacional-00.
E aí entra outra discussão. No futebol, o dirigente cruzmaltino Eurico Miranda lidera uma agitada
cruzada contra o "cartel de patrocinadores". E no basquete? Vas-
co 3, não tem problema?
NOTAS
Equação 1
A primeira fase do Nacional
feminino terminou de forma
emocionante, com a calculadora nas mãos. A última rodada, encerrada após o fechamento desta coluna, serviria
para definir o campeão (Santo
André, Osasco ou Paraná) e
para eleger o último dos quatro
classificados (Ourinhos, Campinas ou Guaru) às semifinais.
Equação 2
Pena só que a competição
dure tão pouco. Com menos
de dois meses, não há campeonato que decole -os times não
formam identidade, os patrocinadores não obtêm retorno e
o torcedor passa à margem.
Equação 3
Paula enfim escancarou informação aqui veiculada em
fevereiro, de que um boicote
das colegas do Osasco apressou sua aposentadoria. "Um
grupo de jogadoras afirmava
que estrelas não tinham vez",
escreveu para o site "sportsja".
E-mail melk@uol.com.br
Melchiades Filho escreve às terças
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