São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL Geninho culpa expulsão do lateral pela derrota de virada para o River Plate pelas oitavas-de-final da Libertadores Kléber perde cabeça, e Corinthians, o jogo
RICARDO PERRONE DA REPORTAGEM LOCAL O Corinthians enfrentou ontem tudo o que temia na Argentina e, nos últimos minutos, deixou escapar a vitória contra o River Plate. De virada, o time brasileiro perdeu por 2 a 1, levando gols aos 41min e aos 44min da etapa final. Entre os temores dos brasileiros estava a provocação dos rivais. E foi justamente após Kléber se irritar com D"Alessandro e ser expulso que começou a derrocada. Até então, a equipe de Geninho estava perto de sair vitoriosa num confronto típico de jogos decisivos do torneio internacional, com pressão do rival desde o início, provocações e expulsões. Enquanto perdia, era o River que tinha um jogador a menos, já que Husain havia sido expulso. "Saio da Argentina frustrado porque estávamos com a vitória nas mãos", lamentou Geninho. Agora a equipe do Parque São Jorge precisa vencer o segundo jogo, em São Paulo, dia 14, por dois gols de diferença. Se ganhar pela vantagem mínima, levará a decisão da vaga para as quartas-de-final para a disputa de pênaltis. Geninho culpou o cartão vermelho recebido por seu lateral pelo mau resultado. "A expulsão do Kléber renovou as forças do River", afirmou o técnico. Ele ficou inconformado com a desobediência do jogador. Durante a preparação para o confronto no Monumental, Geninho martelou na cabeça de seus jogadores a importância de não revidar possíveis provocações. "Todos tinham sido avisados para não reagir. Mostrei até a fita de um jogo deles que teve confusão", lembrou no vestiário. A estratégia dos argentinos, depois de perderem um jogador expulso e, em seguida, sofrerem um gol, foi justamente provocar. Jorge Wagner abriu o placar logo após Husain levar cartão vermelho. Rogério cobrou falta pela direita, e o meia aproveitou o rebote para marcar com um belo chute de esquerda, aos 24min. Bastou levar o gol para a equipe da casa tentar irritar o adversário. Aos 29min, Kléber foi xingado por D'Alessandro, que ainda atirou a bola no jogador brasileiro. Kléber levantou-se e mandou um beijo para o rival. Porém, quatro minutos depois, o lateral acertou D'Alessandro e foi expulso. Desesperado, ainda tentou cavar a expulsão do argentino, ao xingá-lo. Como resposta, ganhou um abraço do inimigo. O River se animou e continuou provocando, sem deixar de atacar. Aos 40min, D'Alessandro cobrou falta no ângulo esquerdo de Doni e empatou a partida. Os argentinos acreditaram na vitória até o fim, qualidade que os corintianos cansaram de comentar. Aos 44min, Cavenaghi recebeu livre na área e chutou para fazer o gol da vitória do River. Com a expulsão de Kléber, o poderoso setor esquerdo corintiano, temido pelos argentinos no ataque, voltou a fracassar na defesa. Antes do jogo, os brasileiros tinham medo que os argentinos explorassem os avanços de Kléber e a fragilidade na defesa do trio canhoto do time, composto também por Gil e Jorge Wagner. Nos últimos jogos pelo Brasileiro, os rivais usaram a esquerda da defesa para chegar aos gols. Ontem, a zaga ficou mais protegida, com o volante Cocito no lugar do atacante Leandro. Nem a saída de Fabinho, contundido, com 18 minutos de jogo, desmontou o esquema defensivo. César entrou, e o Corinthians continuou preocupado só em destruir. Por causa da derrota, a diretoria quer marcar o segundo jogo para o Morumbi, onde acredita que será difícil para o River se defender. Isso porque o gramado é maior que o do Pacaembu, onde os dirigentes preferiam jogar até ontem. Texto Anterior: Futebol - José Roberto Torero: Os técnicos: Sócrates Próximo Texto: "Morenos tontos como bêbados no Carnaval" Índice |
|