São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999

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FUTEBOL
Palmeiras, o time com mais cartões no Paulista, visita a Lusa, o mais comportado, em luta pela vice-liderança
Indisciplina encara 'fair play' do Canindé

da Reportagem Local

Separados por só um ponto na classificação do Paulista-99, Lusa e Palmeiras, que se enfrentam hoje, no Canindé, ocupam lados opostos no fair play (jogo limpo).
Enquanto o Palmeiras é a equipe com mais cartões na competição, a Lusa é o time com o menor número de advertências.
"Meu time joga limpo. Não quero que meus jogadores distribuam pontapés nem façam faltas no campo do adversário apenas para parar o jogo", diz Zagallo.
A equipe do técnico gaúcho Luiz Felipe Scolari já teve seis jogadores expulsos nas dez partidas que disputou pela competição. Já a Lusa do alagoano Zagallo é a única equipe que não recebeu cartão vermelho na segunda fase do torneio.
Em cartões amarelos, o Palmeiras lidera com 36 advertências -a Lusa tem a metade (18).
"O fair play dos outros é o meu também. Acontece que meu time joga não para agradar a imprensa. Só me preocupo com a classificação, com o resultado", retruca Scolari, que adora falar que seus comandados têm de dar "carrinho em ponta de faca".
Além das punições das arbitragens no Paulista, os números do Datafolha também reforçam o discurso dos treinadores.
Enquanto a Lusa é a terceira equipe menos faltosa do Estadual, com média de 23 faltas por partida, o Palmeiras faz 27,2 infrações por jogo, a terceira maior marca.
Isso está saindo caro para o Palmeiras, afinal, os amarelos valem uma multa de R$ 250 (R$ 500 para a reincidência), e os vermelhos custam R$ 2.000 -o Palmeiras já desembolsou mais de R$ 20 mil para os cofres da FPF (Federação Paulista de Futebol).
"Pagamos tudo, sem problema. Só os cartões absurdos, em que o jogador reclamou acintosamente, é que repassamos para eles", afirmou o diretor remunerado de futebol do clube, Sebastião Lapolla.
O regulamento do Paulista-99 aboliu a suspensão para os jogadores com vermelho ou três amarelos, o que fez aumentar a indisciplina em campo na segunda fase da competição (de 0,77 cartão vermelho em 98 para 0,80 neste ano).
Por seu lado, os comandados de Zagallo bem que gostariam de mais liberdade para fazer faltas.
"Essa diferença no número de cartões acontece pela característica de cada treinador. O Scolari é mais linha-dura, o Zagallo gosta mais de toque de bola", diz o volante Simão, da Lusa.
A seis rodadas para as semifinais, Palmeiras e Lusa disputam diretamente a segunda colocação do Grupo 3, atrás do líder São Paulo (só os dois primeiros se classificam para a próxima fase).
Mas a equipe de Scolari tem a desvantagem de disputar três competições (Libertadores, Copa do Brasil e Paulista), enquanto a Lusa só concorre no Estadual.
"Com a eliminação na Copa do Brasil, a Lusa vai melhorar sua organização e ter mais tranquilidade para jogar no Paulista", afirmou o treinador palmeirense.
Com a aproximação de fases decisivas nos torneios, ele já deixa a torcida de sobreaviso. "É muito difícil que cheguemos a todas as finais, porque os jogadores vão sofrer um tremendo cansaço mental. Mas vamos tentar", disse.
Para o jogo de hoje, a Lusa vai evitar ainda mais as faltas perto da área. A equipe teme as cobranças do palmeirense Arce, responsável por seis passes que resultaram em gols de seu time no Paulista.
"Precisamos evitar os cruzamentos, para barrar o jogo aéreo do Palmeiras", diz o zagueiro César, que volta ao time depois de servir a seleção brasileira. (PAULO COBOS E RODRIGO BERTOLOTTO)



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