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FUTEBOL
Palmeiras, o time com mais cartões no Paulista, visita a Lusa, o mais comportado, em luta pela vice-liderança
Indisciplina encara 'fair play' do Canindé
da Reportagem Local
Separados por só um ponto na
classificação do Paulista-99, Lusa e
Palmeiras, que se enfrentam hoje,
no Canindé, ocupam lados opostos no fair play (jogo limpo).
Enquanto o Palmeiras é a equipe
com mais cartões na competição, a
Lusa é o time com o menor número de advertências.
"Meu time joga limpo. Não quero que meus jogadores distribuam
pontapés nem façam faltas no
campo do adversário apenas para
parar o jogo", diz Zagallo.
A equipe do técnico gaúcho Luiz
Felipe Scolari já teve seis jogadores
expulsos nas dez partidas que disputou pela competição. Já a Lusa
do alagoano Zagallo é a única equipe que não recebeu cartão vermelho na segunda fase do torneio.
Em cartões amarelos, o Palmeiras lidera com 36 advertências -a
Lusa tem a metade (18).
"O fair play dos outros é o meu
também. Acontece que meu time
joga não para agradar a imprensa.
Só me preocupo com a classificação, com o resultado", retruca Scolari, que adora falar que seus comandados têm de dar "carrinho
em ponta de faca".
Além das punições das arbitragens no Paulista, os números do
Datafolha também reforçam o discurso dos treinadores.
Enquanto a Lusa é a terceira
equipe menos faltosa do Estadual,
com média de 23 faltas por partida,
o Palmeiras faz 27,2 infrações por
jogo, a terceira maior marca.
Isso está saindo caro para o Palmeiras, afinal, os amarelos valem
uma multa de R$ 250 (R$ 500 para
a reincidência), e os vermelhos
custam R$ 2.000 -o Palmeiras já
desembolsou mais de R$ 20 mil para os cofres da FPF (Federação
Paulista de Futebol).
"Pagamos tudo, sem problema.
Só os cartões absurdos, em que o
jogador reclamou acintosamente,
é que repassamos para eles", afirmou o diretor remunerado de futebol do clube, Sebastião Lapolla.
O regulamento do Paulista-99
aboliu a suspensão para os jogadores com vermelho ou três amarelos, o que fez aumentar a indisciplina em campo na segunda fase
da competição (de 0,77 cartão vermelho em 98 para 0,80 neste ano).
Por seu lado, os comandados de
Zagallo bem que gostariam de
mais liberdade para fazer faltas.
"Essa diferença no número de
cartões acontece pela característica de cada treinador. O Scolari é
mais linha-dura, o Zagallo gosta
mais de toque de bola", diz o volante Simão, da Lusa.
A seis rodadas para as semifinais,
Palmeiras e Lusa disputam diretamente a segunda colocação do
Grupo 3, atrás do líder São Paulo
(só os dois primeiros se classificam
para a próxima fase).
Mas a equipe de Scolari tem a
desvantagem de disputar três
competições (Libertadores, Copa
do Brasil e Paulista), enquanto a
Lusa só concorre no Estadual.
"Com a eliminação na Copa do
Brasil, a Lusa vai melhorar sua organização e ter mais tranquilidade
para jogar no Paulista", afirmou o
treinador palmeirense.
Com a aproximação de fases decisivas nos torneios, ele já deixa a
torcida de sobreaviso. "É muito difícil que cheguemos a todas as finais, porque os jogadores vão sofrer um tremendo cansaço mental.
Mas vamos tentar", disse.
Para o jogo de hoje, a Lusa vai
evitar ainda mais as faltas perto da
área. A equipe teme as cobranças
do palmeirense Arce, responsável
por seis passes que resultaram em
gols de seu time no Paulista.
"Precisamos evitar os cruzamentos, para barrar o jogo aéreo do
Palmeiras", diz o zagueiro César,
que volta ao time depois de servir a
seleção brasileira.
(PAULO COBOS E
RODRIGO BERTOLOTTO)
NA TV - ESPN Brasil (menos para
o Rio) e Sportv (apenas para os
Estados de SP, PR e RS), ao vivo, às 16h
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