São Paulo, domingo, 2 de maio de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice FUTEBOL Treinador pede demissão, e Oswaldo de Oliveira volta ao comando; Gaviões vai ao clube pressionar jogadores Queda de Evaristo amplia crise corintiana
da Reportagem Local A três dias do confronto que é chamado pelos corintianos de "o jogo do século" -contra o Palmeiras, pelas quartas-de-final da Libertadores-, o time perdeu na madrugada de ontem o técnico Evaristo de Macedo que, criticado pela diretoria e hostilizado pela torcida, decidiu pedir demissão. A situação do treinador ficou insustentável após a derrota para o Juventude, por 1 a 0, que eliminou o Corinthians anteontem da Copa do Brasil. No vestiário, o treinador chegou a agredir um torcedor, que entrou no vestiário corintiano para exigir explicações sobre as más atuações da equipe. Após a briga, decidiu pedir demissão. Na madrugada de ontem, ligou para o presidente Alberto Dualib, que concordou imediatamente com seu desligamento. Para a diretoria corintiana, contribuíram para a queda o fato de o treinador ter sido suspenso pela Fifa por não ter pago dívida a um clube do Qatar, o que o impedia de ficar no banco, e ter sido questionado por jogadores e torcedores. Na quinta-feira, a postura de Evaristo, que se mostrou contrário à presença do ator Gerson Brenner, recuperando-se de lesões cerebrais causadas por um tiro, no campo de treinamento do Corinthians, também irritou a torcida. O ator, que é corintiano, esteve no Parque São Jorge a convite do meia-atacante Marcelinho e de alguns integrantes da Gaviões da Fiel, a maior organizada da equipe. Evaristo, no entanto, temia que sua presença desviasse a atenção dos jogadores na véspera de um jogo importante. Ele próprio, porém, não treinou a equipe, preocupado que estava em definir sua situação com a diretoria. Na partida de hoje, às 16h, no Parque São Jorge, contra o Mogi Mirim, Oswaldo de Oliveira assume o comando do time. Quarta-feira, contra o Palmeiras, Oliveira, afastado do cargo de treinador no início do ano, por falta de experiência para dirigir o time na Libertadores, deve ficar no banco. Segundo Oliveira, ele está, "a princípio", efetivado no cargo. Mas depois, quando a Hicks Muse, nova parceira no departamento de futebol do clube, assumir o comando, um novo treinador deve ser escolhido. Levir Culpi, do Cruzeiro, e Carlos Alberto Parreira, do Fluminense, estão cotados. Para conturbar mais o ambiente, membros da Gaviões da Fiel, a maior organizada do Corinthians, estiveram no Parque São Jorge para exigir explicações do goleiro Nei, que ironizou vaias e xingamentos da torcida anteontem. A postura do goleiro também foi criticado por outros jogadores, como o atacante Dinei, que saiu em defesa dos torcedores. "Deveríamos pedir desculpas a eles pelo que fizemos (na sexta). Eles só vaiaram porque jogamos mal." Para completar o quadro, bem na semana do confronto contra o Palmeiras, a comissão técnica do Corinthians percebeu sinais de estresse nos jogadores, o que fez Oliveira poupar os titulares hoje. Apesar da crise, o meia-atacante Marcelinho pedia calma à torcida. "É só ganhar do Palmeiras que tudo vira alegria", declarou. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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