São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Copa 2006

Pesado, quarteto vê vantagem para ganhar no corpo

Brasil tem formação ofensiva com o maior índice de massa corporal entre as equipes favoritas para vencer o Mundial

Para comissão técnica, fortalecimento muscular previne lesões e deixa time preparado para superar os rivais em jogadas bruscas


PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

Tudo bem que sozinho ele não define o peso ideal, ainda mais para um atleta profissional. Mas, quando comparado com outros jogadores ofensivos de grandes seleções que vão à Copa, o "quarteto mágico" brasileiro ganha de goleada no IMC, o índice de massa corporal que classifica as pessoas por uma conta que considera o peso e a altura de cada um.
Por ele, Ronaldo tem sobrepeso -seu índice fica acima de 25, o limite para um peso normal por essa regra.
Isso levando em conta os 87 kg que ele já declarou como o seu peso atual -ao contrário da balança, sua altura (1,83 m) não gera polêmica, mas, mesmo que fosse três centímetros mais alto, ele ainda teria sobrepeso.
Com o peso que alega ter, Ronaldo tem o décimo maior IMC dos 736 atletas que vão disputar a Copa. Isso -tirando a seleção brasileira e os meias e atacantes titulares das seleções favoritas- considerando a lista divulgada pela Fifa, que tem incorreções. Nem 10% dos jogadores têm sobrepeso.
O atacante do Real Madrid puxa uma turma de brasileiros que começou no futebol com físicos frágeis e que à custa de muita musculação ganhou corpos que deixam os atletas europeus parecendo garotos.
Como Adriano e Ronaldinho estão perto do limite de IMC para um peso normal, o quarteto da seleção tem a média mais alta entre os quatro jogadores mais ofensivos dos favoritos na Alemanha. O índice de 24,4 fica acima dos principais concorrentes ao título mundial. A Argentina, por exemplo, tem com seus quatro jogadores mais ofensivos uma média de 22,6.
Até os alemães, famosos pela força física, têm meias e atacantes franzinos comparados com os brasileiros -o IMC médio desse grupo dos anfitriões fica em 23,5. "Todos [na seleção] ficaram mais fortes, e não posso negar que é uma vantagem. Não é prioritário a massa muscular, mas ajuda muito na hora de usar o corpo", diz o técnico Carlos Alberto Parreira.
Para ficarem mais fortes, os integrantes do quarteto não contaram só com a genética. Mais "magrinho" da turma, Kaká fez no São Paulo intenso trabalho de fortalecimento. Hoje tem 80 kg, ou cerca de dez a mais do que tinha quando deu os primeiros passos na carreira.
Ronaldo era mirrado quando jogava no Cruzeiro. Foi para o PSV e começou a transformar o corpo em uma montanha de músculos. Quando jogava no Grêmio, Ronaldinho perdia jogadas por sua fragilidade. Agora tem até personal trainer para trabalhar os músculos. Adriano tem fama de sempre ter sido forte, mas é só olhar uma foto sua no Flamengo para comprovar que os 86 kg de hoje foram fruto de muita musculação.
Moraci Sant'Anna, o chefe da preparação física, aprova. "Fazemos um trabalho de reforço muscular para evitar contusões. É musculação mesmo."
Roberto Carlos, um dos símbolos da seleção musculosa, diz que isso faz a diferença. "Nenhuma seleção européia trabalha tão forte a parte física como a nossa. Por isso corremos menos riscos de contusão."


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