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Copa 2006
Pesado, quarteto vê vantagem para ganhar no corpo
Brasil tem formação ofensiva com o maior índice de massa corporal entre as equipes favoritas para vencer o Mundial
Para comissão técnica, fortalecimento muscular previne lesões e deixa time preparado para superar os rivais em jogadas bruscas
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS
Tudo bem que sozinho ele
não define o peso ideal, ainda
mais para um atleta profissional. Mas, quando comparado
com outros jogadores ofensivos
de grandes seleções que vão à
Copa, o "quarteto mágico" brasileiro ganha de goleada no
IMC, o índice de massa corporal que classifica as pessoas por
uma conta que considera o peso e a altura de cada um.
Por ele, Ronaldo tem sobrepeso -seu índice fica acima de
25, o limite para um peso normal por essa regra.
Isso levando em conta os 87
kg que ele já declarou como o
seu peso atual -ao contrário da
balança, sua altura (1,83 m) não
gera polêmica, mas, mesmo
que fosse três centímetros mais
alto, ele ainda teria sobrepeso.
Com o peso que alega ter, Ronaldo tem o décimo maior IMC
dos 736 atletas que vão disputar a Copa. Isso -tirando a seleção brasileira e os meias e atacantes titulares das seleções favoritas- considerando a lista
divulgada pela Fifa, que tem incorreções. Nem 10% dos jogadores têm sobrepeso.
O atacante do Real Madrid
puxa uma turma de brasileiros
que começou no futebol com físicos frágeis e que à custa de
muita musculação ganhou corpos que deixam os atletas europeus parecendo garotos.
Como Adriano e Ronaldinho
estão perto do limite de IMC
para um peso normal, o quarteto da seleção tem a média mais
alta entre os quatro jogadores
mais ofensivos dos favoritos na
Alemanha. O índice de 24,4 fica
acima dos principais concorrentes ao título mundial. A Argentina, por exemplo, tem com
seus quatro jogadores mais
ofensivos uma média de 22,6.
Até os alemães, famosos pela
força física, têm meias e atacantes franzinos comparados com
os brasileiros -o IMC médio
desse grupo dos anfitriões fica
em 23,5. "Todos [na seleção] ficaram mais fortes, e não posso
negar que é uma vantagem.
Não é prioritário a massa muscular, mas ajuda muito na hora
de usar o corpo", diz o técnico
Carlos Alberto Parreira.
Para ficarem mais fortes, os
integrantes do quarteto não
contaram só com a genética.
Mais "magrinho" da turma, Kaká fez no São Paulo intenso trabalho de fortalecimento. Hoje
tem 80 kg, ou cerca de dez a
mais do que tinha quando deu
os primeiros passos na carreira.
Ronaldo era mirrado quando
jogava no Cruzeiro. Foi para o
PSV e começou a transformar o
corpo em uma montanha de
músculos. Quando jogava no
Grêmio, Ronaldinho perdia jogadas por sua fragilidade. Agora
tem até personal trainer para
trabalhar os músculos. Adriano
tem fama de sempre ter sido
forte, mas é só olhar uma foto
sua no Flamengo para comprovar que os 86 kg de hoje foram
fruto de muita musculação.
Moraci Sant'Anna, o chefe da
preparação física, aprova. "Fazemos um trabalho de reforço
muscular para evitar contusões. É musculação mesmo."
Roberto Carlos, um dos símbolos da seleção musculosa, diz
que isso faz a diferença. "Nenhuma seleção européia trabalha tão forte a parte física como
a nossa. Por isso corremos menos riscos de contusão."
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