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A velha bola aérea acaba na rede brasileira de novo
Gol sofrido por time de Dunga foi parecido com o que eliminou país na Copa-06
Inglaterra 1
Brasil 1
DO ENVIADO A LONDRES
Já não havia Roberto Carlos
para ajeitar o meião bem na hora em que a bola voava rumo à
área brasileira para terminar
nos pés de Henry e no gol da
França que eliminou o Brasil da
Copa de 2006. Nem precisava.
A bola voou de novo sobre a
área brasileira, agora em Wembley. Naldo, estreante, esticou-se o máximo que conseguiu,
sem pensar no meião, mas, ainda assim, a bola chegou à cabeça de Terry, um zagueiro, e
também morreu na rede.
Teria sido 1 a 0 para os ingleses, como em Frankfurt para os
franceses, se Diego não achasse
o gol de empate quando todos
pareciam já estar com a cabeça
no chuveiro dos vestiários, os
ingleses principalmente.
O gol inglês é a repetição de
um antigo pesadelo: bola alta
na área da seleção brasileira
tem sido um eterno problema,
mesmo quando não há, como
não havia ontem, um especialista em cabecear no ataque adversário. Peter Crouch, o grandalhão, só entrou no fim.
Segundo problema que também se vai eternizando: não há
de fato armação de jogadas pelo
meio-de-campo. Gilberto Silva
pode ser um excelente cabeça-de-área, capaz de proteger a defesa com uma eficiência britânica (como o faz no Arsenal).
Mas é preciso proteger também o ataque ou alimentá-lo.
Como não existia alimentação, a partida foi, quase sempre,
um duelo entre a incipiente organização e troca de passes dos
ingleses e as frustradas tentativas de organização brasileiras,
a partir de talento individual.
O caso de Diego, aliás, é
exemplar. Entrou no segundo
tempo e foi o meia que não houve antes, mas sozinho, sem um
companheiro com quem trocar
passes e organizar o jogo.
Cavou faltas, driblou, mostrou um ânimo total, certamente provocado pelo fato de
ter sido escolhido o melhor jogador da Bundesliga.
Mas o gol, que deveria ser um
prêmio para tanto esforço e algum talento, foi um achado: a
bola sobrou na área para a cabeçada de um jogador que não
tem estatura para ganhar dos
taludos ingleses, quase imbatíveis no jogo aéreo.
Do outro lado, David Beckham fez uma digna retirada
para o que costuma ser o cemitério dos elefantes, o futebol
norte-americano, ao qual se
apresenta depois das férias de
verão (no hemisfério Norte).
Fez o cruzamento do gol inglês e mais meia dúzia de outros e saiu ovacionado até mais
do que Terry, o autor do gol.
Kaká foi quem deixou de ganhar os aplausos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
esperava antes da partida. Em
conversa com os jornalistas
brasileiros, Lula elogiara o jogador do Milan, comentando
suas boas atuações.
Mas Kaká, como Ronaldinho,
ficou no "quase". Meia dúzia de
tentativas que começavam com
chispa e terminavam em nada.
Aliás, Lula errou também na
previsão sobre o resultado. Até
que tentou fugir de um palpite,
solicitado pelos jornalistas,
após entrevista nos jardins da
Embaixada do Brasil. Acabou
por dizer que gostaria que fosse
2 a 0.0
(CLÓVIS ROSSI)
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