São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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JUCA KFOURI

Só o Palmeiras se salva


O jogo realizado na Vila Belmiro não foi chato, foi chatíssimo; e o no Palestra Itália não foi frio, foi gelado

O SAN-SÃO estava careca.
Sem força alguma e determinado a aborrecer a tarde de domingo. Pois conseguiu, e o 0 a 0 ficou ruim para os dois, pior ainda para o tricolor, que, embora tenha jogado fora de casa, tem pretensões maiores que o alvinegro.
O São Paulo continua sem sequer uma vitória no Brasileirão, e o Cruzeiro deixou de ser 100%, ao também só empatar em Curitiba, graças, ainda, à anulação incorreta de um gol do Coritiba, no primeiro tempo.
Daqueles impedimentos que o bandeirinha marca não porque enxergue mal, mas porque pensa mal e não se vale de seu direito à dúvida.
No Parque Antarctica, a história se repetiu no que diz respeito ao apito, porque o Furacão teve, no primeiro tempo, um gol anulado por impedimento inexistente. E se repetiu em relação ao futebol não mostrado em Santos, porque também na capital o jogo foi fraco, frio, gelado como a temperatura no Palestra.
Mas, ao menos, com gol de Alex Mineiro, o Palmeiras venceu, tarefa facilitada depois que o adversário ficou reduzido a dez jogadores.
E a Lusa, bem, a Lusa segue em seu calvário, outro que não ganha de ninguém, derrotada pelo Galo, 2 a 0, como era de se prever. Só que, diferentemente do São Paulo, a Portuguesa pode cair. De novo.

Com que roupa?
Com chance de fazer do limão da segunda divisão a limonada do tricampeonato da Copa do Brasil, o Corinthians desperta de tudo entre seus torcedores.
Washington Olivetto, por exemplo, não tem dúvida em ampliar uma antiga frase sua, sobre o exercício da propaganda, ao dizer que "torcer pelo Timão é a coisa mais divertida que se pode fazer vestido.
E também das mais gostosas sem roupa", complementa agora, animado. E quase sessentão...

90 anos
Ontem houve o almoço dos 90 anos de Armênio Guedes. Os chamados representantes do arco democrático estavam lá. Porque é bem mais que um histórico ex-dirigente do PCB. Este baiano botafoguense é a prova provada de que é possível endurecer sem perder nem a sensibilidade nem o espírito democrático nem a coragem de dizer as coisas como as coisas são, mesmo que na contramão de tudo pelo que lutou. Porque o mais importante, a luta, feita de bravura e generosidade, esta não foi em vão, ao contrário, até hoje frutifica, como se viu pelo número de jovens que lá estavam.

Cidadão
Na próxima segunda-feira, o alagoano Audálio Dantas receberá o título de Cidadão Paulistano.
Cá entre nós, este tipo de homenagem, em regra, é um porre e não tem regras para ser feita.
Normalmente atende apenas à vaidade boboca do agraciado e a vontade de bajular do proponente.
Não é, certamente, o caso de Audálio Dantas, um jornalista que merece a gratidão do país, por seu papel equilibrado, desassombrado e estimulante, em plena ditadura, por ocasião do martírio de Vladimir Herzog, em 1975 Audálio Dantas é mais que Cidadão Paulistano. É Cidadão Brasileiro. É Cidadão da Humanidade.

blogdojuca@uol.com.br


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