|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Vencendo ou perdendo este ano nas finais da NBA, equipe deverá ser renovada para próximo campeonato
Desmanche espreita dinastia do Chicago
DAVID DUPREE
do "USA Today"
Aproveite o momento. As finais
da temporada 96-97 da NBA podem ser a última dança do núcleo
que deu ao Chicago Bulls o tetracampeonato. Vencendo ou perdendo na decisão, não importa.
A diretoria da franquia aguarda a
definição do título para tornar público um plano de renovação.
A estratégia busca impedir que a
equipe desabe tão logo se aposente
a dinastia que conquistou as taças
de 90-91, 91-92, 92-93 e 95-96.
As perguntas que atormentam os
torcedores do Chicago são:
1) O técnico Phil Jackson vai renovar contrato com o time?
2) Se o treinador sair, o superastro Michael Jordan vai cumprir a
palavra e abandonar o esporte?
3) O ala Scottie Pippen será negociado já, uma vez que em julho de
98 seu contrato expira e ele estará
livre para decidir seu futuro?
4) As maluquices do ala-pivô
Dennis Rodman passaram do
ponto tolerável? Por causa disso,
ele será dispensado?
Os envolvidos aparentam resignação tranquila, alegando que o
duelo pela taça de 96-97 com o
Utah Jazz, iniciado ontem à noite,
é o tema mais importante da vez.
"Sei que haverá mudanças, mas
preferiria que a base da equipe fosse preservada. De qualquer forma,
o futuro está fora das nossas mãos.
Por isso, devemos aproveitar cada
minuto, saboreá-lo", diz Jordan.
Mas a boataria apenas cresceu
nos últimos dias.
Para treinar o time nesta temporada, Jackson fechou um contrato
de US$ 2,75 milhões na última hora. Desgastado com os dirigentes,
mas popular com os atletas, já recebeu propostas do Orlando Magic e do Vancouver Grizzlies. As cifras oferecidas chegaram a US$ 6
milhões/ano. Os Bulls ainda não fizeram nenhuma contraproposta.
Jordan está numa situação parecida. Assinou por US$ 30,1 milhões para disputar este campeonato. Já avisou que não topará corte no salário para o próximo ano e
que deixará a equipe caso Jackson
não continue. "Sou muito velho
para trocar de técnico", repete o
astro de 34 anos. Ele ainda aguarda
um contato dos diretores do time.
Pippen, três anos mais jovem,
vai cumprir em 97-98 o último ano
de um contrato que lhe paga US$
2,25 milhões -pouco para os padrões da liga. Os Bulls podem perdê-lo sem nada em troca em 98
-por isso, cogitam o troca-troca.
"Eu estou cruzando os dedos para
que permaneçamos juntos", diz.
Apesar dos frequentes atos de indisciplina, Rodman, 36, mostrou
nestes playoffs que é vital para o
esquema tático do Chicago. Mas
ele também está respeitando os últimos dias de um contrato de US$
9 milhões -e exige um aumento
de US$ 1 milhão para ficar.
Para o resto da NBA, o Chicago
estaria biruta caso optasse pela renovação neste momento.
"As dinastias ficam melhores à
medida que os anos passam",
diagnostica Pat Riley, do Miami
Heat, considerado o melhor técnico entre os 29 da liga.
Mas a coincidência das datas dos
contratos apenas evidenciou um
grave problema de relacionamento no supertime dos anos 90.
Jordan, Pippen, Rodman e Jackson não se dão bem com os dois
Jerrys dos escritórios da franquia
-Reinsdorf, dono, e Krause, o
principal executivo.
"Preciso sempre pensar meus
negócios a médio e longo prazos. O
basquete também. Não posso ficar
parado, observando meu investimento deteriorar", escancara a situação Reinsdorf.
"Nós entendemos o ponto de
vista dele. Mas construímos essa
dinastia, só queremos um pouco
de lealdade", contra-ataca Pippen.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|