São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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Presidente da Fifa afirma que faltam meio-campistas na seleção brasileira
Havelange reivindica Juninho

das agências internacionais

O presidente da Fifa (entidade que dirige o futebol mundial), o brasileiro João Havelange, disse ontem que o time de Zagallo sente a falta de bons meio-campistas e que o meia-atacante Juninho faz falta à seleção.
As declarações foram feitas durante o vôo entre Barcelona (Espanha) e Paris e surpreendeu os jornalistas a bordo. Sem que tivesse sido perguntado, Havelange fez vários comentários sobre a atuação do Brasil no empate de 1 a 1 contra o Athletic Bilbao.
"Não temos meio-campistas", disse Havelange, para quem a seleção brasileira sente a falta de um home mais ativo para fazer a ligação com o ataque.
"Nos falta Juninho", afirmou o dirigente, ressaltando que "ele (Juninho) nos fez muita falta".
Atualmente no Atlético de Madrid, Juninho não foi convocado por Zagallo por que o técnico brasileiro não ficou convencido da total recuperação do jogador, que sofreu uma cirurgia após fraturar o perônio no início do ano.

Fenômeno
Havelange elogiou o desempenho do lateral-esquerdo Roberto Carlos. "É um fenômeno", afirmou o dirigente brasileiro.
Ele disse que ficou admirado com o futebol do jogador do Real Madrid no amistoso de domingo, destacando que Roberto Carlos lutou durante os 90 minutos, apoiando e defendendo sem demonstrar cansaço.
"Roberto Carlos possui um dos mais potentes chutes do futebol, que faz com que a bola alcance uma velocidade de 120 km por hora. Se ninguém a desvia, equivale ao choque de um automóvel nesta velocidade", exagerou.

Despedida
Bem-humorado e fugindo a seu estilo de evitar contatos com a imprensa, Havelange conversou com jornalistas no trajeto entre Barcelona a Paris, onde passará a sua última semana como dirigente máximo do futebol mundial.
Na próxima segunda-feira, dia 8, será eleito o novo presidente da Fifa, em pleito disputado por Joseph Blatter, apoiado por Havelange, e o atual presidente da Uefa, o sueco Lennart Johansson.
Havelange evitou responder se a Copa da França, a última do século, seria o coroamento de sua carreira de 24 anos à frente da entidade máxima do futebol. Disse que seu "grande prazer será estar ao lado do presidente francês Jaques Chirac na entrega da Copa a seu vencedor".
Ele elogiou a organização do Mundial, dizendo que será "superorganizado, graças aos empenho das autoridades francesas" .
O presidente da Fifa revelou que pretende assistir, "ao lado de Michel Platini" (um dos responsáveis pela organização da Copa) a 54 dos 64 jogos do Mundial, que será disputada entre 10 de junho e 12 de julho.
Por fim, Havelange anunciou que seu último ato como presidente da Fifa será uma viagem à cidade francesa de San Juan de Luz para agradecer à sua prefeita, Michele Alliot-Marie, ex-ministra de Esportes da França, por seu empenho para a realização da Copa.



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