São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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Coordenador da seleção brasileira, Zico, afirma que faltou diálogo entre jogadores contra o Athletic Bilbao
Ronaldinho cobra união e mentalidade vencedora

dos enviados a Lésigny

Um dia depois de a seleção apenas empatar em 1 a 1 com o Athletic Bilbao, o atacante Ronaldinho afirmou ontem que a equipe precisa de mais união e "mentalidade vencedora" para ser campeã da 16ª Copa do Mundo.
"O Brasil é o maior adversário de si mesmo", disse Ronaldinho. De acordo com ele, o time "é unido, mas tem que ser mais".
"E, apesar de estarmos aqui para ganhar, ainda falta mais mentalidade vencedora."
Na véspera, em Bilbao, o coordenador técnico Zico disse que sente ausência de diálogo entre os jogadores em campo.
O exemplo de Zico: a defesa do Athletic Bilbao, jogando em linha, facilitava os lançamentos brasileiros, mas os atletas da seleção não conversavam.
Apesar das afirmações sobre o que ainda considera limitações da seleção, Ronaldinho disse que o empate de 1 a 1 no País Basco "deixou todo mundo contente", com o time "jogando bem, mostrando espírito de competição".
Para o jogador, "faltam alguns detalhes a acertar, como a bola chegar mais rapidamente ao ataque".
O discurso de Ronaldinho, como o da maioria dos jogadores que se pronunciaram ontem, foi de entusiasmo com o desempenho em Bilbao, apesar de a média das notas de torcedores paulistanos para a seleção, segundo o Datafolha, ter sido de 4,9.
"Mostramos um espírito de luta diferente do da semana passada", disse Ronaldinho, sobre a vitória de 1 a 0 sobre o Racing, de Paris, clube da terceira divisão francesa, num jogo-treino.

Passeio
Antes de ir para Paris, onde acabaria assistindo a um jogo de tênis no Torneio de Roland Garros, Ronaldinho tinha pretensões de passear sozinho.
"Não sei ainda aonde vou.... Os paparazzi estão aí", disse, se referindo aos fotógrafos que estavam em frente ao Château de Grande Romaine, hotel onde se hospeda a seleção em Lésigny, na periferia da capital francesa.
Ronaldinho vestiu ontem uma camiseta e um boné da coleção "R9", que a Nike lançará na semana que vem, tendo o jogador como modelo.
O "R" é a inicial do nome e o "9", o número da camisa dele.
Como Ronaldinho, o lateral-direito Cafu achou que "o Brasil teve um rendimento bem melhor do que no primeiro amistoso na França".
Para o lateral, "ainda nos falta conjunto, o que não se encontra da noite para o dia".
De manhã, Cafu jogou vôlei na concentração. Depois, saiu. Sobre a entrada de Zé Carlos em seu lugar no segundo tempo da partida de domingo, Cafu evitou polemizar: "O professor Zagallo tem direito de fazer o que quiser".
Cafu disse que não teve intenção de agredir um adversário basco, vítima de um carrinho do brasileiro. "Eu visei a bola, mas acertei a canela dele. Não era intenção, pedi desculpas."
O técnico Zagallo saiu ontem de manhã da concentração para gravar um programa na TV Manchete, na qual é o astro de um quadro de promoções telefônicas pelo sistema 0900. Na volta, o carro com Zagallo não parou, e ele, como de manhã, não deu entrevista.
A equipe volta a treinar hoje. Amanhã, enfrenta a seleção de Andorra, às 12h30, no estádio Red Star, em Paris. (MM e RA)



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