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FUTEBOL
Equipe enfrenta hoje o Deportivo Cali, em busca do título da Libertadores, o mais importante de sua história
Palmeiras decide coroa da América
da Reportagem Local
O Palmeiras inicia hoje, às 22h05,
em Cali, na Colômbia, a decisão
mais importante de seus quase 85
anos de existência.
O time faz a primeira final da Taça Libertadores da América contra
o Deportivo Cali e tenta conquistar
seu primeiro título no torneio, o
mais desejado no continente.
O vencedor da competição disputa o Mundial interclubes contra
a melhor equipe européia do ano,
o Manchester United (Inglaterra),
no final do ano, no Japão.
O segundo jogo decisivo acontece no próximo dia 16, no Parque
Antarctica, em São Paulo.
Mesmo sem título na Libertadores, o Palmeiras, que já perdeu
duas finais, é o time brasileiro que
mais vezes a disputou -nove.
Os clubes do país que já conquistaram o torneio foram: Santos
(1962 e 63), Cruzeiro (76 e 97), Flamengo (81), Grêmio (83 e 95), São
Paulo (92 e 93) e Vasco (98).
A Libertadores é um dos títulos
da "tríplice coroa" que o time pode
conquistar em menos de um mês.
O Palmeiras também disputa as semifinais da Copa do Brasil e do
Campeonato Estadual.
"Não trabalho só para ganhar a
Libertadores. Quero ganhar também a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista", disse ontem o técnico Luiz Felipe Scolari, antes de
embarcar para a Colômbia.
Apesar da declaração do treinador, os dirigentes do clube -e
principalmente a Parmalat, co-gestora do departamento de futebol- não pensam assim.
A conquista da principal competição sul-americana começou a ser
planejada pela multinacional em
1992, ano em que assinou contrato
com o Palmeiras, o primeiro grande acordo entre um clube e uma
empresa no Brasil.
"É o sonho de todo palmeirense
conquistar a Libertadores", diz o
meia Zinho, um dos primeiros jogadores contratados pela Parmalat, ainda em 1992.
Na ocasião, José Carlos Brunoro,
que era o diretor de esportes da
empresa, traçou um plano que
previa a conquista de um título até
1995. O último obtido pelo Palmeiras havia sido o Paulista-76.
"Para nossa surpresa, o título
chegou mais cedo (o Paulista, em
junho de 1993)", afirmou Brunoro.
"E depois ainda veio o Brasileiro
(no mesmo ano)."
Tendo vencido o Nacional-93, o
Palmeiras obteve o direito de participar da Libertadores-94. Mas,
como reconhece a própria direção
da Parmalat, o "título precoce"
atrapalhou o planejamento para
1994. Sem uma preparação adequada, o time excursionou pela
Ásia em julho e, na volta ao Brasil,
foi desclassificado da Libertadores
pelo São Paulo.
Agora, porém, a empresa italiana, que contratou mais de 50 jogadores entre 1992 e 1999, a maioria
com passagens pela seleção brasileira, se preparou com antecedência de pelo menos dois anos.
"Quando o Palmeiras contratou
o Luiz Felipe (em junho de 1997), o
objetivo já era a Libertadores. Afinal, ele é um dos melhores técnicos
copeiros do país", disse o diretor
de futebol Sebastião Lapolla.
No ano passado, depois de ter
vencido a Copa do Brasil e assegurado vaga na Libertadores, a equipe já disputou a Copa Mercosul,
torneio que reúne equipes sul-americanas, pensando em 1999.
"A Mercosul (conquistada pelo
Palmeiras em dezembro) serviu
como ensaio para a Libertadores",
confessa Scolari.
Além do título e da possibilidade
de se tornar o campeão mundial
interclubes, em dezembro, a Parmalat calculou que o clube deve faturar pelo menos US$ 20 milhões
se passar pelos colombianos.
E o clube asseguraria ainda a melhor década de sua história, já que
fecharia o período com títulos,
com exceção da Copa Conmebol,
em todas as competições oficiais
de que participou.
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO, PAULO
COBOS E RODRIGO BUENO)
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