São Paulo, quarta, 2 de junho de 1999

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FUTEBOL
Equipe enfrenta hoje o Deportivo Cali, em busca do título da Libertadores, o mais importante de sua história
Palmeiras decide coroa da América


da Reportagem Local

O Palmeiras inicia hoje, às 22h05, em Cali, na Colômbia, a decisão mais importante de seus quase 85 anos de existência.
O time faz a primeira final da Taça Libertadores da América contra o Deportivo Cali e tenta conquistar seu primeiro título no torneio, o mais desejado no continente.
O vencedor da competição disputa o Mundial interclubes contra a melhor equipe européia do ano, o Manchester United (Inglaterra), no final do ano, no Japão.
O segundo jogo decisivo acontece no próximo dia 16, no Parque Antarctica, em São Paulo.
Mesmo sem título na Libertadores, o Palmeiras, que já perdeu duas finais, é o time brasileiro que mais vezes a disputou -nove.
Os clubes do país que já conquistaram o torneio foram: Santos (1962 e 63), Cruzeiro (76 e 97), Flamengo (81), Grêmio (83 e 95), São Paulo (92 e 93) e Vasco (98).
A Libertadores é um dos títulos da "tríplice coroa" que o time pode conquistar em menos de um mês. O Palmeiras também disputa as semifinais da Copa do Brasil e do Campeonato Estadual.
"Não trabalho só para ganhar a Libertadores. Quero ganhar também a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista", disse ontem o técnico Luiz Felipe Scolari, antes de embarcar para a Colômbia.
Apesar da declaração do treinador, os dirigentes do clube -e principalmente a Parmalat, co-gestora do departamento de futebol- não pensam assim.
A conquista da principal competição sul-americana começou a ser planejada pela multinacional em 1992, ano em que assinou contrato com o Palmeiras, o primeiro grande acordo entre um clube e uma empresa no Brasil.
"É o sonho de todo palmeirense conquistar a Libertadores", diz o meia Zinho, um dos primeiros jogadores contratados pela Parmalat, ainda em 1992.
Na ocasião, José Carlos Brunoro, que era o diretor de esportes da empresa, traçou um plano que previa a conquista de um título até 1995. O último obtido pelo Palmeiras havia sido o Paulista-76.
"Para nossa surpresa, o título chegou mais cedo (o Paulista, em junho de 1993)", afirmou Brunoro. "E depois ainda veio o Brasileiro (no mesmo ano)."
Tendo vencido o Nacional-93, o Palmeiras obteve o direito de participar da Libertadores-94. Mas, como reconhece a própria direção da Parmalat, o "título precoce" atrapalhou o planejamento para 1994. Sem uma preparação adequada, o time excursionou pela Ásia em julho e, na volta ao Brasil, foi desclassificado da Libertadores pelo São Paulo.
Agora, porém, a empresa italiana, que contratou mais de 50 jogadores entre 1992 e 1999, a maioria com passagens pela seleção brasileira, se preparou com antecedência de pelo menos dois anos.
"Quando o Palmeiras contratou o Luiz Felipe (em junho de 1997), o objetivo já era a Libertadores. Afinal, ele é um dos melhores técnicos copeiros do país", disse o diretor de futebol Sebastião Lapolla.
No ano passado, depois de ter vencido a Copa do Brasil e assegurado vaga na Libertadores, a equipe já disputou a Copa Mercosul, torneio que reúne equipes sul-americanas, pensando em 1999.
"A Mercosul (conquistada pelo Palmeiras em dezembro) serviu como ensaio para a Libertadores", confessa Scolari.
Além do título e da possibilidade de se tornar o campeão mundial interclubes, em dezembro, a Parmalat calculou que o clube deve faturar pelo menos US$ 20 milhões se passar pelos colombianos.
E o clube asseguraria ainda a melhor década de sua história, já que fecharia o período com títulos, com exceção da Copa Conmebol, em todas as competições oficiais de que participou.
(JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO, PAULO COBOS E RODRIGO BUENO)
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