São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2001

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URUGUAI 1x0 BRASIL

Com estrelas e Scolari, seleção cai outra vez


Nem com a volta dos principais "estrangeiros" e preparação de 12 dias em Teresópolis time evita a quarta derrota nas eliminatórias


France Presse
O atacante Magallanes cobra o pênalti que deu ao Uruguai a vitória sobre o Brasil, ontem, no estádio Centenário, em Montevidéu


FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

Luiz Felipe Scolari estreou, mas não conseguiu evitar a derrocada da seleção nas eliminatórias. Apesar de ter demonstrado muita força de vontade, o time voltou a perder, sendo derrotado pelo Uruguai, em Montevidéu, por 1 a 0.
Com o resultado, o Brasil chegou à quarta derrota nas eliminatórias e ficou numa situação ainda mais complicada. Agora divide o quarto lugar com o próprio Uruguai, com 21 pontos, embora leve vantagem no saldo de gols -dez contra seis dos uruguaios.
Os quatro sul-americanos mais bem colocados asseguram a vaga para a Copa Coréia/Japão -o quinto disputa uma repescagem contra a Austrália. A Argentina, com 32 pontos, o Paraguai, com 26, e o Equador, que soma 25, são os três primeiros. A Colômbia, com 19, é a sexta colocada.
Preocupada com a situação nas eliminatórias, a Confederação Brasileira de Futebol anunciou ontem que, com o adiamento da Copa América, deve marcar dois amistosos antes do próximo jogo, marcado para 15 de agosto, no Rio, contra o Paraguai.
Após o confronto contra os paraguaios, o Brasil faz outras quatro partidas. Em 5 de setembro, pega a Argentina, em Buenos Aires. Em seguida, terá pela frente Chile, no Rio, Bolívia, em La Paz, e Venezuela, em São Paulo.
Contra o Uruguai, Scolari, que se tornou o quarto técnico do time nas eliminatórias, dirigindo-o após Luxemburgo, Candinho e Leão terem passado pelo banco de reservas, teve 12 dias para treiná-lo, algo que seus antecessores não conseguiam fazer.
Ele aproveitou também para convocar as ""estrelas estrangeiras", que atuam no exterior e tinham sido deixadas de fora por Leão contra o Peru, no jogo anterior do Brasil pelas eliminatórias.
Mesmo assim, teve muitas dificuldades no Uruguai e não conseguiu quebrar o tabu de 25 anos sem vencer em Montevidéu. A última vitória na capital uruguaia foi em 1976 -2 a 1, gols de Zico, que fazia sua estréia na equipe principal, e Nelinho para o Brasil.
Na partida de ontem, a torcida uruguaia, que vinha hostilizando sua equipe quando atuava em casa, mudou de postura e a apoiou desde os minutos iniciais. Antes do jogo, para provocar os brasileiros, exibiu uma enorme bandeira, onde se lia ""1950", em referência à Copa do Mundo que o Uruguai conquistou no Maracanã, batendo a seleção, de virada, por 2 a 1.
No primeiro tempo, o Brasil não foi bem, dando muito espaço para os rivais jogarem, especialmente no setor de meio-campo, e tendo dificuldades para finalizar.
Aos 34min, sofreu o único gol do jogo, após um pênalti cometido por Cafu em Recoba. Magallanes anotou para o time da casa.
Na etapa final, o time subiu de produção. Nos últimos 15 minutos, o Uruguai passou a se defender desesperadamente, e o Brasil, a atacar. Aos 39min, após um chute de Rivaldo, os brasileiros reclamaram que o goleiro Carini teria entrado com a bola no gol, mas o juiz não entendeu assim.
Apesar da derrota, Scolari diz que não mudará seu estilo de trabalho para o jogo contra o Paraguai. ""Sei que a derrota vai gerar uma série de problemas, mas eu tenho que estar preparado para isto e os jogadores, também."
O atacante Ronaldo, que foi a Montevidéu ver o jogo e está afastado dos campos há mais de um ano, afirmou que pode regressar à seleção contra o Paraguai. Scolari disse, após a partida, que torce para que ele se recupere a tempo.



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