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Juca Kfouri
É tua, Felipão!
Portugal ganhou nas mãos do goleiro Ricardo a chance de duelar com a França
SÓ FELIPÃO pode vingar os brasileiros.
Porque outra vez, e
só na bola, a França foi
muito melhor.
Parreira escalou o time
que muitos queriam, como este colunista, mas o
time não quis. E Parreira,
que está na história do futebol por ter sido campeão
mundial com uma seleção
apenas média, não foi capaz de repetir o feito com
um bando de craques.
Castigo do deus dos estádios. Tem de ser.
Quem recusa o jogo bonito merece todos os castigos. Pois perdeu jogando
feio, muito feio.
A formação que levou
um vareio da França jamais havia treinado junta
nos dias pré-Copa, por pura teimosia. E nela só se
salvaram Dida, Lúcio e
Juan. De resto, decepção.
Cafu se perdeu; Roberto
Carlos foi patético; Zidane
pintou e bordou em cima
de Gilberto Silva; Juninho
chorou no hino e não sorriu em campo; Kaká foi
um desastre; Ronaldinho
não esteve em campo, e
Ronaldo carregou seus 90
kg com algum empenho,
mas com muita, e natural,
dificuldade. Nem mesmo
Zé Roberto esteve bem, ao
contrário de outros jogos.
Já o time português de
Felipão ganhou nas mãos
de Ricardo, que pegou três
pênaltis, a chance de duelar com a França. Ricardo
que fez Felipão enfrentar
Portugal para ser levado
no lugar do ídolo Vitor
Baía, como, em 2002, enfrentou o Brasil para deixar Romário. E, se Portugal não tem um grande time, tem a volúpia que a
milionária seleção brasileira deixou nos bancos
europeus e nos anúncios
de bebida, entre outros
tantos, sem cabimento.
O Brasil perdeu para um
time superior e regido por
um gênio, que, mesmo no
ocaso da carreira, é capaz
de desequilibrar, com direito a driblar Ronaldinho
e dar chapéu em Ronaldo.
Zidane está se despedindo
do futebol em grande estilo, sob o som da Marselhesa, de novo entoada a plenos pulmões para os ouvidos brasileiros que a apreciam, mas preferiam não
tê-la ouvido em Frankfurt.
A empáfia brasileira foi
punida do mesmo modo
que a inglesa, com uma diferença: o time da CBF é
muito melhor que o inglês.
Ganhar não é tudo.
Perder sem honra é que
são elas.
blogdojuca@uol.com.br
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