São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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JUCA KFOURI

O tri legal, e legítimo, do Timão


Sob qualquer ponto de vista, com ou sem DVDs, o título ganho pelo Corinthians, desta vez, é inquestionável

O TIRO saiu pela culatra.
O Corinthians é tricampeão da Copa do Brasil por suas virtudes e está garantido, no seu centenário, na Taça Libertadores da América, uma obsessão para boa parte dos corintianos.
Virtudes que o gol de Jorge Henrique, logo no vigésimo minuto do primeiro tempo, tratou de tornar ainda mais evidentes, pela tranquilidade e maturidade que faltaram na decisão passada, no Recife.
E que o golaço de André Santos, oito minutos depois, selou como uma noite historicamente alvinegra no Beira-Rio (Tietê?).
A exemplo de outra, em 1995, mas no rival Olímpico, quando foi conquistada a primeira Copa do Brasil.
Aliás, de lá para cá, é uma Copa do Brasil corintiana a cada sete anos.
O Inter ainda empatou no segundo tempo e teve em D'Alessandro, expulso ingênua e espalhafatosamente, o melhor seguidor do vice- -presidente de futebol colorado.
Elias entrou na pilha e também foi expulso, porque, era óbvio, o Inter não queria festa corintiana em sua casa, embora a Fiel se fizesse ouvir em alto e bom som.
E o time paulista deve agradecer a Fernando Carvalho, seu mais novo benemérito. Porque, entre as burrices cometidas por cartolas, a do gênio colorado bateu recorde.
Além de vitaminar a vontade do rival, de ser criticado até em seu Estado, sempre tão cioso das coisas gaúchas, Carvalho só conseguiu deixar a arbitragem na situação de aceitar ser covarde ou mostrar independência, além de tirar a responsabilidade do time colorado, porque afinal a arbitragem é sempre a culpada.
Ex-árbitro gaúcho, e hoje o melhor comentarista de arbitragem do país, Renato Marsiglia, da Rede Globo, foi definitivo: "Comigo, esse tipo de atitude sempre saiu pela culatra".
Pois aconteceu de novo.
O raro leitor deste espaço é testemunha de que aqui não se exaltou o título brasileiro do Corinthians em 2005. E por muitas razões, embora tenha sido achada a solução menos ruim possível para o "caso Edílson Pereira de Carvalho" e nisso o Corinthians não tenha, rigorosamente, nenhuma responsabilidade.
Mas foi uma taça vencida à custa de dinheiro sujo, da MSI, o que é uma deslealdade com quem trabalha com dinheiro limpo, além de conquistada com derrota em Goiânia e só porque o Inter, coitado, que poderia ter sido tetracampeão, achou de perder para o rebaixado Coritiba na última rodada.
Mas um título manchado também pelo célebre pênalti não marcado de Fábio Costa em Tinga, que ainda por cima foi expulso naquele empate no Pacaembu.
Enfim, um título que está lá, registrado, mas que jamais será destacado por corintiano algum como dos mais honrosos de sua história centenária. Ao contrário deste tricampeonato da Copa do Brasil, não só o sétimo título nacional do Corinthians, o que o iguala ao Flamengo no topo do pódio brasileiro, mas uma façanha que só foi alcançada, como aconteceu no Campeonato Estadual, depois de superar o time mais badalado do país, então o São Paulo, ontem o Internacional.
Mas que agora passa a ser ele, o Corinthians, que, se alguém tinha alguma dúvida, de fato, voltou.
E em grande estilo.

blogdojuca@uol.com.br


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