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Sucessão não resolve problemas do basquete
Falta de comunicação e divergências marcam início de mandato na CBB
Presidente da confederação há dois meses, Carlos Nunes desconhecia a saída do técnico do time masculino depois do Mundial-2010
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidência da Confederação Brasileira de Basquete mudou, porém os problemas ainda
são os mesmos dos 12 anos de
administração de Gerasime
Bozikis, o Grego.
Falta de comunicação, discursos desconexos, divergências com jogadores que atuam
no exterior e até ações na Justiça permeiam os dois meses de
mandato de Carlos Nunes.
A falta de diálogo ficou clara
anteontem, durante a festa do
NBB, o Novo Basquete Brasil
-primeiro torneio brasileiro
organizado pela Liga Nacional
de Basquete e com a chancela
da confederação brasileira.
Curiosamente, o presidente
da entidade se mostrou surpreso com a divulgação da saída do
técnico da seleção masculina, o
espanhol Moncho Monsalve,
depois do Mundial da Turquia,
em agosto de 2010.
"Ele [Moncho] não me disse
nada ainda em relação a isso.
Adotamos uma política diferenciada na confederação. Agora, o presidente é administrativo e não cuida da parte técnica", afirmou Nunes.
"O meu departamento técnico vai avaliar. Gostaria de aproveitar as pratas da casa. Não esse pessoal que já passou pela seleção, mas, nesta linha da renovação, quero trazer, quem sabe,
um ex-atleta. Pode ser alguém
como Chuí, Oscar, Zanon ou
Guerrinha", completou.
O presidente, no entanto,
ainda não definiu também
quem será o diretor do departamento masculino de basquete.
"Procuro um nome, alguém
que possa somar ao nosso trabalho com experiência e bagagem", explicou Nunes.
O time de Moncho ainda não
está classificado para o Mundial. A seleção tenta uma das
quatro vagas na Copa América,
que começa em 26 de agosto.
As confusões não estão presentes apenas no masculino. A
seleção feminina sofre com os
problemas herdados nos últimos anos. Atuando no exterior,
a ala Iziane e a pivô Alessandra
ainda não sabem se voltam a
defender a seleção.
Iziane discutiu com o técnico
Paulo Bassul e nem foi à Olimpíada de Pequim-2008. Alessandra tem um processo contra
a CBB desde o Mundial-2006,
quando lesionou o ombro e
descobriu que a entidade mentira sobre a existência de um seguro. A jogadora exige uma indenização de R$ 500 mil.
"No início, a Iziane estava um
pouco radical, agora ela está
conversando melhor", disse
Hortência, diretora do departamento basquete feminino.
"Estou surpreso. A Alessandra foi convocada pela capacidade técnica, pelo que ela é.
Nós, desde o início, separamos
a pendência judicial da convocação. O feminino é um caso
muito especial. É o naipe que
temos de cuidar com todo o carinho, até porque é onde temos
mais chance de conquistar uma
medalha", disse o presidente.
Por mais que Nunes aposte
suas fichas na seleção, o descaso ainda predomina nos campeonatos femininos. Enquanto
a festa do NBB reunia os principais dirigentes e jogadores do
país, o Ourinhos, campeão do
Nacional feminino, conquistava o Campeonato Paulista da
modalidade no interior do Estado, com somente os torcedores como testemunhas.
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