DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Romário se apresenta hoje à tarde ao Fluminense em meio a uma crise entre a diretoria e os jogadores do clube.
O jogador foi contratado anteontem à noite para disputar o próximo Campeonato Brasileiro.
A decisão do presidente David Fischel irritou os principais jogadores, que desde o início do ano convivem com o atraso de salário. O clube está devendo, em média, três meses de salário para o grupo.
Para se transferir, ele vai receber cerca de R$ 900 mil até o final do ano. O meia Beto, ex-Flamengo, também acertou com o Fluminense, a pedido de Romário.
Com a contratação dos dois novos reforços, a diretoria vai usar os R$ 200 mil mensais que recebe da patrocinadora Unimed para pagar o salários de ambos.
""Não tenho nada contra o Romário e o Beto. O problema é que a nossa situação está virando uma bola de neve. Quero saber da diretoria se vamos receber", afirmou o atacante Roni, que cederá a camisa 11 a Romário.
""Ainda tenho condição de esperar um pouco, mas vai chegar uma hora que vou ter que dizer que não vai dar mais", disse Roni, que neste ano ainda não recebeu nenhuma parcela de seu contrato de direito de imagem -cerca de R$ 70% do valor total do salário.
O atacante Magno Alves também ficou irritado. ""Agora, vai demorar ainda mais para a gente receber. Eu não vou procurar a diretoria para conversar. Eles falam muito, mas é sempre tudo mentira", declarou o jogador.
O diretor de futebol do Fluminense, Francisco Vasconcelos, disse que ""ficou surpreso" com a reação dos jogadores.
Segundo Vasconcelos, as contratações foram um ""presente'" da Unimed. Ele disse que a verba de patrocínio não servirá para pagar os salários dos dois, versão negada pela Unimed. (SÉRGIO RANGEL)



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