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Ouro olímpico separa a seleção feminina de vôlei
CBV permite que somente as campeãs de Pequim viajem na classe executiva
Das 14 convocadas para a
disputa do Grand Prix, oito
partem hoje, de econômica,
para longas 26 horas de
desconforto até Macau
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
A política adotada pela confederação brasileira criou dois
grupos na seleção feminina de
vôlei. As atletas convocadas por
José Roberto Guimarães para o
Grand Prix-2009 e que participaram da vitoriosa campanha
olímpica em Pequim, no ano
passado, receberão regalias.
Já as jogadoras novatas no
grupo são relegadas ao segundo
plano. O mesmo critério foi
adotado para os integrantes da
comissão técnica.
Após a fase brasileira da competição, que termina hoje com
Brasil e EUA, às 10h, no Maracanãzinho, no Rio, o time embarca para cerca de 26 horas de
viagem até Macau. A equipe
disputa a segunda fase da competição no país, contra a China,
a Polônia e a Tailândia, entre
sexta e domingo próximos.
Do grupo de 14 jogadoras, as
oito que não ganharam a medalha de ouro olímpica viajam de
classe econômica -com menos
espaço entre os assentos e serviço de bordo de qualidade inferior. As "contempladas" são
Adenizia, Ana Tiemi, Camila
Brait, Carol Gattaz, Dani Lins,
Joycinha, Natália e Regiane.
Apenas as campeãs em Pequim (Fabi, Fabiana, Mari, Sassá, Sheilla e Thaisa) têm direito
à classe executiva. "Foi um
acordo que fizemos antes da
Olimpíada com a confederação.
Serviu como um prêmio para a
nossa conquista", explicou a
ponteira Mari, 25, de 1,90 m.
As novatas, que não podem
usufruir de melhores serviços e
mais conforto na aeronave,
tentam minimizar a situação.
"Realmente é bem desconfortável viajar tanto tempo.
Mas estou adaptada. Além do
mais, elas [as campeãs olímpicas] merecem esses benefícios", diz a meio de rede Carol
Gattaz, 28, de 1,92 m, uma das
últimas atletas cortadas do grupo que disputou os Jogos.
"Gosto de viajar com o povão,
somos da turma do fundão e já
estamos acostumadas com a
econômica", brincou a levantadora e capitã da equipe Dani
Lins, 24, de 1,85 m, que substitui a campeã olímpica Fofão
neste Grand Prix.
A polêmica começou no ano
passado. Antes da Olimpíada,
as jogadoras da seleção feminina contestaram o fato de viajar
para a China na classe econômica, enquanto que a equipe
masculina, que era campeã
mundial e olímpica, foi para a
Ásia de classe executiva -acabou com a medalha de prata.
Um outro ponto, e que causará desconforto a todo o time,
pode afetar o desempenho da
seleção na segunda etapa do
Grand Prix: o fuso horário de
dez horas para Macau.
"É um campeonato muito
cansativo, com vários jogos e
viagens. O primeiro dia na Ásia
é complicado e só dá vontade de
dormir", disse Carol Gattaz.
O Brasil luta por seu oitavo
título no Grand Prix. Depois da
viagem para Macau, a equipe
vai, com o mesmo critério de
separação de classe, para a cidade sul-coreana de Mokpo,
para jogar com Japão, Alemanha e Coreia do Sul, entre os
dias 14 e 16 deste mês.
A fase final será em Tóquio,
no Japão, dos dias 19 a 23. Estarão na decisão as cinco equipes
mais bem colocadas das etapa
classificatórias e o Japão, que já
tem lugar assegurado por ser o
país-sede. Todas as seleções se
enfrentam, e quem obtiver o
melhor desempenho ficará
com o título do Grand Prix.
NA TV - Brasil x EUA
Globo, ao vivo, às 10h
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