|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aos 20, francês muda cara da velocidade no atletismo
Único branco a correr 100 m em menos de 10s, Lemaitre brilha na Europa
DE SÃO PAULO
O campeonato europeu de
atletismo terminou ontem,
em Barcelona, com a consagração do jovem francês
Christophe Lemaitre.
Ao conquistar três ouros,
ele contribuiu para que a
França terminasse na segunda colocação no quadro de
medalhas, com sete ouros,
um a menos que os russos.
Lemaitre, 20, saiu do anonimato ao vencer os 100 m,
os 200 m e o revezamento 4 x
100 m. Desempenho inédito
no evento continental.
Ao atingir o feito, ele soma
mais um tabu quebrado em
sua carreira. O corredor francês é também o primeiro
branco a cumprir a distância
da prova mais tradicional do
atletismo em menos de 10s.
"A terceira medalha de ouro para mim é mais importante", disse o francês ao final do revezamento à emissora de TV France Télévisions, ontem, no Estádio
Olímpico. "É um trabalho coletivo. Eu sabia que ia ser
muito duro com os italianos,
os alemães, mas conseguimos", continuou ele.
Um mês atrás, Lemaitre
era um atleta desconhecido
da pequena cidade de Annecy, com 52 mil habitantes,
ao pé dos alpes suíços.
Começou a escrever seu
futuro em 9 de julho, em prova na cidade de Valence. Ao
correr os 100 m em 9s98, tornou-se o 72º homem a cumprir a distância abaixo da
marca dos 10s. Com um detalhe: quase todos os 71 integrantes da lista são negros.
A exceção na lista é o australiano Patrick Johnson
(9s93), filho de mãe aborígene e pai irlandês.
Lemaitre é o novo recordista francês, mas está longe
de se aproximar do jamaicano Usain Bolt. Os 40 centésimos que separam o recorde
mundial de Bolt e o tempo do
europeu são uma eternidade
nos 100 m. O próprio francês
admite que está longe.
"Foi ótimo fazer 9s98, com
essa marca chegaria à final
de um Mundial, mas não ao
pódio", afirmou à imprensa
francesa logo após a corrida
em Valence, em 9 de julho.
"A minha ambição é ser
medalhista olímpico, independentemente da cor da
medalha, em Londres-2012",
vislumbrou Lemaitre.
NA TRAVE
A marca de Valence não
está nem entre as dez melhores da temporada-é a 15ª.
Mas fica no topo de um ranking extenso de corredores
brancos que jamais conseguiram superar a barreira
dos 10s. Essa fora vencida pelos negros em 1968, com o
americano Jim Hines.
Em 1978, o italiano Pietro
Mennea correu na Cidade do
México a 10s01, e a altitude
de 2.200 metros ajudou. Em
1984, o polonês Marian Woronin fez 10s. O japonês Koji
Ito repetiu o tempo em 1998.
Com as agências de notícias
Texto Anterior: Massa, despercebido, termina em quarto Próximo Texto: Frase Índice
|