São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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Aos 20, francês muda cara da velocidade no atletismo

Único branco a correr 100 m em menos de 10s, Lemaitre brilha na Europa

DE SÃO PAULO

O campeonato europeu de atletismo terminou ontem, em Barcelona, com a consagração do jovem francês Christophe Lemaitre.
Ao conquistar três ouros, ele contribuiu para que a França terminasse na segunda colocação no quadro de medalhas, com sete ouros, um a menos que os russos.
Lemaitre, 20, saiu do anonimato ao vencer os 100 m, os 200 m e o revezamento 4 x 100 m. Desempenho inédito no evento continental.
Ao atingir o feito, ele soma mais um tabu quebrado em sua carreira. O corredor francês é também o primeiro branco a cumprir a distância da prova mais tradicional do atletismo em menos de 10s.
"A terceira medalha de ouro para mim é mais importante", disse o francês ao final do revezamento à emissora de TV France Télévisions, ontem, no Estádio Olímpico. "É um trabalho coletivo. Eu sabia que ia ser muito duro com os italianos, os alemães, mas conseguimos", continuou ele.
Um mês atrás, Lemaitre era um atleta desconhecido da pequena cidade de Annecy, com 52 mil habitantes, ao pé dos alpes suíços.
Começou a escrever seu futuro em 9 de julho, em prova na cidade de Valence. Ao correr os 100 m em 9s98, tornou-se o 72º homem a cumprir a distância abaixo da marca dos 10s. Com um detalhe: quase todos os 71 integrantes da lista são negros.
A exceção na lista é o australiano Patrick Johnson (9s93), filho de mãe aborígene e pai irlandês.
Lemaitre é o novo recordista francês, mas está longe de se aproximar do jamaicano Usain Bolt. Os 40 centésimos que separam o recorde mundial de Bolt e o tempo do europeu são uma eternidade nos 100 m. O próprio francês admite que está longe.
"Foi ótimo fazer 9s98, com essa marca chegaria à final de um Mundial, mas não ao pódio", afirmou à imprensa francesa logo após a corrida em Valence, em 9 de julho.
"A minha ambição é ser medalhista olímpico, independentemente da cor da medalha, em Londres-2012", vislumbrou Lemaitre.

NA TRAVE
A marca de Valence não está nem entre as dez melhores da temporada-é a 15ª. Mas fica no topo de um ranking extenso de corredores brancos que jamais conseguiram superar a barreira dos 10s. Essa fora vencida pelos negros em 1968, com o americano Jim Hines.
Em 1978, o italiano Pietro Mennea correu na Cidade do México a 10s01, e a altitude de 2.200 metros ajudou. Em 1984, o polonês Marian Woronin fez 10s. O japonês Koji Ito repetiu o tempo em 1998.


Com as agências de notícias


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