São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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Raspadinha é tábua de salvação do RJ

Decepcionados com faturamento da Timemania, os quatro grandes tentam arrecadar com outra loteria

DA SUCURSAL DO RIO

Após o fracasso da Timemania, os quatro grandes do Rio (Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense) apostaram numa nova loteria na tentativa de amenizar o caos financeiro. E lançaram um produto com a Loterj e a Hebara (operadora de raspadinhas do Estado).
Desde 10 de julho, quando foi lançada, a raspadinha com o símbolo dos times arrecadou R$ 10 milhões. Os clubes recebem 5% das vendas dos talões com seus respectivos escudos.
O Flamengo é o time que mais vendeu até o momento, representando 39% da arrecadação total (R$ 3,9 milhões).
Com a venda em um mês e meio, o clube já tem direito a R$ 194 mil -o que representa média de R$ 129 mil por mês.
O valor é maior do que o repassado para o rubro-negro carioca pela Timemania, loteria criada pelo governo federal em 2008 para tentar, sem sucesso, zerar a dívida dos clubes.
Na Timemania, a maior parte do valor mensal que um clube tem direito vai diretamente para um fundo para pagamento de dívidas. Com esse formato, pouco acaba efetivamente chegando aos cofres dos times.
O Vasco está em segundo no ranking da raspadinha, com R$ 119 mil. Botafogo e Fluminense receberam, respectivamente, R$ 95,7 mil e R$ 93 mil.
"Esse produto foi importante também para mostrar a fidelidade do nosso torcedor. Acaba substituindo a Timemania, que deu muito menos do que todos pensavam. Nosso planejamento era arrecadar dez vezes mais", disse o presidente do Vasco, Roberto Dinamite. O clube acumula cerca de R$ 300 milhões de dívidas, valor semelhante ao do Flamengo.
""Queremos rediscutir o mais rápido possível a Timemania. Além da arrecadação estar desapontando, a divulgação é muito ruim. Poucas pessoas sabem jogar. Sou favorável até à criação de outra loteria", acrescentou Dinamite.
Por contrato, a Hebara tem que gastar 10% do valor total dos bilhetes emitidos em marketing do produto. A Loterj fica com 8% do valor das emissões.
A negociação entre clubes cariocas, Loterj e Hebara foi intermediada pela empresa de marketing Klefer, criada pelo ex-vice-presidente de futebol do Flamengo Kléber Leite.
"Não tivemos, como primeira motivação, a intenção de ajudar os clubes. Sabíamos que, se acertássemos na campanha e no marketing, o produto seria um sucesso. Óbvio que trazer faturamento adicional para os clubes é importante, mas não foi a motivação inicial", declarou Eugenio Romaguera, diretor de marketing da Hebara.
Romaguera afirmou que pretende vender anualmente 2,4 milhões de raspadinhas dos quatro clubes -o que renderia R$ 2,4 milhões limpos, diretamente nos cofres, para os quatro grandes cariocas.
Os 21 clubes com maior receita do futebol brasileiro devem hoje R$ 3,248 bilhões.
(ÍTALO NOGUEIRA E SÉRGIO RANGEL)


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