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Raspadinha é tábua de salvação do RJ
Decepcionados com faturamento da Timemania, os quatro grandes tentam arrecadar com outra loteria
DA SUCURSAL DO RIO
Após o fracasso da Timemania, os quatro grandes do Rio
(Flamengo, Vasco, Botafogo e
Fluminense) apostaram numa
nova loteria na tentativa de
amenizar o caos financeiro. E
lançaram um produto com a
Loterj e a Hebara (operadora
de raspadinhas do Estado).
Desde 10 de julho, quando foi
lançada, a raspadinha com o
símbolo dos times arrecadou
R$ 10 milhões. Os clubes recebem 5% das vendas dos talões
com seus respectivos escudos.
O Flamengo é o time que
mais vendeu até o momento,
representando 39% da arrecadação total (R$ 3,9 milhões).
Com a venda em um mês e
meio, o clube já tem direito a
R$ 194 mil -o que representa
média de R$ 129 mil por mês.
O valor é maior do que o repassado para o rubro-negro carioca pela Timemania, loteria
criada pelo governo federal em
2008 para tentar, sem sucesso,
zerar a dívida dos clubes.
Na Timemania, a maior parte
do valor mensal que um clube
tem direito vai diretamente para um fundo para pagamento
de dívidas. Com esse formato,
pouco acaba efetivamente chegando aos cofres dos times.
O Vasco está em segundo
no ranking da raspadinha, com
R$ 119 mil. Botafogo e Fluminense receberam, respectivamente, R$ 95,7 mil e R$ 93 mil.
"Esse produto foi importante
também para mostrar a fidelidade do nosso torcedor. Acaba
substituindo a Timemania, que
deu muito menos do que todos
pensavam. Nosso planejamento era arrecadar dez vezes
mais", disse o presidente do
Vasco, Roberto Dinamite. O
clube acumula cerca de R$ 300
milhões de dívidas, valor semelhante ao do Flamengo.
""Queremos rediscutir o mais
rápido possível a Timemania.
Além da arrecadação estar desapontando, a divulgação é
muito ruim. Poucas pessoas
sabem jogar. Sou favorável até
à criação de outra loteria",
acrescentou Dinamite.
Por contrato, a Hebara tem
que gastar 10% do valor total
dos bilhetes emitidos em marketing do produto. A Loterj fica
com 8% do valor das emissões.
A negociação entre clubes cariocas, Loterj e Hebara foi intermediada pela empresa de
marketing Klefer, criada pelo
ex-vice-presidente de futebol
do Flamengo Kléber Leite.
"Não tivemos, como primeira motivação, a intenção de ajudar os clubes. Sabíamos que, se
acertássemos na campanha e
no marketing, o produto seria
um sucesso. Óbvio que trazer
faturamento adicional para os
clubes é importante, mas não
foi a motivação inicial", declarou Eugenio Romaguera, diretor de marketing da Hebara.
Romaguera afirmou que pretende vender anualmente 2,4
milhões de raspadinhas dos
quatro clubes -o que renderia
R$ 2,4 milhões limpos, diretamente nos cofres, para os quatro grandes cariocas.
Os 21 clubes com maior receita do futebol brasileiro devem hoje R$ 3,248 bilhões.
(ÍTALO NOGUEIRA E SÉRGIO RANGEL)
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