São Paulo, Sábado, 02 de Outubro de 1999
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STOP & GO

Stewart

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Stewart não só fez a comparação. Ainda classificou uma vitória como construtor de algo superior a qualquer tipo de conquista que tenha obtido quando piloto -os três títulos inclusos.
Talvez levado pela emoção, deixou transparecer que a venda da equipe, antes de um bom negócio, foi um profundo golpe.
Que aquele inesquecível instante de Nurburgring nunca mais na história se repetirá. E que de tão único, aconteceu apenas depois de a Stewart se tornar Jaguar. E do branco com os detalhes do tartan, se tornar verde -verde, aliás, não da marca de luxo da Ford, mas de todos os carros ingleses de competição à época em que as cores identificavam os países dos construtores.
(Segundo consta, Napier, uma companhia que fabricava carros de corrida, no início do século, na Grã-Bretanha, aproveitou latas de tinta verde que sobraram da pintura da fábrica, dando origem à tradição.)
Stewart, na verdade, não chegaria tão longe se não fosse pela Ford. O time nasceu na contramão da história e por vezes me pergunto se tudo não passou de um balão de ensaio da própria Ford, uma experiência, para avaliar os riscos e possíveis lucros de se operar um time.
A Stewart pelo menos resta o consolo de os anais da F-1 já mencionarem, que seja uma única vez, que um carro com seu nome ganhou um GP, algo que poucos conseguiram. Dennis, por exemplo, nunca terá isso.
Sobre Dennis, dizem que, junto com Mansur Ojeh, vendeu a TAG. E que, com o montante obtido, mais a fábula que a Mercedes está pagando até o fim do ano por 40% da McLaren, a dupla já considera fazer uma oferta por parte da F-1, leia-se o bolo que Ecclestone está tentando lançar nas bolsas de valores.
Como se vê, Dennis nunca verá um carro vitorioso com seu nome. Por outro lado, nunca deixará de ser cacique.
E a F-1 romântica de figura simpáticas como Stewart se existiu um dia, não existe mais.

NOTAS

Barrichello
O único do time a destoar no dramático GP da Europa parece ter sido o brasileiro. Parecia presumir que a primeira vitória da Stewart deveria ser sua. Mas só o piloto mais azarado de todos da F-1, Herbert, poderia fazer isso de forma tão emotiva. E, sorte por sorte, Barrichello teve muita quando conseguiu aquele segundo lugar em 97.

Japoneses
É evidente que a Jordan está "segurando" o motor Honda. Que o diga Frentzen. Para Suzuka, os japoneses já preparam uma unidade que deve superar os 800 cavalos. Do jeito que vão as coisas para McLaren e Ferrari, não custa sonhar.

Irvine
Quando soube nesta semana que Schumacher não vai voltar, Irvine tratou de diminuir, ele mesmo, sua cotação nas casas de apostas. O episódio dos pneus em Nurburgring foi emblemático.

E-mail mariante@uol.com.br

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