São Paulo, Sábado, 02 de Outubro de 1999
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JUDÔ

Meio-pesado, que obteve liminar para disputar vaga, vai à Inglaterra após desistência do adversário

"Tapetão" coloca Miguel no Mundial

da Reportagem Local

Depois de vencer uma disputa judicial com a CBJ (Confederação Brasileira de Judô), o meio-pesado Aurélio Miguel garantiu ontem vaga para o Mundial de Birmingham, na Inglaterra, de 7 a 10 deste mês.
Miguel, campeão olímpico em Seul-88 e bronze em Atlanta-96, obteve uma liminar para disputar uma seletiva final com Marcelo Figueiredo, que já havia sido declarado pela CBJ o dono da vaga na categoria.
A decisão (melhor de cinco) foi marcada pela entidade para a tarde de ontem, no Rio de Janeiro. Como Figueiredo não compareceu, Miguel ficou com a vaga.
A disputa entre o judoca e a CBJ começou no dia 29 de agosto, data dos combates finais para definir a equipe brasileira do Mundial.
Miguel enfrentaria na final Marcelo Figueiredo, pré-classificado por ter sido bronze no Pan-Americano de Winnipeg, mas pediu um adiamento de 30 dias por causa de uma contusão.
O judoca se baseou em um acordo assinado entre atletas e CBJ há sete anos.
A entidade que controla o judô no Brasil não aceitou a alegação de Miguel e declarou Figueiredo o vencedor da vaga.
"Fico triste com toda essa situação. Todos nós servimos como marionetes nas mãos da CBJ, que tentou nos manipular o tempo todo", afirmou o judoca, após ter sido declarado o meio-pesado da seleção brasileira.
Aurélio Miguel rebateu as insinuações de que poderia ter simulado uma contusão para ganhar tempo adiando o combate final.
"Tenho um atestado médico e exames sérios que comprovam isso", disse o judoca. "Aliás, preferia ter lutado naquele dia, pois estava mais bem preparado do que estou hoje (ontem), já que estou me recuperando."
Com Aurélio Miguel no meio-pesado, fica definida a seleção brasileira que esteve arriscada de não disputar o Mundial.
No último dia 24, a CBJ anunciou que os brasileiros não estariam presentes na competição por falta de verba.
Como a entidade não possui patrocínio e não recebe verbas governamentais, os atletas são os responsáveis pelo custos.
Terminava naquele dia o prazo dado pela entidade para os 14 atletas depositarem o dinheiro para a viagem, e apenas três judocas haviam pago a quantia estipulada (US$ 3.000).
A CBJ, que afirmava que sua decisão era irrevogável, recuou então duas vezes.
Na quarta-feira, divulgou que a equipe poderia viajar desde que fossem cumpridas cinco condições, entre elas o pagamento do valor combinado e a desistência de Aurélio Miguel de disputar vaga entre os meio-pesados.
Anteontem, a entidade anunciou que o custo para a viagem havia diminuído para US$ 2.050 por atleta e decidiu então marcar o confronto entre Marcelo Figueiredo e Aurélio Miguel.


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