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JUDÔ
Meio-pesado, que obteve liminar para disputar vaga, vai à Inglaterra após desistência do adversário
"Tapetão" coloca Miguel no Mundial
da Reportagem Local
Depois de vencer uma disputa
judicial com a CBJ (Confederação
Brasileira de Judô), o meio-pesado Aurélio Miguel garantiu ontem vaga para o Mundial de Birmingham, na Inglaterra, de 7 a 10
deste mês.
Miguel, campeão olímpico em
Seul-88 e bronze em Atlanta-96,
obteve uma liminar para disputar
uma seletiva final com Marcelo
Figueiredo, que já havia sido declarado pela CBJ o dono da vaga
na categoria.
A decisão (melhor de cinco) foi
marcada pela entidade para a tarde de ontem, no Rio de Janeiro.
Como Figueiredo não compareceu, Miguel ficou com a vaga.
A disputa entre o judoca e a CBJ
começou no dia 29 de agosto, data
dos combates finais para definir a
equipe brasileira do Mundial.
Miguel enfrentaria na final Marcelo Figueiredo, pré-classificado
por ter sido bronze no Pan-Americano de Winnipeg, mas pediu
um adiamento de 30 dias por causa de uma contusão.
O judoca se baseou em um
acordo assinado entre atletas e
CBJ há sete anos.
A entidade que controla o judô
no Brasil não aceitou a alegação
de Miguel e declarou Figueiredo o
vencedor da vaga.
"Fico triste com toda essa situação. Todos nós servimos como
marionetes nas mãos da CBJ, que
tentou nos manipular o tempo todo", afirmou o judoca, após ter sido declarado o meio-pesado da
seleção brasileira.
Aurélio Miguel rebateu as insinuações de que poderia ter simulado uma contusão para ganhar
tempo adiando o combate final.
"Tenho um atestado médico e
exames sérios que comprovam isso", disse o judoca. "Aliás, preferia ter lutado naquele dia, pois estava mais bem preparado do que
estou hoje (ontem), já que estou
me recuperando."
Com Aurélio Miguel no meio-pesado, fica definida a seleção
brasileira que esteve arriscada de
não disputar o Mundial.
No último dia 24, a CBJ anunciou que os brasileiros não estariam presentes na competição
por falta de verba.
Como a entidade não possui patrocínio e não recebe verbas governamentais, os atletas são os
responsáveis pelo custos.
Terminava naquele dia o prazo
dado pela entidade para os 14 atletas depositarem o dinheiro para a
viagem, e apenas três judocas haviam pago a quantia estipulada
(US$ 3.000).
A CBJ, que afirmava que sua decisão era irrevogável, recuou então duas vezes.
Na quarta-feira, divulgou que a
equipe poderia viajar desde que
fossem cumpridas cinco condições, entre elas o pagamento do
valor combinado e a desistência
de Aurélio Miguel de disputar vaga entre os meio-pesados.
Anteontem, a entidade anunciou que o custo para a viagem
havia diminuído para US$ 2.050
por atleta e decidiu então marcar
o confronto entre Marcelo Figueiredo e Aurélio Miguel.
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