São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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BASQUETE
Equipe dos EUA conquista o título, mas, pela 1ª vez desde que os profissionais foram aceitos em Jogos Olímpicos, correu o risco de sair derrotada
"Dream Team" 4 leva o ouro sem mostrar brilho do original

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

O ""Dream Team" 4 garantiu o ouro no torneio masculino de basquete, mas novamente não empolgou. Pelo menos não como em 1992 e 1996, quando terminou os Jogos em primeiro lugar sem ter tido maiores problemas.
A decisão contra a França, é verdade, foi muito mais tranquila do que a semifinal contra a Lituânia, quando os norte-americanos venceram por dois pontos de diferença e correram risco de, pela primeira vez desde que a presença de atletas profissionais dos EUA no basquete foi permitida na Olimpíada, sair derrotados.
Na final, os norte-americanos não correram riscos e acabaram vencendo por 85 a 75 (46 a 32 no primeiro tempo).
Após um certo equilíbrio nos minutos iniciais, começaram a deslanchar. Na metade do primeiro tempo, tinham o dobro de pontos dos adversários -26 a 13.
Na etapa final, continuaram controlando o jogo, preocupados em administrar a vantagem. Em duas ocasiões, no entanto, deixaram a França se aproximar do placar, o que fez a torcida vibrar, já que a maioria queria ver uma derrota do ""Dream Team".
Quando faltavam dez minutos para o final, a diferença chegou a cair para oito pontos. Seis minutos mais tarde, foi para apenas quatro pontos. Mas não passou disso. Nos últimos instantes, os EUA se recuperaram e venceram por dez pontos de vantagem.
Em 1992, a vitória na final havia sido por uma diferença de 32 pontos -117 a 85 contra a Croácia. Em 1996, apesar de não ter chegado aos cem pontos, como agora, ganhou com facilidade da Iugoslávia, por 95 a 69.
Em Barcelona-92, a seleção brasileira, que não conseguiu vaga para Sydney, enfrentou os norte-americanos, que faziam mais de cem pontos por jogo, e perdeu por 127 a 83. A Lituânia, que foi derrotada pelos EUA duas vezes na Austrália -a primeira por nove pontos-, em 1992 tinha perdido por 51 -127 a 76.
Para os franceses, apesar de o placar de ontem não ter sido dos mais apertados, os norte-americanos ainda são de outro mundo.
""O investimento em basquete nos Estados Unidos é muito maior. Na França, começamos a pisar no acelerador apenas nos anos 90, não só no basquete, mas também em outros esportes. O resultado demora um pouco a aparecer", disse Antoine Rigaudeau, um dos destaques da França.
Ele também não poupou elogios para a Lituânia, que derrotou a Austrália -89 a 71- e ficou com o bronze, e para os próprios anfitriões, quarto colocados.


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