DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) cassou ontem o título conquistado pelo tcheco Tomas Enge na F-3000. O piloto deu positivo no antidoping realizado no GP da Hungria, em agosto.
É a primeira vez que um piloto perde um título dessa importância no automobilismo por causa de doping. A F-3000 funciona como categoria de acesso à F-1.
Antonin Charouz, empresário de Enge, afirmou que a substância descoberta pelo exame foi a cânabis, encontrada na maconha e no haxixe. A contraprova confirmou o resultado da primeira análise.
Segundo comunicado divulgado pela FIA, Enge perdeu os pontos conquistados no GP da Hungria e foi suspenso por um ano, "sob a condição de que sejam negativos os controles-surpresa realizados nos próximos 12 meses".
O piloto mostrou conformismo com a punição. "Aceito as regras e fico feliz por saber que poderei correr no futuro. Sei que o conselho [da FIA] teve que tomar uma decisão difícil e eu respeito o veredicto", afirmou Enge.
Com a punição ao tcheco, o francês Sebastien Bourdais herdou o troféu deste ano -ele havia ficado em segundo lugar, com 55 pontos, três a menos que Enge.
O tcheco havia conquistado o título após o terceiro lugar conquistado no GP da Itália, disputado em Monza, no mês passado. Bourdais abandonou a prova.
Apesar da vitória, o francês também corre o risco de perder o campeonato. A Coloni, equipe do italiano Giorgio Pantano, apresentou uma reclamação após o GP da Itália contra os três primeiros lugares -o sueco Bjorn Wirdheim, o brasileiro Antonio Pizzonia e Enge-, que foi recusada pelos comissários da prova.
Com isso, o time apelou ao Tribunal Internacional, que decidirá a pendência na próxima sexta-feira. Se os três pilotos que subiram ao pódio na corrida italiana forem desclassificados, Pantano ganharia sete pontos e superaria Bourdais na classificação geral.


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