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NO MURO DAS RECORDAÇÕES
Técnicos tiveram suas melhores passagens como atletas nos clubes que hoje tentam derrotar
Xereta, Leão provoca o "gordo" Estevam
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não adianta andar. Você está
gordo!", provoca o vizinho.
"Não é por isso. É que eu estou
com a cabeça cheia!", vem a resposta, do outro lado do muro.
A breve conversa amigável,
ocorrida na semana passada,
aconteceu próximo ao muro que
separa os centros de treinamento dos arqui-rivais São Paulo e
Palmeiras. Muro que já foi transposto pelos protagonistas do
diálogo: o "bisbilhoteiro" Emerson Leão e o "gordo" Estevam
Soares, velhos conhecidos nas
duas "casas" rivais.
Hoje encarregados de comandar São Paulo e Palmeiras, respectivamente, os técnicos Leão e
Estevam tiveram seus melhores
momentos como jogadores justamente nos clubes que hoje enfrentam e tentam derrotar.
O zagueiro Estevam conquistou seu primeiro título de relevância nacional, o Brasileiro-77,
com a camisa branca com listras
vermelha e preta do São Paulo,
com a qual atuou por três anos e
meio -de 1977 a 1981.
"Em 1977 só não joguei a final.
Tinha sido expulso. Mas eu era
titular daquele time", ressalta o
palmeirense, ao rememorar sua
passagem pelo São Paulo.
Hoje, apesar de vestir as cores
de um arqui-rival, Estevam, 48,
retorna ao Morumbi com sentimento nostálgico. "Se dissesse
que esse jogo não tem um gosto
especial, que é normal, estaria
mentindo. É sempre bom voltar
ao Morumbi, à ex-casa, onde fui
bem tratado e tive uma carreira
muito vitoriosa", conta o agora
treinador palmeirense.
Pelo outro lado, o hoje comandante são-paulino Leão foi goleiro renomado, com três Copas do
Mundo no currículo. Tudo isso
pelo clube do Parque Antarctica,
nas décadas de 70 e 80.
Além de de ter sido ídolo da
torcida palmeirense como atleta,
Leão também teve no Palmeiras
sua primeira oportunidade de
comandar um grande clube
paulista, em 1989.
Antes disso, em 1987, trocou as
luvas pela prancheta no Sport,
onde conheceu um certo defensor, já em fim de carreira.
"O Estevam é um técnico novo. Foi meu jogador no Sport",
relembra Leão, 55.
Como treinadores, apresentam características semelhantes.
São disciplinadores, enérgicos e
até um pouco sisudos. "Temos
filosofias parecidas. Tivemos os
mesmos professores", justifica o
técnico do São Paulo -Rubens
Minelli, por exemplo, treinou
ambos.
(EAR E PGA)
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