São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO MURO DAS RECORDAÇÕES

Técnicos tiveram suas melhores passagens como atletas nos clubes que hoje tentam derrotar

Xereta, Leão provoca o "gordo" Estevam

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não adianta andar. Você está gordo!", provoca o vizinho.
"Não é por isso. É que eu estou com a cabeça cheia!", vem a resposta, do outro lado do muro.
A breve conversa amigável, ocorrida na semana passada, aconteceu próximo ao muro que separa os centros de treinamento dos arqui-rivais São Paulo e Palmeiras. Muro que já foi transposto pelos protagonistas do diálogo: o "bisbilhoteiro" Emerson Leão e o "gordo" Estevam Soares, velhos conhecidos nas duas "casas" rivais.
Hoje encarregados de comandar São Paulo e Palmeiras, respectivamente, os técnicos Leão e Estevam tiveram seus melhores momentos como jogadores justamente nos clubes que hoje enfrentam e tentam derrotar.
O zagueiro Estevam conquistou seu primeiro título de relevância nacional, o Brasileiro-77, com a camisa branca com listras vermelha e preta do São Paulo, com a qual atuou por três anos e meio -de 1977 a 1981.
"Em 1977 só não joguei a final. Tinha sido expulso. Mas eu era titular daquele time", ressalta o palmeirense, ao rememorar sua passagem pelo São Paulo.
Hoje, apesar de vestir as cores de um arqui-rival, Estevam, 48, retorna ao Morumbi com sentimento nostálgico. "Se dissesse que esse jogo não tem um gosto especial, que é normal, estaria mentindo. É sempre bom voltar ao Morumbi, à ex-casa, onde fui bem tratado e tive uma carreira muito vitoriosa", conta o agora treinador palmeirense.
Pelo outro lado, o hoje comandante são-paulino Leão foi goleiro renomado, com três Copas do Mundo no currículo. Tudo isso pelo clube do Parque Antarctica, nas décadas de 70 e 80.
Além de de ter sido ídolo da torcida palmeirense como atleta, Leão também teve no Palmeiras sua primeira oportunidade de comandar um grande clube paulista, em 1989.
Antes disso, em 1987, trocou as luvas pela prancheta no Sport, onde conheceu um certo defensor, já em fim de carreira.
"O Estevam é um técnico novo. Foi meu jogador no Sport", relembra Leão, 55.
Como treinadores, apresentam características semelhantes. São disciplinadores, enérgicos e até um pouco sisudos. "Temos filosofias parecidas. Tivemos os mesmos professores", justifica o técnico do São Paulo -Rubens Minelli, por exemplo, treinou ambos. (EAR E PGA)


Texto Anterior: Memória: Duelo anterior marcou saída de maiores estrelas
Próximo Texto: Panorâmica - Skate: Sem competir, brasileiro leva bi mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.