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Principal rival do Brasil quase dá vexame na estréia
No Rio, com reforço de atletas brasileiros e torcida contra, Espanha, atual bicampeã mundial de futsal, tropeça no Irã
Com modalidade em crise no país, time a ser batido, segundo técnico brasileiro, vai ao intervalo com 0 a 3, porém consegue empatar
MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A equipe a ser batida neste
Mundial, segundo o técnico
brasileiro Paulo César de Oliveira, o PC, quase foi vencida
ontem em sua estréia.
A Espanha, atual bicampeã
mundial, foi para o intervalo de
jogo no Maracanãzinho, no Rio,
perdendo por 3 a 0 da seleção
iraniana, detentora de nove títulos asiáticos. A derrota parecia iminente, mas os espanhóis
conseguiram buscar três gols e
o empate no segundo tempo.
"Entramos dormindo no primeiro tempo. Mas, com garra,
conseguimos nos recuperar",
afirmou o pivô Marcelo, brasileiro naturalizado que defende
a seleção espanhola.
Mesmo contando com três
atletas do país com dupla cidadania na equipe, a Espanha teve de lidar com a torcida gritando pela equipe adversária.
"Como somos os atuais bicampeões, é natural que a torcida já esteja ensaiando para uma
eventual decisão contra o Brasil", comentou Marcelo.
Antes do Mundial, ele temia
ser hostilizado por torcedores
brasileiros por ter se naturalizado. "Só não quero ser chamado de traidor", disse o jogador.
O possível fim da hegemonia
da Espanha no futsal pode
coincidir com um problema de
patrocínio que afeta as equipes
da liga local, considerada a mais
competitiva do mundo. "Na Espanha, o futsal deu uma caída.
O país passa por uma crise no
setor imobiliário e isso afetou
os clubes que, na maioria, recebem patrocínio de construtoras", contou à Folha o ala brasileiro Daniel Ibañez, jogador do
Interviú Movistar e um dos astros da seleção espanhola.
O aumento das restrições ao
crédito no país ibérico levaram
a uma redução drástica na demanda por imóveis, gerando
uma crise no setor.
Em conseqüência, o futsal
espanhol perdeu investimentos e viu dois clubes -Armiñana Valencia e Móstoles- anunciarem a retirada da División
de Honor, a primeira divisão.
Saad Assis, um dos 14 brasileiros que defendem a Itália
neste Mundial, foi um dos afetados. Ele disputou o último
campeonato pelo Móstoles.
Na División de Plata, a segunda divisão, o estrago foi ainda maior. Na última temporada, o torneio contou com 37
equipes. No próximo campeonato, haverá apenas 23 times.
Atualmente, há 46 brasileiros jogando em território espanhol: 22 na División de Honor
e 24 na División de Plata.
Apesar de tanta instabilidade
no campeonato, os brasileiros
que atuam pela seleção espanhola não pensam em voltar a
atuar em solo brasileiro.
"Mesmo com todo esse problema, a estrutura na Espanha
é insuperável e a organização é
muito profissional", ressaltou
Marcelo, que vive no país europeu há 15 anos e atualmente
defende o ElPozo Murcia.
"Num futuro distante, se a
saudade da família apertar,
quem sabe eu volto", disse.
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