São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Por campeonato, Barrichello faz jogo do contente

Para evitar clima ruim na equipe na reta final do Mundial de F-1, brasileiro resolve deixar de lado as reclamações

"Agora é só aos beijos e abraços que eu consigo ir para a frente. Se desconfiar de algo, já saio perdendo de cara", diz piloto da Brawn


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SUZUKA

A dúvida existe desde o começo do ano. Depois de uma série de falhas em seu carro, a última delas em Cingapura, ficou ainda maior. Mas, para seguir na disputa do Mundial, Rubens Barrichello preferiu deixar suas desconfianças de lado e se concentrar no trabalho.
Vice-líder no campeonato, o brasileiro precisa descontar os 15 pontos de vantagem de seu companheiro de Brawn GP, Jenson Button, que pode sagrar-se campeão já no domingo conforme resultado do GP do Japão -o inglês tem de fazer cinco pontos a mais que ele.
"Neste momento, o melhor a fazer é confiar [na equipe] e só abrir a boca pra falar quando tiver que reclamar de alguma coisa pontual ou comentar uma coisa boa", disse o brasileiro, que na próxima madrugada, às 2h (de Brasília), participa do treino oficial do GP japonês.
"Agora é só aos beijos e abraços que eu consigo ir para a frente. Se desconfiar de algo, já saio perdendo de cara, então cabe a mim gostar mais ainda deste time por agora", falou.
Apesar de Ross Brawn ter afirmado diversas vezes que em nenhum momento priorizou Button em detrimento de Barrichello, a desconfiança do brasileiro vem aumentando desde o começo da temporada.
O primeiro motivo real de dúvida aconteceu no GP da Espanha. O brasileiro, com um carro mais pesado que o do companheiro, assumiu a liderança da corrida e só não triunfou porque a equipe resolveu mudar a estratégia e fazer um pit stop a menos para Button.
Barrichello só foi avisado da mudança depois que já tinha feito sua parada, quando não tinha mais a oportunidade de mudar sua tática também.
Depois da prova, o brasileiro disse que "penduraria as chuteiras" se percebesse que estava sendo prejudicado. Na reunião pós-GP, chegou a ter uma discussão ríspida com Brawn.
No GP da Alemanha, mais uma controvérsia, mais uma vez nos pit stops. Uma inversão na ordem fez com que as posições na pista também fossem invertidas, fazendo com que o inglês terminasse à frente.
Barrichello desceu do carro se dizendo roubado e que a equipe havia mostrado como fazer para perder uma corrida.
Além dos dois episódios, o brasileiro ainda sofreu com problemas em sua embreagem em várias ocasiões: na largada da abertura do Mundial, em Melbourne, em Istambul e em Spa. A última foi em seu segundo pit stop no GP de Cingapura, no domingo passado, quando perdeu cerca de sete segundos e, consequentemente, o lugar para o líder do campeonato.
Depois da corrida, em reunião, a equipe acusou Barrichello de ter pressionado o botão do ponto morto muito tarde, o que teria feito o carro morrer. Mas imagens da câmera onboard mostraram que o problema era com o botão, já que ele havia sido apertado na hora.


TV - Treino oficial do GP do Japão
Globo, ao vivo, às 2h da madrugada de amanhã



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