São Paulo, sexta-feira, 02 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Cartola acredita não existir problema em prêmio para bater Corinthians

Goiás aprova "mala preta" e diz que Inter fez proposta

SEBASTIÃO MONTALVÃO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

O Goiás reconheceu ontem pela primeira vez que o Internacional propôs pagar gratificações aos atletas da equipe por um bom desempenho no duelo contra o Corinthians, no domingo.
Pedro Goulart, diretor de futebol do clube, afirma que o prêmio seria bem-vindo. "Essa é uma situação em que a diretoria não entra. É uma discussão que envolve exclusivamente os jogadores", relatou na tarde de ontem.
Antes, em entrevista à TV Globo, havia sido mais incisivo nas declarações. "Já ligaram de Porto Alegre várias vezes e a nossa resposta foi a seguinte: que a tratativa deve ser feita entre os jogadores. Não somos contra e até demos a opinião de que se pusesse o Fernandão [atacante do Internacional] com o Paulo Baier [capitão do Goiás] via telefone ou qualquer coisa que o valha", afirmou.
Goulart acredita ainda que o incentivo financeiro é comum no futebol. Reconheceu até que o Goiás já teria recebido uma premiação parecida em 2003, vinda do Cruzeiro, para bater o Santos.
Na época, a equipe venceu por 3 a 0. O Cruzeiro, que derrotou o Paysandu na mesma rodada, acabou festejando o título do torneio de pontos corridos com dois jogos de antecipação.
Geninho, técnico do Goiás, disse ontem que não faz objeções à "mala preta, ou de qualquer outra cor", desde que seja um incentivo para o jogador render mais.
"Não importa a cor da mala, está tudo bem desde que seja um incentivo para melhor. Para ganhar, vale ["a mala preta"]", afirmou.
O Inter, que está três pontos atrás do Corinthians, nega que tenha feito propostas aos goianos.
No âmbito desportivo, a "mala preta" pode render punição.
"Se houver comprovação, pode ser configurada uma vantagem indevida. Com a prova do pagamento, o caso será avaliado", afirmou Paulo Marcos Schimitt, procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
A legislação desportiva estipula que oferecer vantagem a atletas para que influenciem o resultado de partidas é passível de eliminação do torneio.
Para ocorrer punição na esfera criminal, é preciso que o eventual ganho não seja contabilizado de acordo com a legislação tributária. Se não for recolhido o imposto, pode ser configurada a sonegação fiscal.


Colaboraram Luís Ferrari, da Reportagem Local, e Eduardo Ohata, enviado especial ao Rio

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