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FUTEBOL
Cartola acredita não existir problema em prêmio para bater Corinthians
Goiás aprova "mala preta" e diz que Inter fez proposta
SEBASTIÃO MONTALVÃO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
O Goiás reconheceu ontem pela
primeira vez que o Internacional
propôs pagar gratificações aos
atletas da equipe por um bom desempenho no duelo contra o Corinthians, no domingo.
Pedro Goulart, diretor de futebol do clube, afirma que o prêmio
seria bem-vindo. "Essa é uma situação em que a diretoria não entra. É uma discussão que envolve
exclusivamente os jogadores", relatou na tarde de ontem.
Antes, em entrevista à TV Globo, havia sido mais incisivo nas
declarações. "Já ligaram de Porto
Alegre várias vezes e a nossa resposta foi a seguinte: que a tratativa
deve ser feita entre os jogadores.
Não somos contra e até demos a
opinião de que se pusesse o Fernandão [atacante do Internacional] com o Paulo Baier [capitão
do Goiás] via telefone ou qualquer coisa que o valha", afirmou.
Goulart acredita ainda que o incentivo financeiro é comum no
futebol. Reconheceu até que o
Goiás já teria recebido uma premiação parecida em 2003, vinda
do Cruzeiro, para bater o Santos.
Na época, a equipe venceu por 3
a 0. O Cruzeiro, que derrotou o
Paysandu na mesma rodada, acabou festejando o título do torneio
de pontos corridos com dois jogos de antecipação.
Geninho, técnico do Goiás, disse ontem que não faz objeções à
"mala preta, ou de qualquer outra
cor", desde que seja um incentivo
para o jogador render mais.
"Não importa a cor da mala, está tudo bem desde que seja um incentivo para melhor. Para ganhar,
vale ["a mala preta"]", afirmou.
O Inter, que está três pontos
atrás do Corinthians, nega que tenha feito propostas aos goianos.
No âmbito desportivo, a "mala
preta" pode render punição.
"Se houver comprovação, pode
ser configurada uma vantagem
indevida. Com a prova do pagamento, o caso será avaliado", afirmou Paulo Marcos Schimitt, procurador do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva.
A legislação desportiva estipula
que oferecer vantagem a atletas
para que influenciem o resultado
de partidas é passível de eliminação do torneio.
Para ocorrer punição na esfera
criminal, é preciso que o eventual
ganho não seja contabilizado de
acordo com a legislação tributária. Se não for recolhido o imposto, pode ser configurada a sonegação fiscal.
Colaboraram Luís Ferrari, da Reportagem Local, e Eduardo Ohata, enviado
especial ao Rio
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