São Paulo, quarta, 2 de dezembro de 1998

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TÊNIS
Tourada para alemão

THALES DE MENEZES

² Alex Corretja e Carlos Moyá na final de Roland Garros? Tudo bem. Agora, na Copa do Mundo? Naquele piso sintético do belíssimo ginásio de Hannover? Nem o mais eufórico espanhol esperava.
Cadê Sampras? Cadê Ríos? E Agassi? São perguntas que certamente povoaram a mente do fã que ligou a TV no domingo, sem saber os resultados do torneio durante a semana passada.
É certo que Ríos e Agassi acabaram contribuindo para um enfraquecimento do evento, chegando para competir sem plenas condições físicas. Mas Sampras jogou redondinho, bem mesmo, destruindo seus rivais até uma semifinal fenomenal contra um Corretja inspirado.
No sábado, o espanhol bateu uma barbaridade e derrotou Sampras no tie-break no set decisivo. O norte-americano já entrou em quadra garantido como tenista número um do mundo pela sexta temporada consecutiva, que era tudo o que ele queria em Hannover, mas em nenhum momento Sampras amoleceu a partida.
No domingo, Alex Corretja continuou o show. Perdeu os dois primeiros sets para Moyá, seu amigo no circuito, e foi buscar o título numa espetacular virada, em quatro horas de duelo.
E duelo é uma boa definição para o jogo, já que cada um parecia ter um revólver na raquete. Os dois finalistas são os tenistas com jogo mais agressivo entre os vários espanhóis no circuito, mas é aquela agressividade do fundo de quadra, com golpes longos da linha de base.
Como ambos fogem da rede, o público em Hannover viu uma partida inusitada, mas belíssima. Muita porrada, demoradas trocas de bola e alguns ângulos impossíveis, em lances de fazer até o habitualmente comedido alemão gritar na arquibancada.
Com um confronto emocionante, Corretja e Moyá podem estar começando a mudar a velha máxima de que os espanhóis são ótimos apenas cinco meses por ano, durante a temporada dos torneios no saibro.

NOTAS

Ainda Hannover
Apesar do título de Alex Corretja, Carlos Moyá ainda parece ser um jogador mais completo. É um pouco mais instável do que o compatriota, mas consegue golpes que o outro não executa. Mas os dois, juntos, devem atormentar os brasileiros na primeira rodada do Grupo Mundial da Davis, em abril do próximo ano, num confronto em solo espanhol. Kuerten e Meligeni devem estar preparados para outra repescagem.

Cadê os óculos?
E Gustavo Kuerten volta aos treinos preparatórios da próxima temporada sem óculos ou lentes que corrijam o propalado problema de miopia. Reclamar depois não adianta.

² Predomínio
Uma notícia mais econômica: a Nike tinha contrato com 28 dos "top 100" da ATP em dezembro do ano passado. Agora, o número sobe para 39.
²
E-mail: thales@fsp.com.br



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