São Paulo, Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2000


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FUTEBOL
Time vive em 2000 a maior maratona internacional de sua história, equivalendo a 35% de seus jogos
Ano vale o mundo para Corinthians

Fernando Santos/Folha Imagem
Sob chuva, o técnico corintiano, Oswaldo de Oliveira, chuta a bola durante treino, ontem à tarde


MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

Campeão brasileiro dos anos 90 e campeão paulista do século, o Corinthians tenta agora, no ano 2000, atingir a meta de internacionalização imposta pelo seu atual parceiro, o fundo de investimentos norte-americano HMTF.
A equipe terá a possibilidade de disputar até 32 partidas internacionais este ano, incluindo o Mundial de Clubes da Fifa, a Taça Libertadores da América, o Mundial interclubes de Tóquio (se vencer a Libertadores) e a Copa Mercosul.
O número corresponde a mais da metade de todos os jogos internacionais que o time havia disputado na década de 90.
De 1991 a 1999, o Corinthians disputou 52 jogos em torneios reunindo equipes de outros países, incluindo a Libertadores da América, a Mercosul e a extinta Copa Conmebol.
Este ano, os jogos internacionais podem corresponder a quase 35% de sua temporada. Em 1999, por exemplo, quando foi firmada a parceria com o HMTF e a internacionalização do time passou a ser uma de suas principais metas, os jogos internacionais equivaleram a 23% da temporada.
Com fama de time ""caseiro", o Corinthians já conquistou 23 títulos paulistas, dos quais três nesta década -o último em 1999.
A fronteira de títulos foi ampliada pela equipe do Parque São Jorge apenas a partir de 1990, com a conquista de seu primeiro título nacional, vindo 19 anos após o início da competição, em 1971.
Como prova definitiva de que deixou de ser um ""time estadual", o Corinthians conseguiu repetir o título nacional em 1998 e 1999.
""Nossa chance de acabar com esse rótulo, essa síndrome de não vencer competições internacionais, está aí, começando pelo Mundial da Fifa", afirma o meia-atacante Marcelinho.
O volante colombiano Rincón, que já disputou três Copas pela seleção de seu país, tem a mesma opinião: ""A oportunidade não poderia ser melhor. Vencemos dois Brasileiros, o que mostra que todo mundo aqui já sabe como ganhar. O importante agora é cada um se empenhar ao máximo para acabar com esse tabu em competições internacionais".
""Não podemos perder essa chance. Temos de pensar que, mesmo sendo uma competição internacional, vamos estar jogando em casa. Por isso, temos tudo para chegar ao título. É a oportunidade de nos tornarmos o primeiro campeão mundial reconhecido pela Fifa", completa o atacante Edílson.
O único Mundial disputado até então -o interclubes de Tóquio, que já teve como campeões, entre os clubes brasileiros, Santos, São Paulo, Flamengo e Grêmio- não era reconhecido pela entidade máxima do futebol no mundo.
""O Mundial da Fifa é a competição mais importante não só para os jogadores, mas principalmente para o clube. É hora de muita seriedade", diz o meia Ricardinho.
Tanta valorização à competição, que terá início nesta quarta-feira -o Corinthians estréia contra o Raja Casablanca, de Marrocos-, no entanto, preocupa o técnico Oswaldo de Oliveira.
""Isso acaba colocando muito peso sobre os nossos jogadores. E a sobrecarga fica ainda maior por dizerem que o Corinthians nunca consegue vencer uma competição internacional. O Mundial é importante para nós, mas também é importante para os outros clubes", afirma o treinador.
Desde a última Copa Mercosul, em que o Corinthians foi eliminado nas quartas-de-final, Oliveira diz que vem fazendo um trabalho psicológico para tentar aliviar a responsabilidade de sua equipe.
""Espero que o time continue a escalada que teve em 1999, conquistando o Mundial após a sequência dos títulos Paulista e Brasileiro, mas sem imposição."


Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local

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