São Paulo, Segunda-feira, 03 de Janeiro de 2000


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BASQUETE
Número de atletas da região despenca na temporada
NBA espelha a decadência da modalidade na América Latina

da Reportagem Local

Na temporada em que a NBA registra recorde de jogadores estrangeiros inscritos em seu campeonato, a América Latina viveu um de seus piores momentos no basquete mundial, e isso se espelhou na liga norte-americana.
O ano que passou ficará marcado como aquele em que os países ibero-americanos não conseguiram colocar nenhum representante em Sydney-2000.
No Pré-Olímpico de Porto Rico, em julho, EUA e Canadá ficaram com as duas únicas vagas destinadas às Américas pela Fiba (Federação Internacional de Basquete).
A decadência dos países ibero-americanos é evidenciada na comparação com a participação nas duas Olimpíadas da década.
Em Barcelona (Espanha), em 92, houve três representantes entre os 12 países participantes: Brasil (quinto colocado), Porto Rico (oitavo) e Venezuela (11º). Em Atlanta (EUA), em 96, de novo três países entre os 12 que jogaram: Brasil (sexto lugar), Argentina (nono) e Porto Rico (décimo).
Nesse contexto, o ouro ganho pelo Brasil no Pan-Americano de Winnipeg-99, contra seleções desfalcadas, ficou irrelevante.
E esse quadro está sendo refletido na NBA, liga que abriga o basquete de melhor nível no planeta.
Dois anos atrás, havia 29 jogadores estrangeiros de 20 países diferentes na NBA. Nesse grupo, estavam representando os países ibero-americanos dois atletas: o venezuelano Carl Herrera, bicampeão pelo Houston (em 94 e 95), e o mexicano Horacio Llamas.
Ou seja, os ibero-americanos somavam 7% dos "importados".
No torneio de 88-89, 6 dos 20 atletas estrangeiros eram da região (30%). Jogaram o brasileiro Rolando Ferreira, os porto-riquenhos José "Piculín" Ortiz e Ramon Rivas, os panamenhos Rolando Blackman e Stuart Gray e o dominicano Tito Horford.
Na atual temporada, há 37 atletas de fora dos EUA, representando 25 países, um recorde. E os ibero-americanos continuam sendo só dois (5%): o dominicano Felipe López e o cubano Lazaro Borrell. Além disso, a dupla não está conseguindo se destacar.
O primeiro, depois de estrear com relativo sucesso no campeonato de 98-99, quando foi titular do Vancouver Grizzlies em 32 de 50 jogos realizados (a temporada teve menos partidas), encara o banco na de 99-00 -começou na reserva em todas as partidas.
Assim, a média de minutos de López caiu de 26 para 16 por jogo, e a de pontos, de 9 para 6.
Já Borrell, o segundo cubano a atuar na NBA, mal esteve em quadra. Contundido, participou de cinco partidas, arremessou só cinco vezes à cesta e não marcou.
Há ainda mais dois reflexos em relação à NBA do mau momento do basquete ibero-americano.
O brasileiro Guilherme Joanoni, considerando-se despreparado para adentrar na liga, voltou atrás em participar do "draft" (seleção de novatos) de 99. E o argentino Emanuel Ginóbili, único da região a ser relacionado no "draft", acabou não convocado pelo San Antonio Spurs. (LUÍS CURRO)

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