|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Número de atletas da região despenca na temporada
NBA espelha a decadência da modalidade na América Latina
da Reportagem Local
Na temporada em que a NBA
registra recorde de jogadores estrangeiros inscritos em seu campeonato, a América Latina viveu
um de seus piores momentos no
basquete mundial, e isso se espelhou na liga norte-americana.
O ano que passou ficará marcado como aquele em que os países
ibero-americanos não conseguiram colocar nenhum representante em Sydney-2000.
No Pré-Olímpico de Porto Rico,
em julho, EUA e Canadá ficaram
com as duas únicas vagas destinadas às Américas pela Fiba (Federação Internacional de Basquete).
A decadência dos países ibero-americanos é evidenciada na
comparação com a participação
nas duas Olimpíadas da década.
Em Barcelona (Espanha), em
92, houve três representantes entre os 12 países participantes: Brasil (quinto colocado), Porto Rico
(oitavo) e Venezuela (11º). Em
Atlanta (EUA), em 96, de novo
três países entre os 12 que jogaram: Brasil (sexto lugar), Argentina (nono) e Porto Rico (décimo).
Nesse contexto, o ouro ganho
pelo Brasil no Pan-Americano de
Winnipeg-99, contra seleções
desfalcadas, ficou irrelevante.
E esse quadro está sendo refletido na NBA, liga que abriga o basquete de melhor nível no planeta.
Dois anos atrás, havia 29 jogadores estrangeiros de 20 países diferentes na NBA. Nesse grupo, estavam representando os países
ibero-americanos dois atletas: o
venezuelano Carl Herrera, bicampeão pelo Houston (em 94 e 95), e
o mexicano Horacio Llamas.
Ou seja, os ibero-americanos
somavam 7% dos "importados".
No torneio de 88-89, 6 dos 20
atletas estrangeiros eram da região (30%). Jogaram o brasileiro
Rolando Ferreira, os porto-riquenhos José "Piculín" Ortiz e Ramon Rivas, os panamenhos Rolando Blackman e Stuart Gray e o
dominicano Tito Horford.
Na atual temporada, há 37 atletas de fora dos EUA, representando 25 países, um recorde. E os ibero-americanos continuam sendo
só dois (5%): o dominicano Felipe
López e o cubano Lazaro Borrell.
Além disso, a dupla não está conseguindo se destacar.
O primeiro, depois de estrear
com relativo sucesso no campeonato de 98-99, quando foi titular
do Vancouver Grizzlies em 32 de
50 jogos realizados (a temporada
teve menos partidas), encara o
banco na de 99-00 -começou na
reserva em todas as partidas.
Assim, a média de minutos de
López caiu de 26 para 16 por jogo,
e a de pontos, de 9 para 6.
Já Borrell, o segundo cubano a
atuar na NBA, mal esteve em quadra. Contundido, participou de
cinco partidas, arremessou só
cinco vezes à cesta e não marcou.
Há ainda mais dois reflexos em
relação à NBA do mau momento
do basquete ibero-americano.
O brasileiro Guilherme Joanoni,
considerando-se despreparado
para adentrar na liga, voltou atrás
em participar do "draft" (seleção
de novatos) de 99. E o argentino
Emanuel Ginóbili, único da região a ser relacionado no "draft",
acabou não convocado pelo San
Antonio Spurs.
(LUÍS CURRO)
Texto Anterior: Vôlei: Nalbert desfalca seleção nos treinos para o Pré-Olímpico Próximo Texto: Atuações brasileiras são inexpressivas Índice
|