São Paulo, sexta-feira, 03 de janeiro de 2003

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"Queda motivou minha candidatura", diz Contursi

DA REPORTAGEM LOCAL

O que poderia indicar exatamente o contrário, foi o rebaixamento do Palmeiras à segunda divisão do futebol brasileiro o responsável pela candidatura à reeleição do atual presidente do clube, Mustafá Contursi.
"Diante desse desastre da queda do Palmeiras, um conjunto de pessoas aqui do clube exigiu que eu me candidatasse novamente, para que eu não pare esse trabalho de projeção do Palmeiras ao futuro", disse o dirigente, que há dez anos está sentado na principal cadeira do Parque Antarctica e goza, ao lado do corintiano Alberto Dualib, do título de presidente de clube há mais anos no poder entre os grandes do país.
A quatro dias de concorrer a seu quinto mandato, Contursi resolveu ontem abrir sua sala a uma de suas raras entrevistas à imprensa.
Sobre o tal "trabalho de projeção do Palmeiras ao futuro", o dirigente explica que é um novo sistema de organização para o clube, iniciado a três anos, que visa o total equilíbrio financeiro do patrimônio palmeirense (adequação à crise e às mudanças do futebol) e um cuidado especial com as divisões de base (investimento maior desde o infantil e novo centro de treinamento para as categorias inferiores), o eterno calcanhar-de-aquiles do Palmeiras.
"Foi um ano desgraçadamente perdido", afirmou o presidente, que diz assumir toda a culpa pelo clube ter saído da elite do país.
"Sou o principal responsável, afinal sou o comandante. Não há explicação para o que aconteceu. Nosso elenco era bom, sempre fui buscar o melhor disponível para atender ao pedido dos treinadores", lamentou Contursi, que apontou o abandono do técnico Wanderley Luxemburgo no início do Brasileiro como um dos principais motivos da queda à segunda divisão.
"Sem dúvida foi um fator que desequilibrou o Palmeiras", falou o presidente.
"Autorizamos o Wanderley a fazer uma reformulação no time, mas ele não deu sequência. Sempre prestigiei os técnicos do Palmeiras, mesmo nas piores situações. Quando o Palmeiras foi eliminado pelo ASA de Arapiraca [primeira rodada da Copa do Brasil", passamos por cima das pressões e seguramos a comissão técnica", disse.
Mustafá Contursi descarta a virada de mesa para trazer o Palmeiras de volta à primeira divisão, mas diz que "virada de mesa mesmo" ocorreu com a Copa João Havelange, que acabou com o sistema de média da performance nos três últimos campeonatos para definir o rebaixamento de um clube.
Sobre essa cruzada moral defendida pela oposição, pondo em dúvida sua administração e o modo como relega o clube a um segundo plano, Mustafá não se abala. "Até na conquista da Libertadores [1999", eles já faziam isso. Sempre fui vítima de discriminação no Palmeiras, por causa do meu nome, da origem", reclamou o dirigente, que afirmou estar recebendo até ameaça. (LR)


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