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"Queda motivou minha candidatura", diz Contursi
DA REPORTAGEM LOCAL
O que poderia indicar exatamente o contrário, foi o rebaixamento do Palmeiras à segunda divisão do futebol brasileiro o responsável pela candidatura à reeleição do atual presidente do clube, Mustafá Contursi.
"Diante desse desastre da queda
do Palmeiras, um conjunto de
pessoas aqui do clube exigiu que
eu me candidatasse novamente,
para que eu não pare esse trabalho de projeção do Palmeiras ao
futuro", disse o dirigente, que há
dez anos está sentado na principal
cadeira do Parque Antarctica e
goza, ao lado do corintiano Alberto Dualib, do título de presidente
de clube há mais anos no poder
entre os grandes do país.
A quatro dias de concorrer a seu
quinto mandato, Contursi resolveu ontem abrir sua sala a uma de
suas raras entrevistas à imprensa.
Sobre o tal "trabalho de projeção do Palmeiras ao futuro", o dirigente explica que é um novo sistema de organização para o clube,
iniciado a três anos, que visa o total equilíbrio financeiro do patrimônio palmeirense (adequação à
crise e às mudanças do futebol) e
um cuidado especial com as divisões de base (investimento maior
desde o infantil e novo centro de
treinamento para as categorias inferiores), o eterno calcanhar-de-aquiles do Palmeiras.
"Foi um ano desgraçadamente
perdido", afirmou o presidente,
que diz assumir toda a culpa pelo
clube ter saído da elite do país.
"Sou o principal responsável,
afinal sou o comandante. Não há
explicação para o que aconteceu.
Nosso elenco era bom, sempre fui
buscar o melhor disponível para
atender ao pedido dos treinadores", lamentou Contursi, que
apontou o abandono do técnico
Wanderley Luxemburgo no início do Brasileiro como um dos
principais motivos da queda à segunda divisão.
"Sem dúvida foi um fator que
desequilibrou o Palmeiras", falou
o presidente.
"Autorizamos o Wanderley a
fazer uma reformulação no time,
mas ele não deu sequência. Sempre prestigiei os técnicos do Palmeiras, mesmo nas piores situações. Quando o Palmeiras foi eliminado pelo ASA de Arapiraca
[primeira rodada da Copa do
Brasil", passamos por cima das
pressões e seguramos a comissão
técnica", disse.
Mustafá Contursi descarta a virada de mesa para trazer o Palmeiras de volta à primeira divisão, mas diz que "virada de mesa
mesmo" ocorreu com a Copa
João Havelange, que acabou com
o sistema de média da performance nos três últimos campeonatos para definir o rebaixamento de um clube.
Sobre essa cruzada moral defendida pela oposição, pondo em
dúvida sua administração e o modo como relega o clube a um segundo plano, Mustafá não se abala. "Até na conquista da Libertadores [1999", eles já faziam isso.
Sempre fui vítima de discriminação no Palmeiras, por causa do
meu nome, da origem", reclamou
o dirigente, que afirmou estar recebendo até ameaça.
(LR)
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