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FUTEBOL
O time do ano
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
Esta é a primeira coluna de
2003. Como diz a musiquinha da Globo, "o futuro já começou". Porém como não há futuro
sem passado, quero aproveitar este texto para fazer um elogio fúnebre ao saudoso 2002. Um elogio
em forma de seleção, elegendo
aqueles que foram os grandes destaques durante esta volta que demos ao redor do sol.
Comecemos, é claro, pelo goleiro. Escolhi para essa posição um
atleta emotivo e com grande espírito de liderança. Ele consegue
inspirar sua equipe com gritos,
palavrões e gestos pouco discretos.
Graças a Bernardinho conquistamos um inédito título mundial.
Meu lateral-direito é muito rápido e está acostumado a ser o
número dois. Além de mostrar
um admirável espírito de equipe,
meu convocado teve, nesse ano,
seu melhor rendimento em toda a
história. Ele é Rubens Barrichello.
Para o miolo da zaga escalei
dois atletas que com três passos
alcançam qualquer bola. Maurren Higa Maggi e Jadel Gregório.
Ela, uma das melhores do mundo
no salto à distância, é, desde julho, também a recordista sul-americana no salto triplo; ele, em
2002, bateu duas vezes o recorde
sul-americano indoor e parece ser
um herdeiro de João do Pulo e
Adhemar Ferreira da Silva.
Para a lateral esquerda escolhi
um atleta veloz, que é ao mesmo
tempo ousado e tranquilo. Ele
quase sempre chega na frente dos
adversários e vibra muito a cada
vitória. Leitoras e leitores, aplausos para Cristiano da Matta, que
este ano ganhou o título da Indy
por antecipação.
Meu cabeça-de-área é um jogador viril, mais ao jeito Chicão do
que ao estilo Falcão. Ao unificar
os títulos da AMB e da OMB, Popó mostrou que é um volante que
não teme cara feia e nem foge do
pau. Seu currículo é respeitável:
32 vitórias em 32 divididas, 29 delas por nocaute.
Para vestir a camisa dez, não
poderia deixar de eleger aquele
que foi hexacampeão mundial, o
filho de Netuno, o grande iatista
Robert Scheidt.
Como ponta-de-lança (armei
meu time num ultrapassado e belo 4-3-3), optei por Daniele Hypólito, que tem a ginga, a agilidade e
a elasticidade que a posição exige.
Este ano ela obteve o quinto lugar
no mundial de ginástica na Hungria. Os chatos de plantão podem
dizer que isso é pouco, mas até
bem pouco tempo atrás ficar entre as 15 primeiras já seria uma
glória. Daniele é que está nos
acostumando mal.
Para as pontas escalei uma dupla bem entrosada, as hexacampeãs nacionais Adriana Behar,
pela direita, e Shelda, pela esquerda. Elas bloquearão o avanço dos
laterais e levantarão bolas perfeitas para a área, fazendo a alegria
do centroavante.
Esse, aliás, é um atacante que
sempre foi considerado talentoso,
mas em 2002 mostrou que é mais
do que isso. Tendo chuteiras, digo, moto, à altura, Alexandre
Barros provou que é capaz de enfrentar qualquer um.
Eis aí uma bela seleção. E no
banco ainda estão Gustavo Borges, que ganhou sua 30ª medalha
em Copas do Mundo, Xuxa, que
voltou a quebrar recordes, como o
sul-americano dos 50 metros borboleta, Eduardo Fischer, que quebrou o próprio recorde nos 50 m
peito, Zeferina Balldaia, que venceu a Maratona de São Paulo,
Marizete, Nalbert, André Sá, Nelsinho Piquet e uma porção de outros atletas que também nos deram muitas alegrias, mostrando
que este não é apenas o país do futebol.
Bebês da Vila
Dois promissores jogadores
que estarão na Taça São Paulo são o meia Jerry e o zagueiro Silvio. Vi os dois jogadores
no Jabaquara e acho que deram conta do recado. Talvez
este ano eles integrem o jardim da infância do titio Leão.
Bonitinhos
A leitora Cristina Hiba manda uma seleção "Beleza Pura", de jogadores que, se não
têm o mais belo futebol, são,
para ela, os mais belos no futebol. Eis os 11 Apolos: Dida;
Nelinho, Figueroa, Darío Pereyra e Leonardo; Carpegiani, Leivinha e Raí; Zé Sérgio,
Paulo Rink e Denílson.
Sobrevivência
O bom futebol do São Caetano já sobreviveu à troca de
centroavantes e de técnicos.
Agora, sem Magrão, Claudecir e Adãozinho, terá que sobreviver a uma troca de seu
meio-de-campo. Marcinho
seria um bom começo.
E-mail torero@uol.com.br
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