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confusão
Até estafe diverge na volta de Nilmar ao Corinthians
Empresário cobra luvas e diz que ele não joga no clube; advogado fala que ele só não atua por causa de recuperação
Clube diz não reconhecer dívida com o atleta e reitera que ele está sob contrato
até o final do ano; Fifa pode analisar caso ainda este mês
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A confusão em torno do atacante Nilmar é tão grande que
nem os membros de seu estafe
se entendem. Divergem a respeito de como deve agir o atleta
a partir de hoje, quando ele se
reapresenta ao Corinthians.
Enquanto o procurador de
Nilmar, Orlando da Hora, diz
que ele treina no Parque São
Jorge, mas não vai jogar, o advogado do atleta, Breno Tannuri, diz que ele só não vai atuar
porque está se recuperando da
cirurgia no joelho direito.
"Ele não tem condições de
participar de coletivo ainda.
Tem um período para recuperação." Mas e se tivesse condições de estrear no Paulista, em
17 de janeiro? "Aí só dependeria do técnico querer escalá-lo",
afirma o advogado.
A diferença de posição entre
os dois, no entanto, é compreensível tamanha a complexidade da questão, que será definida pela Fifa, segundo Tannuri, ainda neste mês.
No imbróglio, que já dura
quase oito meses, a principal
questão é saber a quem pertence o jogador. O Corinthians,
respaldado por uma decisão judicial, informa ter um contrato
de trabalho até 28 de dezembro
deste ano com Nilmar.
O Lyon, que protocolou a liberação do jogador na federação francesa, exige o retorno
dele porque a parceria Corinthians/MSI não pagou 8 milhões (cerca de R$ 24 milhões)
pela venda do atleta.
A MSI tem um termo de
compromisso com Nilmar que
vai até julho de 2011, mas a validade deste documento está
condicionada à efetivação da
compra de 100% dos direitos
do atacante ao clube francês.
Como a parceria só pagou 2
milhões dos 10 milhões acordados com o Lyon, a Fifa pode
anular o valor desse compromisso, que prevê pagamento de
U$ 1,5 milhão (cerca de R$ 3
milhões) de bônus a Nilmar e
também salários de US$ 1,5 milhão anuais ao jogador.
O atacante ainda tem dois
outros contratos com o clube e
sua parceira. Um deles é o de
trabalho, firmado em maio de
2006, que prorroga o vínculo
de Nilmar com o clube até 31 de
junho de 2007. Por esse documento, o salário de Nilmar passa de R$ 109 mil para R$ 132
mil. E há uma multa rescisória
de R$ 172.500.000,00, que foi
grafada incorretamente como
sendo cento e setenta e dois mil
e quinhentos reais.
Foi nesse documento, que
tem a assinatura do jogador,
que o Corinthians se baseou
para obter liminar que prorroga o vínculo do jogador para 28
de dezembro deste ano.
Em seu despacho, a juíza
Maria Cristina Fisch determina que a CBF registre a prorrogação do contrato de trabalho.
A extensão do acordo foi
conseguida porque a alta do
médico José Luiz Runco ao jogador foi dada em 5 de dezembro do ano passado. Nilmar se
machucou em 16 de julho e não
atuou mais em 2006.
O advogado de Nilmar não
vai contestar a liminar. A estratégia dele é aguardar a decisão
da Fifa. Ele também não quer
correr o risco de ver o nome de
seu jogador envolvido em um
eventual "golpe" no Lyon.
"Não queremos ser cúmplices de um crime contra o
Lyon", diz o procurador Da
Hora, que exige o pagamento
do bônus a Nilmar.
O Corinthians não reconhece a dívida com o atleta. Argumenta que, se houver dívida, é
com a MSI, e não com o clube.
Termina hoje o prazo para as
partes enviarem suas alegações
à Fifa, que serão incluídas no
processo que definirá o caso.
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