São Paulo, domingo, 03 de janeiro de 2010

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Vôlei de hoje exclui lendas do esporte

DA REPORTAGEM LOCAL

Renan Dal Zotto foi medalhista olímpico, galã da geração de prata, inventou o saque viagem ao fundo do mar. Mas, se estivesse na ativa hoje, com altura na casa de 1,90 m, sofreria para obter vaga na seleção.
Especialistas apontam que o vôlei foi o esporte que mais sofreu o impacto do aumento da estatura dos atletas, influenciando, inclusive, a maneira de disputada modalidade.
A começar pelas peneiras.Os processos de seleção de novos talentos costumam não aceitar garotos com menos de 1,80m.
"Não é só no Brasil. O mundo exige atletas cada vez mais altos.
Até a forma de jogar mudou, é muito mais força no ataque do que na minha época. Os bloqueios funcionam mais também", diz Montanaro, 1,87 m, medalhista de prata nos Jogos de Los Angeles-1984, que nos últimos anos organiza uma das maiores peneiras do país.
Nessas seleções, encontrou Renan Buiatti, sonho de consumo de muitos treinadores. Ele foi selecionado aos 14 anos. À época, tinha 1,97 m. Hoje, aos 19 anos, é o mais alto jogador da Superliga, com 2,17 m. No Nacional, 90 dos 268 inscritos têm altura igual ou superior a 2m.
No início da carreira, Renan teve de caprichar na musculação e tomar suplementos alimentares para encorpar.
"Quando comecei a jogar, aos 11 anos, eu era do tamanho dos outros.Depois, passei a me destacar.
Hoje já é normal você ver jogadores com mais de 2m",diz Renan, que mora em uma casa adaptada para "gigantes", mas sofre em viagens de ônibus. A última seleção juvenil teve média de altura igual à da equipe adulta: 1,98m. Entre as mulheres, as equipes infanto e juvenil têm 3 cm a menos que os 1,85m do time de Zé Roberto.
A mais alta jogadora da Superliga é a central Malu, com 20 anos e 1,97 m. No torneio, 21 das 201 inscritas têm altura igual ou superior a 1,90m.
"Os brasileiros sempre se destacaram pela habilidade.
Como crescimento dos atletas, estamos conseguindo também jogar de igual para igual em termos de altura com os melhores do mundo", diz Luizomar de Moura, técnico do Osasco e das seleções de base. (ML)



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