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Odepa veta plano B, e vela pode deixar Pan
Polêmica na marina da Glória ameaça
candidatura brasileira à Olimpíada-16
Chefe de inspeção exige padrão olímpico, e secretário municipal diz que país sairá atrás de rivais se ficar sem esporte do presidente do COI
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Esporte que mais medalhas
deu para o Brasil em Olimpíadas (14), o iatismo pode ficar de
fora do Pan e, por tabela, inviabilizar a candidatura do Rio a
sede da Olimpíada-2016.
Na manhã de ontem, o uruguaio Julio Maglione, chefe da
comissão de inspeção da Odepa
(entidade que controla o esporte nas Américas), vetou o projeto ""reduzido" apresentado pelo
Co-Rio (comitê organizador
dos Jogos) para a marina da
Glória receber a vela em julho.
A decisão da comissão de inspeção será enviada para o presidente da Odepa, Mario Vázquez Raña, que anunciará nos
próximos dias a posição da entidade. ""Não sei qual será, mas
ele pode decidir por não ter vela", afirmou Maglione, pouco
antes de deixar o Brasil.
A ameaça da Odepa criou ontem um mal-estar entre os dirigentes brasileiros. Logo após
Maglione censurar o projeto
reduzido de aproveitamento da
marina no evento, o secretário
municipal do Pan, Ruy Cezar,
declarou que a candidatura
olímpica da cidade para 2016
deverá ser ""repensada", caso o
iatismo fique fora dos Jogos.
""Não podemos entrar numa
candidatura apenas para concorrer. Se temos fora do Pan
um esporte que é do presidente
do Comitê Olímpico Internacional [Jacques Rogge] e seu filho é medalhista também nele,
já saímos muito prejudicados
na disputa", disse Cezar.
A polêmica sobre a possível
retirada do iatismo do calendário do Pan deve-se aos problemas judiciais envolvendo a reforma da marina da Glória.
Desde setembro, a obra está
embargada na Justiça porque a
EBTE (Empresa Brasileira de
Terraplenagem e Engenharia),
órgão que ganhou a concessão
para explorar a área, não conseguiu autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional).
Na segunda, o presidente do
Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, recuou, abriu mão do ""padrão olímpico" e aceitou ""as
áreas já existentes para abrigar
os 87 barcos" na marina.
Maglione, contudo, não topou ontem a queda do padrão.
O uruguaio disse que a ""única
opção viável para a realização
do torneio implicará num prejuízo do nível de organização".
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