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Saída de "clandestinos"
bate recorde em 2001
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O ano de 2001 marcou o recorde
de exportação de jogadores brasileiros ""clandestinos".
De acordo com documentos
obtidos pela Folha no Departamento de Registro e Transferência da CBF, 363 jogadores sem registro na entidade deixaram o
país para atuar no exterior.
Apesar de atuarem de forma legal nos países onde estão radicados, eles recebem o rótulo de
""clandestinos" pelo fato de as
transferências terem se concretizadas, inicialmente, sem o conhecimento da CBF, que age como
uma espécie de cartório do futebol brasileiro.
O número é quase a metade ao
de jogadores oficialmente transferidos para o exterior em 2001
-736. Este grupo é formado por
atletas que já eram reconhecidos
pela CBF antes de saírem do país.
Os ""clandestinos" revelam uma
outra realidade do futebol nacional. A maioria dos atletas atuava
no país no futebol de várzea, à
margem do registro formal.
A CBF só consegue identificar
os atletas no exterior porque seus
clubes procuram registrá-los no
Brasil depois de contratá-los.
Desde 1998, a CBF faz anualmente um censo dos jogadores
""clandestinos". Na época, 253
atletas sem registro na entidade
foram atuar no exterior. Nos dois
anos seguintes, 312 ""clandestinos" coincidentemente saíram do
país em cada temporada.
A Alemanha foi o destino mais
frequente em 2001. No total, 91
atletas ""clandestinos" deixaram o
Brasil para tentar a carreira no exterior em 34 países. O segundo lugar no ranking ficou com Portugal, com 64 jogadores. O terceiro
foi a Suíça, com 60.
Além de países que notadamente investem em futebol, alguns
atletas ""clandestinos" foram
atuar em destinos considerados
exóticos para o mundo da bola,
como Moçambique e Líbia.
A maioria dos ""clandestinos"
também deixa o país para jogar
em clubes de periferia no exterior.
No caso da Alemanha, quase todos foram jogar em times que disputam ligas regionais.
Os alemães lideram o ranking
dos ""clandestinos" desde a primeira edição do levantamento.
Em 1998, 93 atletas sem registro
foram jogar no país. Em 1999,
houve uma pequena queda -88.
Em 2000, os alemães contrataram
80 atletas ""clandestinos".
No ano passado, os alemães ficaram em terceiro lugar no ranking de transferências oficiais da
CBF -41 jogadores.
Os salários também não são milionários. A maioria recebe cerca
de US$ 1.000 por mês.
Em 2001, Portugal foi o país que
mais contratou atletas brasileiros
""oficiais". Os clubes portugueses
levaram 171 atletas nacionais para
jogar lá. O Japão ficou em segundo lugar, com 45 jogadores brasileiros contratados.
Portugal também ficou em primeiro no ranking da volta. Ou seja, 64 atletas deixaram o futebol
português para o Brasil.
No total, 363 jogadores fizeram
o caminho inverso em 2001. A
Suíça ficou em segundo lugar, 60
jogadores voltaram de lá.
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