São Paulo, domingo, 03 de março de 2002

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Saída de "clandestinos" bate recorde em 2001

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O ano de 2001 marcou o recorde de exportação de jogadores brasileiros ""clandestinos".
De acordo com documentos obtidos pela Folha no Departamento de Registro e Transferência da CBF, 363 jogadores sem registro na entidade deixaram o país para atuar no exterior.
Apesar de atuarem de forma legal nos países onde estão radicados, eles recebem o rótulo de ""clandestinos" pelo fato de as transferências terem se concretizadas, inicialmente, sem o conhecimento da CBF, que age como uma espécie de cartório do futebol brasileiro.
O número é quase a metade ao de jogadores oficialmente transferidos para o exterior em 2001 -736. Este grupo é formado por atletas que já eram reconhecidos pela CBF antes de saírem do país.
Os ""clandestinos" revelam uma outra realidade do futebol nacional. A maioria dos atletas atuava no país no futebol de várzea, à margem do registro formal.
A CBF só consegue identificar os atletas no exterior porque seus clubes procuram registrá-los no Brasil depois de contratá-los.
Desde 1998, a CBF faz anualmente um censo dos jogadores ""clandestinos". Na época, 253 atletas sem registro na entidade foram atuar no exterior. Nos dois anos seguintes, 312 ""clandestinos" coincidentemente saíram do país em cada temporada.
A Alemanha foi o destino mais frequente em 2001. No total, 91 atletas ""clandestinos" deixaram o Brasil para tentar a carreira no exterior em 34 países. O segundo lugar no ranking ficou com Portugal, com 64 jogadores. O terceiro foi a Suíça, com 60.
Além de países que notadamente investem em futebol, alguns atletas ""clandestinos" foram atuar em destinos considerados exóticos para o mundo da bola, como Moçambique e Líbia.
A maioria dos ""clandestinos" também deixa o país para jogar em clubes de periferia no exterior.
No caso da Alemanha, quase todos foram jogar em times que disputam ligas regionais.
Os alemães lideram o ranking dos ""clandestinos" desde a primeira edição do levantamento.
Em 1998, 93 atletas sem registro foram jogar no país. Em 1999, houve uma pequena queda -88. Em 2000, os alemães contrataram 80 atletas ""clandestinos".
No ano passado, os alemães ficaram em terceiro lugar no ranking de transferências oficiais da CBF -41 jogadores.
Os salários também não são milionários. A maioria recebe cerca de US$ 1.000 por mês.
Em 2001, Portugal foi o país que mais contratou atletas brasileiros ""oficiais". Os clubes portugueses levaram 171 atletas nacionais para jogar lá. O Japão ficou em segundo lugar, com 45 jogadores brasileiros contratados.
Portugal também ficou em primeiro no ranking da volta. Ou seja, 64 atletas deixaram o futebol português para o Brasil.
No total, 363 jogadores fizeram o caminho inverso em 2001. A Suíça ficou em segundo lugar, 60 jogadores voltaram de lá.



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